Um investimento financeiro é a ponte que permite que muitas pessoas alcancem a independência financeira. Mas você sabe quais os tipos que existem?
Antes de falar de investimento financeiro, vamos começar entendendo o que é um ativo.
A palavra “ativo” é utilizada para indicar os bens, valores, créditos e direitos que formam um certo patrimônio. O que caracteriza o ativo financeiro e o diferencia de outros tipos de ativos é que normalmente ele tem a natureza “de papel”. Na maioria das vezes, ele se apresenta no formato de “documento”.
O que é investimento financeiro?
Investimento financeiro pode ser classificado como operações de compra e venda de ativos. O objetivo é repor o valor de compra, além de obter lucro na operação.
Poderíamos dizer que o objetivo de um investimento financeiro é fazer que “o dinheiro faça mais dinheiro”.
Temos basicamente duas formas de investir: aplicando em renda fixa ou em renda variável.
Investimento financeiro em renda fixa
Quando uma pessoa investe em renda fixa, ela está emprestando dinheiro ao emissor do título. Por sua vez, o emissor pagará ao investidor uma certa quantia de juros.
Em resumo, se baseiam em “acordos” entre investidores e emissores de títulos. Assim, um investimento financeiro em renda fixa tem certa garantia de retornar juros após um determinado período.
Nos casos de títulos pré-fixados, os juros são definidos no momento que o investimento for firmado. Por exemplo, um título que paga 7% ao ano.
Quando o título é pós-fixado, a taxa de juros é vinculada a algum índice. Os índices mais utilizados no mercado são o Certificado de Depósito Intermediário (CDI), representando a curva de juros e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), representando a inflação.
Em relação à emissão, temos basicamente três grandes emissores de títulos de renda fixa. Veja a seguir.
Investimento financeiro: o governo brasileiro como emissor
Os títulos do Tesouro Direto são títulos públicos que representam uma forma de financiar a dívida pública brasileira. Permitem que os investidores emprestem dinheiro para o governo, recebendo em troca juros.
Investimento financeiro: instituições financeiras como emissoras
Uma das formas dos bancos conseguirem o capital para conceder linhas de crédito aos próprios clientes é emitindo títulos de renda fixa. É isso mesmo, é assim que os bancos ganham dinheiro: é não é pouco!
O investidor empresta dinheiro para o banco comprando um título de renda fixa (que o próprio banco emitiu). Em troca, recebe uma determinada quantia de juros.
O banco, por sua vez, pega esse dinheiro que o investidor emprestou e empresta para outra pessoa. Ou seja, concede uma certa linha de crédito a uma taxa de juros mais alta do que ele está pagando para o investidor inicial. É isso que se chama “spread bancário”.
Investimento financeiro: as grandes empresas privadas como emissoras
Para determinadas finalidades de expansão, grandes empresas podem recorrer “ao mercado” e aos investimentos financeiros.
A empresa pode emitir debêntures, que representam títulos de crédito de uma dívida. Na prática, investindo em uma debênture o investidor está emprestando o próprio dinheiro para a empresa emissora do título que utilizará o dinheiro para financiar sua expansão.
Investimento financeiro em renda variável
Ativos de renda variável são aqueles cuja remuneração não pode ser dimensionada no momento da aplicação. Por isso mesmo, podem variar positiva ou negativamente de acordo com as expectativas do mercado.
O investidor de renda variável acredita que está comprando um ativo mais barato do que ele acha que vai conseguir vender no futuro.
A lista de ativos de renda variável é grande. Mas as principais opções disponíveis são as explicadas a seguir.
Investimento financeiro: ações
As ações são as parcelas que compõem o capital social de uma empresa. Ou seja, são as mínimas unidades de títulos emitidas por sociedades anônimas.
Esse é o motivo pelo qual o valor delas sempre varia: o mercado está sempre “precificando” o valor de uma empresa de acordo com o que acontece com ela — resultados comerciais, por exemplo — e com o cenário econômico em geral. O preço do petróleo, por exemplo, é algo que afeta muitos mercados.
