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Com dólar abaixo de R$ 6, brasileiros aproveitam para investir no exterior

Com dólar abaixo de R$ 6, brasileiros aproveitam para investir no exterior

Depois de um período em forte alta, o dólar tem apresentado quedas nas últimas semanas, especialmente após a posse de Donald Trump nos Estados Unidos. Em live realizada na quinta-feira (6) pela EQI Investimentos, o estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, destacou que o momento do câmbio tem revelado um aumento do interesse dos brasileiros em investir no exterior.

“Observamos uma captação muito forte na Avenue. O dólar veio de R$ 5,50, subiu para R$ 6,30 e agora recuou para abaixo de R$ 6. Abaixo desse patamar, percebemos um fluxo significativo de recursos para a Avenue, o que nos deixa orgulhosos pela confiança dos investidores em investir com a gente no exterior”, afirmou Alves. A Alves é corretora parceira da EQI Investimentos para investimentos no exterior.

Ele ressaltou que o conhecimento sobre investimentos no exterior tem crescido, impulsionado por portais, assessores e influenciadores. “As pessoas estão entendendo a necessidade de ter parte do patrimônio dolarizada e estão aproveitando a oportunidade. É uma tendência que veio para ficar”, disse.

Alves argumentou que não ter investimentos em dólar é que representa um risco. “Devido à política econômica do Brasil, que tem altos e baixos, possuir apenas reservas em real não é correto do ponto de vista da diversificação”, explicou.

Sobre a valorização e posterior queda do dólar após a vitória de Trump, Alves comentou: “A partir da vitória do Trump, o dólar se valorizou no mundo todo; quando ele assume, o dólar cai cerca de 15%. É aquela história do ‘sobe no boato e cai no fato’.”

gráfico comportamento do dólar com Trump
Fonte: Avenue

Investir no exterior: o que explica a queda do dólar?

Ele apontou alguns fatores que ajudam a entender o recuo do dólar, como a percepção de que Trump está sendo menos agressivo com emergentes. O diferencial de juros entre Brasil e EUA também é um fator importante. A Selic, atualmente em 13,25%, já tem sinalização de ir a 14,25% em março, enquanto os EUA vivem um ciclo de queda, que deve levar os juros abaixo dos atuais 4,25%.

A entrada de capital estrangeiro na bolsa brasileira recentemente também influencia. Foram mais de US$ 6 bilhões em aportes, em grande parte compras de ações da Vale ($VALE3), após a venda da Cosan ($CSAN3).

Alves também mencionou declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou: “Não compro dólar acima de R$ 5,70. Acima desse valor, ele compra. Ele já deu um novo parâmetro para o dólar. R$ 5,70 está barato, é a sinalização.”

William Castro Alves, da Avenue: dólar e investir no exterior
Foto: Reprodução

Percepção do mercado quanto a Trump

“O ‘Trump trade’ estava muito ligado a imigração, tarifas, redução de impostos e desregulação, com a maioria dessas questões já avançando logo no início do mandato”, diz Alves.

“Trump deu mais poderes para agentes federais buscarem imigrantes ilegais, mesmo aqueles sem ficha criminal. Mas até aqui sem grande impacto no mercado de trabalho. Em relação às tarifas, a justificativa foi a imigração e o tráfico de drogas, afetando principalmente Canadá, México e China, cujas economias dependem fortemente do comércio internacional”, complementa.

“Os EUA são menos impactados, quem perde mais são os parceiros. Tanto que as negociações estão em andamento. O comércio internacional responde por 67% do Produto Interno Bruto (PIB) do Canadá, 73% do PIB do México, 37% do PIB da China e só 24% do PIB dos EUA”, aponta.

“Na verdade o que há é a busca por uma reciprocidade no comércio internacional. Os EUA estão simplesmente buscando praticar o que os outros países já impõem de taxas sobre eles”, avalia.

Gráfico com a reciprocidade das tarifas entre EUA e demais países. Fonte: Avenue

Sobre o impacto da política tarifária sobre a inflação norte-americana, ele afirma que as tarifas podem sim ser inflacionárias no curto prazo, mas ajustes cambiais, como a valorização do dólar no México, podem neutralizar esse efeito.

Efeito DeespSeek e oportunidades

Em relação à inteligência artificial, Alves comentou sobre o caso DeepSeek, uma startup chinesa que desenvolveu um modelo de inteligência artificial (IA) mais barato e eficiente, causando impacto no mercado e levando a uma perda de valor de mercado de mais de US$ 1 trilhão das big techs em um único dia.

Ele destacou que o DeepSeek trouxe à tona questionamentos sobre a real necessidade dos atuais investimentos massivos no setor de IA, especialmente para empresas de hardware do segmento de semicondutores, tradicionalmente cíclico.

Mas os balanços das empresas que vem sendo divulgados sinalizam que não haverá queda no investimento em IA, que era um dos receios levantados com a DeepSeek.

Sobre o potencial de valorização das ações das big techs, ele é otimista. “O S&P obteve retornos positivos em quase 70% dos últimos 97 anos. A previsão do mercado para este ano está entre 10% e 20%. E a projeção de crescimento do lucro por ação das 7 magníficas é de 18% em 2025 e 16% em 2026”, revela.

Alves concluiu enfatizando a importância da diversificação internacional: “Ter uma parcela do patrimônio no Brasil e outra no exterior é fundamental. O quanto investir em cada, vale conversar com um assessor de investimentos, para calcular bem seus prazos e objetivos.”

Veja a live na íntegra:

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