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Volume de serviços varia 0,2% em abril, abaixo da projeção de 0,4%

Volume de serviços varia 0,2% em abril, abaixo da projeção de 0,4%

O volume de serviços variou 0,2% em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse volume veio abaixo da projeção do mercado, que estimava 0,4%.

Trata-se da Pesquisa Mensal de Serviços, cujo levantamento aponta que em abril de 2022 o volume de serviços no Brasil variou 0,2% frente a março, na série com ajuste sazonal.

Conforme a autarquia, o setor de serviços se encontra, em abril de 2022, 7,2% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 4,2% abaixo de novembro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

Já na série sem ajuste sazonal, frente a abril de 2021, o volume de serviços cresceu 9,4% e assinalou a 14ª taxa positiva consecutiva.

O volume de serviços acumula alta de 9,5% no ano, frente a igual período de 2021. O acumulado nos últimos doze meses passou de 13,6% em março para 12,8% em abril de 2022, interrompendo trajetória ascendente iniciada em fevereiro de 2021 (-8,6%).

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Para o economista-chefe da EQI Asset, Stephan F. Kautz, a experiência internacional coloca dúvida sobre a recuperação da economia. “É possível que serviços não retomem rapidamente ao nível pré-pandemia”, disse.

E acrescentou: “os serviços mitigam viés de alta em projeção de crescimento de 0,6% no PIB do segundo trimestre de 2022.”

E disse mais: “mantemos projeção de Selic terminal de 13,75% com altas de 0,50 p.p. em junho e em agosto. A projeção de Selic de 9,5% em 2023 tem viés de alta a 10,5%.”

Volume de serviços varia 0,2% em abril, aponta IBGE

IBGE: Volume de serviços

Ainda de acordo com o IBGE, a alta de 0,2% do volume de serviços em abril foi acompanhada por apenas duas das cinco atividades investigadas: informação e comunicação (0,7%) e serviços prestados às famílias (1,9%), ambas emplacando o segundo resultado positivo consecutivo, com ganho acumulado de 2,5% e 5,2%, respectivamente.

Em contrapartida, transportes (-1,7%); profissionais, administrativos e complementares (-0,6%); e outros serviços (-1,6%) assinalaram as retrações deste mês. Os dois primeiros setores interromperam uma sequência de cinco taxas positivas seguidas, enquanto o último eliminou o avanço de 1,4% verificado em março.

Conforme a autarquia, ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral foi de 0,5% no trimestre encerrado em abril de 2022 frente ao nível do mês anterior, mantendo o comportamento predominantemente positivo desde julho de 2020. Entre os setores, quatro deles acompanharam o crescimento do índice global: os serviços prestados às famílias (1,6%); os transportes (1,3%), os profissionais, administrativos e complementares (1,0%) e informação e comunicação (0,4%). Por outro lado, os outros serviços (-0,4%) apontaram o único resultado negativo no trimestre terminado em abril de 2022.

Na comparação com abril de 2021, ao avançar 9,4% em abril de 2022, registrou a 14ª taxa positiva seguida. O resultado deste mês trouxe expansão em quatro das cinco atividades de divulgação e contou ainda com crescimento em 64,5% dos 166 tipos de serviços investigados.

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Entre setores

Entre os setores, o de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (15,5%) e o de serviços prestados às famílias (60,8%) exerceram as principais contribuições positivas sobre o volume total de serviços. Os demais avanços vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (7,8%) e de informação e comunicação (1,6%).

A única taxa negativa do mês ficou com o setor de outros serviços (-7,7%), pressionado, especialmente, pela menor receita oriunda de corretoras de títulos e valores mobiliários; recuperação de materiais plásticos; administração de bolsas e mercados de balcão organizados; e atividades de apoio à produção florestal.

O acumulado do primeiro quadrimestre de 2022, frente a igual período do ano anterior, foi de 9,5%, com quatro das cinco atividades de divulgação apontando taxas positivas e crescimento em 66,9% dos 166 tipos de serviços investigados.