Quando um investidor compra uma ação, ele se torna sócio da empresa que a emitiu.
Investimento financeiro: commodities
As commodities correspondem a produtos de qualidade e características uniformes, que não são diferenciados de acordo com quem os produziu ou sua origem, sendo seu preço determinado pela oferta e procura internacional. Basicamente, são todas as matérias-primas essenciais que possuem baixo nível de industrialização.
Tanto é que as commodities negociadas na bolsa são, principalmente, relacionadas ao agronegócio (café, soja, açúcar, boi gordo, etanol, entre outros) e a indústria de extração de minérios. Neste último caso, o minério de ferro é o exemplo mais famoso.
Investimento financeiro: moedas estrangeiras
Moedas estrangeiras negociadas internacionalmente estão sempre variando. Por esse motivo, o investidor que acredita que consegue prever essa oscilação pode ganhar dinheiro apostando na volatilidade. Por isso compra quando a moeda estiver em baixa e revende quando a moeda estiver em alta.
O que é um fundo de investimento?
Um fundo de investimento nada mais é que uma carteira de ativos financeiros gerenciados por uma gestora. Ela disponibiliza cotas dessa carteira para compra por interessados. Com isso, consegue fazer a captação de recursos.
Na prática, o investidor que pretende investir em um determinado fundo, tem que comprar suas cotas com o objetivo de aumentar o próprio patrimônio de acordo com o aumento do valor da cota.
Agora, se o fundo for um fundo fechado, o investidor que pretende aplicar os próprios recursos nele terá que comprar as cotas de algum investidor que queira sair do fundo e que, portanto, venderá as próprias cotas ou esperar que o fundo abra para captação de recursos de novos investidores.
Diferente de quando se trata de um fundo aberto: o investidor poderá ingressar e sair do fundo sem precisar que outro investidor tome o lugar dele.
Investimento financeiro: quais são os tipos de fundos de que existem?
Os fundos de investimentos são classificados de acordo com a composição da carteira, objetivo de rentabilidade e prazo de aplicação. Vamos ver as principais opções.
Investimento financeiro: fundo de renda fixa
Os fundos de renda fixa direcionam, no mínimo, 80% dos seus investimentos em ativos de renda fixa pré-fixados ou pós-fixados. Por esse motivo, normalmente a rentabilidade desses fundos costuma seguir o CDI.
Investimento financeiro: fundo de curto e de longo prazo
É importante destacar que a classificação “curto prazo” e “longo prazo” não tem nada a ver com os objetivos de “prazos” do investidor. Se relacionam à natureza dos títulos de renda fixa que compõem o patrimônio líquido do fundo.
Um fundo se define de curto prazo se sua carteira é composta por títulos públicos federais ou por títulos privados de baixo risco de crédito com prazo máximo de 365 dias e prazo médio de 60 dias. Por outro lado, são considerados fundos de investimento de longo prazo aqueles cuja carteira de títulos tenha prazo médio igual ou superior a 365 dias.
Investimento financeiro: fundo de ações
Os fundos de investimentos em ações direcionam ao menos de 67% dos seus investimentos em ações da bolsa de valores. Dessa forma, a rentabilidade esperada dependerá da valorização das ações que fazem parte da carteira do fundo.
Investimento financeiro: fundos cambiais
Os fundos cambiais são compostos por investimentos em moeda estrangeira, como os títulos públicos dos governos de outros países.
Investimento financeiro: fundos multimercado
Os fundos multimercados são fundos de investimentos cujo gestor tem liberdade para adquirir títulos de quaisquer classes de ativos, e em qualquer proporção. Isso significa que o patrimônio de um fundo multimercado pode ser composto tanto com títulos de renda fixa como de ações, sem ter uma percentagem de cada classe de ativo estabelecida.
Investimento financeiro: e os fundos imobiliários?
Fundo de investimento imobiliário (FII) é um pouco diferente dos fundos que vimos até agora. Isso porque ele continua sendo uma comunhão de recursos. Mas dessa vez, no lugar do patrimônio ser formado por ativos financeiros, ele é destinado à aplicação em empreendimentos imobiliários. O FII é constituído sob a forma de um condomínio fechado e as suas cotas são negociadas na bolsa de valores como se fossem ações.
