A Microsoft (MSFT; MSFT34) e a OpenAI estão conduzindo uma investigação para determinar se um grupo ligado à startup chinesa de inteligência artificial DeepSeek obteve, de maneira não autorizada, dados gerados pela tecnologia da OpenAI, conforme informações de fontes ouvidas pela Bloomberg.
De acordo com a reportagem, pesquisadores de segurança da Microsoft identificaram, no final do ano passado, indivíduos supostamente ligados à DeepSeek extraindo uma grande quantidade de dados por meio da interface de programação de aplicativos (API) da OpenAI. Essas fontes, que preferiram manter o anonimato devido à confidencialidade do assunto, informaram que desenvolvedores de software podem pagar por uma licença para utilizar a API e integrar os modelos proprietários de inteligência artificial da OpenAI em suas aplicações.
A Microsoft, que é parceira tecnológica e maior investidora da OpenAI, notificou a empresa sobre essa atividade. Segundo as fontes, essa ação pode ter violado os termos de serviço da OpenAI ou indicar que o grupo tenha burlado restrições impostas para limitar a quantidade de dados acessados.
No início da semana, a DeepSeek lançou um modelo de inteligência artificial de código aberto chamado R1, que promete imitar o raciocínio humano, desafiando o domínio da OpenAI e de empresas americanas como Google e Meta.
A startup afirmou que o R1 rivaliza ou até supera os produtos de grandes desenvolvedores americanos em benchmarks da indústria, incluindo testes matemáticos e de conhecimento geral, sendo produzido com um custo significativamente menor. Essa ameaça ao domínio das empresas americanas no setor afetou ações de gigantes da tecnologia, como Microsoft, Nvidia, Oracle e Alphabet, controladora do Google, resultando em uma perda de quase US$ 1 trilhão em valor de mercado na última segunda-feira.
A OpenAI não respondeu aos pedidos de comentário, enquanto a Microsoft se recusou a se manifestar sobre o caso. Da mesma forma, a DeepSeek e o fundo de hedge High-Flyer, que investe na startup, não deram retorno imediato aos pedidos de esclarecimento.
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Microsoft e OpenAI x DeepSeek: destilação de conhecimento
David Sacks, chefe de inteligência artificial do presidente Donald Trump, afirmou na terça-feira que há “evidências substanciais” de que a DeepSeek utilizou os resultados dos modelos da OpenAI para desenvolver sua própria tecnologia.
Em entrevista à Fox News, Sacks mencionou uma técnica chamada destilação, na qual um modelo de IA utiliza os resultados de outro para seu treinamento e aprimoramento. “Há evidências substanciais de que a DeepSeek destilou conhecimento dos modelos da OpenAI, e não creio que a OpenAI esteja satisfeita com isso”, declarou Sacks, sem especificar quais provas sustentam essa alegação.
Em resposta às declarações de Sacks, a OpenAI não abordou diretamente as alegações contra a DeepSeek. Um porta-voz da empresa afirmou que “companhias baseadas na RPC — e outras — estão constantemente tentando destilar os modelos das principais empresas de IA dos EUA”. Ele ressaltou que, como uma das principais desenvolvedoras de IA, a OpenAI adota medidas de proteção para resguardar sua propriedade intelectual, incluindo a decisão estratégica sobre quais recursos avançados incluir nos modelos lançados. Além disso, enfatizou a importância da colaboração com o governo dos EUA para proteger a tecnologia americana de eventuais tentativas de apropriação por adversários e concorrentes.
A DeepSeek, por sua vez, afirmou em sua própria pesquisa que realizou a “destilação” de modelos para desenvolver seu sistema R1, baseando-se em sistemas de código aberto. Diferentemente da abordagem da OpenAI, que mantém seus modelos fechados, alguns concorrentes, como o Llama da Meta, oferecem modelos de código aberto que podem ser utilizados livremente.
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