O ETF de criptos HASH11 alcançou 130 mil cotistas e ultrapassou o BOVA11. Isso com apenas nove meses de existência. Trata-se do primeiro exchange-traded fund de criptos do Brasil.
O BOVA11, que está há 14 anos no mercado, é um fundo de índice que apresenta rentabilidade semelhante ao Ibovespa (IBOV).
Com essa escalada, o HASH11, que pertence à corretora Hashdex, já é o segundo com maior número de cotistas na B3, atrás apenas do IVVB11, que replica o S&P 500.
O ranking é originário do último boletim de ETFs da B3, que apresenta os fundos de índice com o maior número de cotistas em dezembro de 2021.
O segmento de criptos pode ter sido beneficiado pelo ciclo de alta deste mercado. Esse movimento de elevação foi visto em 2013, 2017 e mais recentemente em 2021. Trata-se de um fenômeno causado pela entrada de novos investidores, o que acaba aditivando o ativo.
Por conta disso, muitas corretoras, bancos de investimentos e assessorias de investimentos têm recomendado ETFs como forma de rebalanceamento de carteira ou apenas para diversificação.
Outro ponto que chama a atenção diz respeito ao retorno (rentabilidade) dos ETFs, visto que em 2021 o Bitcoin performou bem, enquanto o Ibovespa, replicado pelo BOVA11, acumulou perdas.
Para se ter ideia, a rentabilidade do Bitcoin em 2021 foi de 75,83%, enquanto o Ibovespa recuou 11,93% no ano. O Bitcoin foi um dos poucos ativos a entregar retornos acima da inflação em 2021. Os dados são da Economatica.
O que é HASH11?
O HASH11 é um fundo de índice listado na B3 que replica o Nasdaq Crypto Index (NCI), índice que busca refletir globalmente o movimento do mercado de criptoativos.
O fundo busca retornos de investimentos que correspondam de forma geral à performance em Reais (R$), antes de taxas e despesas, do NCI (Nasdaq Crypto Index) – um índice co-desenvolvido pela Nasdaq e pela Hashdex para representar o mercado geral de criptoativos, acompanhando sua evolução.
Como política de investimento, para atingir seu objetivo, o fundo investirá no mínimo 95% de seu patrimônio em cotas do fundo de índice alvo, o Hashdex Nasdaq Crypto Index ETF, ou em posições compradas no mercado futuro, de modo a refletir de modo geral a performance do NCI.
Quem investe?
O HASH11 pode receber investimentos de investidores em geral, ou seja, não está limitado a investidores qualificados ou profissionais. Está acessível para qualquer pessoa física ou jurídica.
O fundo é destinado a investidores em geral que aceitem os riscos inerentes ao investimento e busquem rentabilidade condizente com o objetivo do fundo.
As cotas do ETF podem ser adquiridas via qualquer home broker com acesso à B3, com o ticker HASH11.
Em sua estrutura, o investidor compra cotas do HASH11, que é constituído no Brasil e regulado pela Instrução 359/02, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Este fundo, por sua vez, investirá em cotas do Hashdex Nasdaq Crypto Index ETF, fundo constituído nas Ilhas Cayman e listado na Bermuda Stock Exchange (BSX).
Essa estrutura (ETF brasileiro que adquire cotas de ETF estrangeiro) é utilizada por diversos ETFs disponíveis na B3.
Qual é a diferença entre investir em Criptoativos via fundos e via o ETF?
O HASH11 oferece a investidores em geral exposição próxima de 100% à carteira teórica de criptoativos definida pelo Nasdaq Crypto Index.
Os demais fundos da Hashdex apresentam diferentes graus de exposição a cripto, de acordo com critérios de investimento no exterior estabelecidos pela CVM para diferentes tipos de investidores.
Além disso, a compra e venda de cotas é feita no ambiente da B3, via home broker, como se fosse uma ação. Isso permite exposição ou saída imediata ao ativo a preços de mercado (se houver liquidez), sem os prazos normais de cotização e resgate aplicáveis aos demais fundos.
Qual a tributação?
De maneira geral, 15% de IR sobre o ganho de capital para alienação de cotas no mercado secundário. Não há IOF e come-cotas. O imposto de renda deve ser recolhido até o último dia útil do mês seguinte ao da operação via DARF.
O que é ETF
ETF (Exchange Traded Funds) são um conjunto de ações composto por empresas com ações na bolsa e que representam algum índice.
Em resumo, ETFs são fundos de investimento, isto é, uma espécie de “condomínio” de pessoas que visam investir o seu capital em conjunto. Porém, eles têm algumas diferenças fundamentais que os distinguem dos fundos mais tradicionais.