O interessante quando falamos de fundo imobiliário é que o investidor recebe um aluguel proporcional ao número de cotas do fundo que ele dispõe em carteira. Isso acontece porque quem compra cotas de fundo imobiliário está adquirindo um “pedacinho” dos imóveis que compõe o patrimônio do fundo. Portanto, ele terá direito a receber uma quantia do total dos aluguéis que o administrador do fundo recebe diretamente dos inquilinos.
Vale lembrar inclusive que as cotas de FIIs são negociadas na bolsa. Então elas sofrem uma certa volatilidade. O que isso significa? Que não é o investimento indicado para o investidor conservador, mas o investidor sofisticado pode enxergar uma oportunidade de investimento na especulação da valorização das cotas.
Como começar um investimento financeiro?
Para começar, é necessário saber analisar algumas características de um investimento financeiro, são eles:
- Conceitos básicos sobre o mercado financeiro;
- Segurança nos investimentos;
- Alternativas de aplicações financeiras;
- Estratégias de alocação.
Como deve ser feita a análise de um investimento financeiro?
Observar alguns componentes básicos de um investimento financeiro podem ajudar para que você aprenda a avaliá-lo: como a inflação, Selic e CDI.
Esses serão os fatores que darão o norte para as suas decisões.
Um investimento financeiro deve superar a inflação
Inflação é o índice que mede a alta dos preços de produtos e serviços dentro da economia.
Imagine que há um ano atrás, você reservou R$ 100,00 reais das suas economias para comprar maçãs, que na época custavam R$1,00 real a unidade.
Supondo que durante este ano a inflação foi de 10% na economia, seu dinheiro será impactado desta forma: as maçãs passaram a ser 10% mais caras, custando R$1,10 a unidade.
Seus R$ 100,00 reais que antes compravam 100 maçãs, hoje compram 90. É desta forma que a inflação impacta no seu dinheiro. O que comprávamos há 1 ano atrás, não é o mesmo que compramos hoje.
Para guardar seus recursos e não perder o poder de compra, não basta apenas que se tenha algum rendimento. Este rendimento deve superar a inflação. Esta é a primeira lição sobre um investimento financeiro.
Um investimento financeiro deve render pelo menos a Selic
A Selic é a taxa de juros básica da economia brasileira, determinada pelo Banco Central e utilizada para controlar a inflação.
Se a inflação sobe, o BC pode controlá-la através da alta da Selic, que representa a alta do custo de crédito. Se o crédito fica mais caro, passamos a consumir menos. Se a taxa Selic cai, o efeito é o contrário.
A Selic também serve como referência para a remuneração dos títulos públicos federais.
Quando o governo brasileiro pega recursos emprestado com investidores através dos seus títulos pós-fixados, pagam a taxa Selic. Emprestar dinheiro para o governo, ou seja, comprar títulos públicos, será o investimento de maior segurança dentro da economia.
O risco do Estado dar calote é bem menor do que qualquer outra instituição privada do país. Desta forma, não há justificativa para se ter um investimento que pague menos que a Selic.
Um investimento financeiro deve render assim como a Selic, pelo menos 100% do CDI
CDI é a taxa de juros utilizada no mercado interbancário. Quando um banco pega recursos emprestados com outro banco, ou com investidores, usará a taxa CDI como referência para a remuneração que será paga pelo empréstimo.
Quando você investe em um CDB por exemplo, você está emprestando dinheiro a um banco, e sua remuneração será balizada pelo CDI.
Como os bancos aqui no Brasil consideram ter o mesmo risco de crédito de um título público, o CDI estará sempre sendo negociado no mesmo patamar da taxa Selic.
Se temos uma Selic de 7% a.a., o CDI estará bem próximo deste resultado. Se a Selic subir, o CDI sobe, se cair, o CDI cai. O quanto está o CDI deve funcionar como o rendimento mínimo aceitável de uma aplicação financeira.
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