O conflito entre Ucrânia e Rússia é um grande obstáculo para a globalização. Em carta endereçada aos acionistas nesta quinta-feira (24), o CEO da BlackRock, Larry Fink, informou que a invasão pode representar o término da multinacionalização dos últimos 30 anos, e desta forma, os impactos globais poderão ecoar no decorrer das próximas décadas.
A guerra representa um distanciamento da ordem geopolítica e macroeconômica, cujo reflexo poderá se refletir em outros países e continentes. Para o CEO da BlackRock, o ataque sofrido pela Ucrânia e a exclusão da Rússia da economia global serão termômetros para empresas e governos, que precisarão analisar e avaliar as suas linhas de produção e montagem. Este cenário é semelhante ao que foi estimulado pela pandemia de coronavírus.
Larry Fink citou a dependência da energia russa, que está em destaque. Segundo o CEO, as empresas e governos precisarão ter uma visão mais ampla de suas dependências, relacionadas a outros países.
“Guerra econômica”
Em meio a crise, as empresas poderão apostar no crescimento de operações onshore – que acontecem no mesmo território e nearshore – que são realizadas em países próximos.
México, Brasil, Estados Unidos e centros industriais que estão localizados no Sudeste da Ásia poderão se beneficiar, já que as companhias terão obstáculos relacionados aos custos mais elevados e a uma maior pressão na margem.
Para Larry Fink, a guerra contra a Rússia tem como objetivo demonstrar o poder do mercado de capitais, já que o país foi excluído a nível global, o que pode despertar o aumento do interesse das empresas, que buscam operações mais consistentes.
Em relação ao mundo digital, a “guerra econômica” – que foi citada pelo CEO, poderá acelerar a adoção de moedas digitais, o que irá contribuir para a redução da dependência monetária.
Transição mais rápida
Existe preocupação a cerca do choque energético causado pelo conflito, ou seja, é previsto o aumento na produção de petróleo e carvão durante este período, mas o cenário poderá ser revertido em um prazo mais dilatado. Larry Fink destacou o uso de fontes de energia renováveis em algumas localizações do mundo, mas o alto preço da sustentabilidade poderá ser um obstáculo para esta transição.
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