A primeira delas é que os ETFs estão sempre ligados a índices de referência, conhecidos como subjacentes.
Na prática, isso quer dizer que o gestor de algum desses fundos adotará alguma estratégia de ação de modo a replicar a do indicador de referência, isto é, ajustar a composição do ETF de uma maneira em que ele possua a mesma aparência que o índice em questão e que, por consequência, entregue resultados muito semelhantes ao dele.
Como funciona o ETF
Digamos que no mercado de ações você comprou o BOVA11. Isso quer dizer que o fundo em que você investiu seguirá o movimento do índice Bovespa. Se o índice cair ou subir, o conjunto das ações que compõem o seu ETF seguirá esse movimento.
Esse movimento acontece, pois o papel do gestor do fundo, nesse caso, será o de alocar os investimentos financeiros nas mesmas ações e na mesma proporção que constam na carteira do índice.
Em segundo lugar, a negociação do ETF é feita no pregão da bolsa de valores da mesma forma que é feita a negociação de ações. Então, você pode comprar e vender ETF da mesma forma como faz com as suas ações, através das plataformas de investimento.
Para tanto, basta digitar o código do ETF e indicar o valor que você deseja realizar a operação. O desempenho desse fundo oscilará respondendo à oferta e à demanda pelas cotas no mercado, além, é claro, da já mencionada performance das ações que fazem parte do ETF.
Histórico ETFs
De acordo com um estudo conduzido pelo Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV) em 2019, os ETFs já estão presentes no mercado internacional desde o início da década de 1990, destacando-se a proeminência dos mercados de países como Estados Unidos e Canadá.
Já no Brasil, esse tipo de produto de investimento teve sua regulamentação pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) somente em 2002, tendo sido o primeiro ETF, o PIBB11, lançado somente em 2004.
O PIBB11 (Papéis de Índice Brasil Bovespa) tem como referência o IBrX-50, índice formado pelas 50 ações mais negociadas e representativas da bolsa brasileira. Ele foi criado para estimular o acesso dos pequenos investidores ao mercado de ações e é atualmente administrado pelo Itaú.
Representatividade
Segundo o Investment Company Institute (2022), o mercado global movimentou em 2021 cerca de US$ 7,2 trilhões alocados em ETFS, sendo que o mercado norte-americano representa 71% deste volume; a Europa, 15%; a Ásia, 11%; e o resto do mundo, apenas 3%.
Para se ter uma noção, no Brasil, em 2018, o volume de recursos investidos em ETFs era de cerca de R$ 7 bilhões, representando somente 0,2% do montante investido em fundos de investimento no país, de acordo com dados obtidos pela FGV.
Apesar disso, no mercado brasileiro, o interesse por esse tipo de investimento vem crescendo, e, nos últimos anos, uma série de novos ETFs foram lançados. Em 2018, havia no país somente 15 ETFs, sendo todos de renda variável e nenhum de renda fixa.
Investir em criptomoedas sem comprá-las diretamente: vale a pena?
Existem na bolsa brasileira ETFs (Exchange Traded Funds) que investem em criptoativos. Entre eles, o HASH11 e o QBTC11.
Para o investidor menos experiente, ou que ainda tem algum receito do mundo cripto, há algumas vantagens de investir nesses ativos sem precisar comprá-los diretamente.
Conhecer os fundamentos das criptomoedas
Engana-se quem pensa que o mundo dos criptoativos é todo igual. Apesar de serem investimentos de altíssima volatilidade (com exceção das stablecoins), as criptomoedas possuem muitas diferenças entre si. Logo, para minimizar os riscos e fazer a escolha certa, é preciso conhecer os fundamentos nos quais estão baseados esses ativos.
Normalmente, esses fundamentos estão registrados no white paper da criptomoeda. Nesse sentido, o documento serve como um guia, que explica de que forma o ativo foi criado, qual a sua aplicabilidade, entre outros aspectos.
Algumas das criptmoedas de maior capitalização de mercado, como o bitcoin (BTC) e o cardano (ADA), por exemplo, possuem os seus aspectos técnicos detalhados em white papers. Logicamente, isso não as torna menos voláteis ou arriscadas.
No entanto, quando se conhece os seus fundamentos, o investimento se torna mais transparente.
Mais segurança
De forma geral, as exchanges (corretoras de criptoativos) possuem sofisticados sistemas de segurança. No entanto, não são tão raros os ataques cibernéticos a essas instituições, pois o anonimato e a descentralização das transações, de certa forma, motivam a atuação de hackers.
