O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a pedir ao Banco Central a redução da Selic, a taxa básica de juros, hoje em 13,75% ao ano. Em entrevista ao UOL, nesta quarta-feira (1º), ele reiterou declarações da véspera pedindo maior convergência e reciprocidade entre a política fiscal e a política monetária.
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Na terça, ao anunciar a reoneração parcial da gasolina e do etanol, Haddad disse que a busca por ampliar a arrecadação e reduzir o déficit fiscal era parte da estratégia apontada pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) em sua última ata como necessária para iniciar o processo de queda da Selic.
A reoneração deve garantir, até o fim do ano, cerca de R$ 28 bilhões em arrecadação. Ao ser questionado se sua fala era uma pressão sobre o Copom, ele negou. “Tomamos uma medida que contribui para a política desejável de redução dos juros. Não pressionei, só lembrei o que estava na ata”, disse. “Se vai reduzir ou manter, é uma decisão da autoridade monetária.”
A próxima reunião do Copom será em 21 e 22 de março. Em geral, as atas anteriores sinalizam um cenário para possível mudança no encontro seguinte, o que não aconteceu dessa vez, apesar das citações de importância da definição de um novo arcabouço fiscal para o afrouxamento da política monetária.
Segundo Haddad, a Selic alta prejudica investimentos e, por extensão, dificulta o aquecimento da economia. “Temos que dar um horizonte aos investidores porque a taxa de 13,75% é muito difícil. Nós, da Fazenda, temos que concorrer para ajudar”, disse o ministro.
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Haddad não vê cenário para tirar autonomia do BC
Fernando Haddad deu a entender que o governo não vai se esforçar para mexer na autonomia do Banco Central e no estabelecimento de um mandato para o presidente que se choca com eventuais mudanças de governo – Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), fica no cargo até dezembro de 2024.
”É uma novidade no Brasil, o presidente assumir e ficar o mesmo presidente do BC, mas não vejo ânimo do Congresso para rever isso”, disse Haddad. Em várias manifestações recentes, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disseram que o assunto foi um “avanço” e não deve entrar em pauta novamente.
O ministro da Fazenda disse ainda que se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda-feira para fechar os últimos detalhes do programa Desenrola, que será criado para facilitar a recuperação de crédito de pessoas físicas e também tentar estimular a atividade econômica.
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