O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (30) que a pasta vai trabalhar em conjunto com o Banco Central para lançar um pacote de medidas de estímulo ao crédito no Brasil. Ele participou de encontro com a diretoria da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
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Haddad disse ter conversado com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e discutido formas de “desengavetar ações”. “Temos muito o que fazer em relação ao crédito no Brasil. Vamos desengavetar todas as iniciativas do Banco Central que estavam paralisadas dentro do Executivo”, disse o ministro da Fazenda.
Como o presidente do BC tem mandato e não foi mudado com a troca de governo, Haddad tem buscado um entrosamento com Campos Neto. Segundo ele, as ações devem ser definidas e anunciadas daqui a duas semanas.
“Em 15 dias vamos ter todas as medidas na mão e vamos encaminhar ao Congresso Nacional, depois de uma avaliação interna no Ministério da Fazenda. São medidas que vão melhorar o ambiente de negócios no Brasil. A ideia é que, em março, a gente já encaminhe isso para a Casa Civil”, prometeu Haddad.
Durante a reunião na Fiesp, o ministro disse ainda que o Banco Central estuda oferecer uma nova função ao Pix. “Em meados deste ano, o Pix vai virar instrumento de crédito. Isso vai baratear muito o crédito no Brasil. Isso está na agenda do BC e vai ser lançado ainda neste ano”, afirmou, sem dar mais detalhes.
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Reforma tributária: “Congresso deve abraçar”, diz Haddad
Fernando Haddad disse que espera que o Congresso Nacional volte a “abraçar” o tema da reforma tributária após as eleições para as presidências do Senado e da Câmara. Segundo ele, os governadores também já se manifestaram favoráveis à votação da reforma.
“Todos os governadores se manifestaram, inclusive formalmente e publicamente, a favor da votação da reforma, que só não foi votada no ano passado porque ainda se insistia na agenda da contribuição (CPMF, Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras). Isso aí acabou criando obstáculos para aprovação da reforma”, explicou..
Haddad repetiu o que tinha afirmado em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial, de que a reforma tributária será discutida em duas etapas. A primeira delas deverá ser feita ainda no primeiro semestre deste ano. “Não queremos mexer com o Simples nessa primeira etapa. Imagino que, no segundo semestre, em tudo dando certo no primeiro, a gente vai poder endereçar outros assuntos.”
O ministro da Fazenda destacou também que o trabalho do governo será de “alta intensidade” e que vai priorizar as agendas fiscal, regulatória e de crédito nos próximos meses. “Vejo uma enorme oportunidade. Primeiro, na agenda fiscal, que vem a ser a aprovação da reforma tributária e do novo arcabouço fiscal que já vai pacificar o Brasil. Temos que sair da agenda de curtíssimo prazo”, defendeu.
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Energia limpa para investidores internacionais
Na questão regulatória, Haddad destacou que o Brasil tem uma oportunidade de se reindustrializar a partir do uso de energia limpa.
“O mundo inteiro está em busca de energia limpa. As indústrias estão escolhendo locais para se instalar com base em energia limpa. E o Brasil é o país que está mais bem posicionado para produzir energia eólica, solar, biomassa, tudo o que está disponível”, declarou.
Segundo ele, essa especialização no tema pode ajudar a atrair investimentos estrangeiros ao Brasil e ampliar a industrialização do capital nacional. “Acredito que a mudança climática, a crise climática, pode nos oferecer um caminho de desenvolvimento muito interessante”, destacou Haddad.
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Estímulo ao Mercosul e ao estímulo profissionalizante
Aos diretores da Fiesp, o ministro também defendeu o fortalecimento do Mercosul como forma de melhorar a capacidade de negociação da região com outros países e blocos do mundo. Para o ministro, seria importante integrar outros países ao bloco, como a Bolívia, e também avançar para uma zona de livre comércio.
“Devemos transformá-lo em um bloco econômico e negociar em bloco com China, União Europeia, Estados Unidos e com quem for. Quanto mais a gente adensar o bloco, maior vai ser nossa capacidade de negociar bons acordos comerciais com o mundo”, disse Haddad.
O ex-ministro da Educação (2006-2012) afirmou que defende o incentivo ao ensino profissionalizante durante o Ensino Médio. “No mundo inteiro existe foco nessa etapa, pois cuidar da juventude vai garantir a força de trabalho para o país”, concluiu Haddad.
Nesta terça-feira, Haddad segue em São Paulo para uma reunião com dirigentes da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), também para falar sobre crédito. Além dele, participarão os ministros Simone Tebet (Planejamento), Carlos Fávaro (Agricultura) e Esther Dweck (Gestão e Inovação Pública), além do presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante.
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