Em outras palavras, se a sua conta bancária sofrer um ataque de hackers, existem mecanismos para que você seja ressarcido e para que os criminosos sejam encontrados.
Porém, em um sistema financeiro descentralizado, não há nenhuma autoridade que garanta a segurança das transações. Logo, se a sua carteira de criptomoedas sofrer um ataque cibernético, você não terá a quem recorrer.
Uma sugestão para proteger a carteira de criptomoedas são as wallets, dispositivos físicos que podem ser tanto ligados à internet quanto utilizados off-line. Porém, as wallets mais seguras possuem custos, e, dependendo do volume de criptos a serem guardadas, pode não valer a pena o investimento.
Menores custos
Por fim, quem deseja comprar criptmoedas diretamente precisa prestar muita atenção às taxas cobradas pelas exchanges. Nesse sentido, há diversos custos envolvidos, como taxas de ordens, depósitos, saques, transferências, entre outros.
E esses custos variam bastante entre as corretoras, logo, é importante pesquisá-los, pois dependendo do caso esses gastos podem comprometer a rentabilidade do investimento.
Nesse sentido, normalmente é mais barato adquirir ativos atrelados a criptomoedas. Isso porque você terá, basicamente, as taxas normais de alguns fundos de investimentos.
E como investir indiretamente em criptomoedas?
Na bolsa brasileira, existem ETFs (Exchange Traded Funds) que investem em criptomoedas como o HASH11 e o QBTC11.
HASH11
Lançado em abril de 2021, o HASH11 é hoje o segundo maior ETF da bolsa brasileira. Nesse sentido, o fundo tem como referência o Nasdaq Crypto Index (NCI), índice que busca representar as principais criptomoedas do mercado.
Atualmente, o NCI é formado por oito criptomoedas: bitcoin, ethereum, litecoin, bitcoin cash, chainlink, uniswap, filecoin e stellar. Nesse sentido, a participação mais expressiva no fundo fica por conta do bitcoin, que representa mais de 60% do índice.
A cada três meses, é feito um rebalanceamento do índice. Isso significa que, periodicamente, novas criptomoedas podem entrar, ao passo que outras poderão deixar de compor o NCI.
O HASH11 é um ETF de ETFs. Ou seja, ele investe em criptomoedas por meio de cotas de outro fundo, o HDEX.BH (Hashdex Nasdaq Crypto Index). Por sua vez, o HDEX.BH é um fundo listado na Bermuda Stock Exchange (Ilhas Cayman).
Perfil do HASH11
O HASH11 tem como gestora a Hashdex e é administrado pela Genial Investimentos. Em relação aos custos, possui taxa de administração de 1,3%, já considerando o fundo de índice-alvo.
Atualmente, o HASH11 possui um patrimônio superior a R$ 1,5 bilhão, distribuído entre cerca de 118 mil cotistas.
QBTC11
Diferentemente do HASH11, que investe em várias criptomoedas, o único ativo-alvo do QBTC11 é o bitcoin. Esse ETF foi lançado na B3 em junho de 2021, e é o segundo ETF de bitcoin do mundo, depois do QBTCC, do Canadá.
O QBTC11 tem lastro em bitcoins físicos, armazenados em custodiantes. O objetivo desse ETF é replicar o índice da CME CF Bitcoin Reference Rate. Já o índice é negociado pelo Chicago Mercantile Exchange Group, a maior bolsa de derivativos do mundo.
Perfil do QBTC11
O QBTC11 tem a gestão da QR Capital e o seu coordenador líder é o BTG Pactual. Quanto aos custos, é cobrada taxa de administração de 0,75%, e não há taxa de performance.
O fundo é destinado ao público em geral. Em 16 de julho, o patrimônio líquido do QBTC11 era de R$ 118,2 milhões.
QETH11, o ETF da plataforma Ethereum
Ao que tudo indica, o mercado dos criptoativos continuará aquecido nos próximos meses. Recentemente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou a criação de mais um ETF de criptoativos. Dessa vez, o fundo terá como benchmark o ether, criptomoeda negociada na plataforma Ethereum, e se chamará QETH11.
O ether é a segunda maior criptomoeda do mundo. Em relação ao bitcoin, o seu grande diferencial é a adaptabilidade e flexibilidade de suas aplicações. Um exemplo disso são os “contratos inteligentes”, também baseados no blockchain, tecnologia totalmente descentralizada. No entanto, esses contratos podem agregar outras funcionalidades, como recebimentos e pagamentos, por exemplo.
O índice de referência do QETH11 será o CME CF Ether Reference Rate, e a administradora será a Vortx.
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