Entre os setores, a contribuição positiva mais importante veio de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (15,6%), impulsionado pelo aumento das receitas das empresas que atuam nos segmentos de transporte aéreo de passageiros; transporte rodoviário de cargas; rodoviário coletivo de passageiros; gestão de portos e terminais; atividades de agenciamento marítimo; navegação de apoio marítimo e portuário; e operação de aeroportos.

Demais avanços

Os demais avanços vieram de serviços prestados às famílias (37,3%); de profissionais, administrativos e complementares (8,1%); e de informação e comunicação (3,2%).

Em sentido oposto, o setor de outros serviços (-3,8%) registrou a única taxa negativa do indicador acumulado no ano, pressionado, sobretudo, pela menor receita real recebida pelas empresas que atuam em recuperação de materiais plásticos; corretoras de títulos e valores mobiliários; administração de bolsas e mercados de balcão organizados; atividades de apoio à produção florestal; e atividades de administração de fundos por contrato ou comissão.

Na série com ajuste sazonal, o volume de serviços cresceu em 12 das 27 Unidades da Federação (UF) em abril de 2022, ante o mês imediatamente anterior, acompanhando o acréscimo (0,2%) observado no Brasil. O impacto positivo mais importante veio do Rio de Janeiro (1,0%), seguido por Espírito Santo (3,6%), Rio Grande do Norte (7,9%) e Ceará (2,4%). Em contrapartida, São Paulo (-0,5%), Minas Gerais (-2,8%), Distrito Federal (-8,2%) e Rio Grande do Sul (-2,8%) exerceram as principais influências negativas.

Na comparação com abril de 2021, o avanço do volume de serviços no Brasil (9,4%) foi acompanhado por 24 das 27 UFs. A principal contribuição positiva ficou com São Paulo (9,9%), seguido por Minas Gerais (14,2%), Rio Grande do Sul (16,8%) e Rio de Janeiro (4,3%). Em sentido oposto, Distrito Federal (-1,1%), Rondônia (-4,5%) e Acre (-2,4%) assinalaram os únicos resultados negativos do mês.

No acumulado do primeiro quadrimestre de 2022, frente a igual período do ano anterior, o avanço do volume de serviços no Brasil (9,5%) se deu de forma disseminada entre os locais investigados, já que 26 das 27 UFs também mostraram expansão na receita real de serviços. O principal impacto positivo em termos regionais ocorreu em São Paulo (11,0%), seguido por Minas Gerais (11,2%), Rio Grande do Sul (16,3%) e Bahia (14,2%). Por outro lado, Rondônia (-1,5%) registrou a única influência negativa sobre índice nacional.

Atividades turísticas

Em abril de 2022, o índice de atividades turísticas apontou expansão de 2,5% frente ao mês imediatamente anterior, segundo resultado positivo consecutivo, período em que acumulou um ganho de 8,0%. Vale destacar que o segmento de turismo ainda se encontra 3,4% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.

Todos os 12 locais pesquisados acompanharam o crescimento da atividade turística nacional (2,5%). A contribuição positiva mais relevante ficou com Rio de Janeiro (4,8%), seguido por Minas Gerais (4,6%), Bahia (6,8%) e Paraná (7,4%).

Na comparação abril de 2022/abril de 2021, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil apresentou expansão de 85,7%, 13ª taxa positiva seguida, sendo impulsionado, principalmente, pelo aumento na receita de empresas que atuam nos ramos de transporte aéreo; restaurantes; hotéis; locação de automóveis; rodoviário coletivo de passageiros; serviços de bufê; e agências de viagens.

Em termos regionais

Em termos regionais, todas as 12 UFs onde o indicador é investigado mostraram avanço nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (82,4%), seguido por Minas Gerais (132,7%), Rio de Janeiro (57,9%), Bahia (105,7%) e Rio Grande do Sul (104,5%).

No acumulado do primeiro quadrimestre de 2022, o agregado especial de atividades turísticas mostrou expansão de 51,3% frente a igual período do ano passado, impulsionado, sobretudo, pelos aumentos de receita obtidos por empresas dos ramos de transporte aéreo de passageiros; hotéis; restaurantes; locação de automóveis; transporte rodoviário coletivo de passageiros; e serviços de bufê.

