O Google (GOOG; GOGL34) está enfrentando uma nova batalha judicial no Reino Unido, onde a gigante da tecnologia dos EUA é acusada de abusar de seu “domínio quase total” no mercado de buscas online para inflacionar os preços dos serviços de publicidade. O processo coletivo, avaliado em até £ 5 bilhões (cerca de US$ 6,6 bilhões), foi movido nesta quarta-feira (16) no Tribunal de Apelação da Concorrência do Reino Unido.
A denúncia afirma que o Google usou sua posição dominante para restringir a atuação de mecanismos de busca concorrentes, consolidando-se como a única opção viável para empresas que desejam anunciar online. Segundo os autores da ação, essa conduta permitiu à empresa impor preços excessivos a anunciantes no Reino Unido durante um período que se estende desde 1º de janeiro de 2011 até a data da apresentação da reclamação.
O escritório de advocacia Geradin Partners lidera a ação legal, representando centenas de milhares de organizações britânicas que dependeram dos serviços de publicidade do Google.
“Hoje, as empresas e organizações do Reino Unido, grandes ou pequenas, quase não têm escolha a não ser usar os anúncios do Google para divulgar seus produtos e serviços”, disse Brook em nota oficial. “O Google tem alavancado seu domínio para cobrar a mais dos anunciantes, e esta ação busca responsabilizar a empresa por práticas que consideramos ilegais.”
Google se defende: especulação e oportunismo
O Google, por sua vez, rebateu as acusações. Em comunicado à CNBC, a empresa classificou o processo como “mais um caso especulativo e oportunista” e afirmou que pretende “contestar vigorosamente” as alegações. “Consumidores e anunciantes usam o Google porque é útil, não porque não há alternativas”, declarou um porta-voz.
Um estudo de 2020 da Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), órgão regulador britânico, apontou que o Google detinha 90% da receita gerada pelo mercado de publicidade em buscas, reforçando as preocupações sobre a concentração de poder.
O processo também alega que o Google celebrou acordos com fabricantes de dispositivos Android para pré-instalar o Chrome e o Google Search, além de pagar bilhões à Apple para manter o Google como mecanismo de busca padrão no Safari. Outra prática questionada é a forma como o Google favorece seus próprios produtos na plataforma Search Ads 360, dificultando a concorrência com serviços rivais.
Big tech sob pressão
Este novo processo contra o Google ocorre em meio a uma crescente onda de ações judiciais e investigações contra gigantes da tecnologia ao redor do mundo. Em 2018, a União Europeia multou o Google em € 4,3 bilhões por práticas anticompetitivas relacionadas ao Android — uma penalidade que a empresa ainda contesta.
Nesta semana, um julgamento histórico teve início nos Estados Unidos, com a Meta enfrentando uma ação movida pela Comissão Federal de Comércio (FTC), que pode levar à separação de plataformas como Instagram e WhatsApp.
No Reino Unido, a CMA recomendou recentemente uma investigação sobre o mercado de computação em nuvem, com foco em Amazon e Microsoft. Em dezembro de 2024, uma ação coletiva acusou a Microsoft de práticas anticompetitivas ao cobrar injustamente de clientes de provedores rivais, buscando mais de £ 1 bilhão em indenizações.
Com esse novo processo, o Google volta ao centro do debate sobre o poder excessivo das big techs — uma questão que continua a mobilizar autoridades regulatórias em todo o mundo.
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