Regionalmente, todos os 12 locais investigados também registraram taxas positivas, em que sobressaíram os ganhos vindos de São Paulo (58,5%), seguido por Minas Gerais (82,7%), Rio de Janeiro (28,4%), Bahia (47,5%) e Rio Grande do Sul (70,7%).

Volume de transportes

Em abril de 2022, o volume de transporte de passageiros no Brasil registrou expansão de 2,3% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, acumulando, assim, um ganho de 27,7% entre novembro de 2021 e abril de 2022.

Dessa forma, o segmento em abril se encontrava 0,1% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 23,1% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

Depois de dois anos e dois meses, o transporte de passageiros superou pela primeira vez o patamar pré-pandemia, ratificando, assim, a maior mobilidade da população, refletida no aumento das receitas das empresas que operam os transportes de passageiros nos seus diversos modais: aéreo, rodoviário e metroferroviário.

Por sua vez, o volume do transporte de cargas apontou ligeiro decréscimo (-0,1%) em abril de 2022, após ter avançado 11,1% entre outubro de 2021 e março de 2022. Ainda assim, o segmento continua operando muito próximo (-0,1% abaixo) do ponto mais alto de sua série, alcançado em março de 2022. Com relação ao nível pré-pandemia, o transporte de cargas está 23,1% acima de fevereiro de 2020.

No confronto com igual mês do ano anterior, sem ajuste sazonal, o transporte de passageiros assinalou a 13ª taxa positiva seguida ao avançar 81,6% em abril de 2022, ao passo que o transporte de cargas, no mesmo tipo de confronto, cresceu 9,9%, registrando, assim, o 20º resultado positivo consecutivo.

No indicador acumulado do primeiro quadrimestre deste ano, o transporte de passageiros mostrou expansão de 53,8% frente a igual período de 2021, enquanto o de cargas avançou 12,0% no mesmo intervalo investigado.

Tá, e daí?

De acordo com o BTG Pactual (BPAC11), em abril o setor de Serviços apresentou alta de 0,2%, abaixo do esperado pelo consenso de mercado, mas dentro do intervalo de expectativas. Vale ressaltar que o desvio padrão para o dado mensal estava em 1,9%. O avanço na margem mês foi beneficiado pela alta em Serviços Prestados às Famílias, com destaque para o grupo de alojamento e alimentação, impulsionado pelos dois feriados prolongados no mês.

Por sua vez, a redução da mobilidade social média diante da menor quantidade de dias úteis no mês impediu o avanço de Serviços Técnicos-Profissionais e Armazenagem.

Dessa forma, observamos alta em duas das cinco atividades pesquisadas. Destaque para o avanço de 1,9% m/m nos Serviços Prestados às Famílias e 0,7% m/m em Informação e Comunicação.

“Após a divulgação do PIB do 1T22, os dados do setor dos últimos meses foram revisados, março revisado de 1,7% para 1,4%, fevereiro de 0,4% para -0,1%.  Com estas revisões, o setor encerrou o 1T22 com uma alta de 1,6%, vindo de 1,8%”, destacou.

E para frente?

Ainda de acordo com o banco de investimentos, para o 2T22, caso o setor apresente estabilidade nos próximos meses, maio e junho, Serviços deve crescer 1,1% com relação ao 1T22, deixando uma contribuição positiva para o crescimento da atividade econômica no trimestre, mas desacelerando com relação ao último tri.

Além disso, no curtíssimo prazo, as perspectivas para o setor de Serviços conversam com as do Varejo, com espaço para leituras positivas na margem pelos efeitos dos estímulos governamentais, como a liberação de recursos do FGTS, e pela melhora na margem do mercado de trabalho e do rendimento real.

“Por sua vez, no ano, ressaltamos que o quadro inflacionário e o endividamento das famílias em patamar elevado, são possíveis elementos detratores. Para 2022, caso o setor apresente estabilidade até o final do ano, ele pode apresentar crescimento de 5,6%, sinalizando que a inflação de Serviços deve seguir como ponto de atenção para os próximos meses”, frisou.