O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, como esperado pelo mercado, elevar a taxa básica de juros (Selic) de 13,25% para 14,25% na quarta-feira (19). Com o aumento de um ponto percentual surge o questionamento: quais os impactos para os investidores de fundos imobiliários (FIIs) ?
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O que disse o Copom?
No comunicado após a decisão desta quarta-feira, o Copom já adiantou que prevê um ajuste de menor magnitude na próxima reunião. Na terça-feira (25), a ata do Copom deve trazer mais detalhes sobre a decisão.
Além disso, Carolina Borges, analista da EQI Research, lembra que o comunicado também enfatizou a desancoragem das expectativas inflacionárias e a resiliência da inflação de serviços.
“O Copom mencionou a persistência da inflação de serviços como um risco de alta no cenário inflacionário, além do impacto das políticas econômicas internas, que pode ser maior do que o esperado”, explicou.
Mesmo com o aumento da Selic, o mercado de renda variável teve um desempenho positivo ao longo do ano, com o Ibovespa acumulando alta superior a 10%. No próprio dia da decisão, os juros futuros (DIs) registraram queda.
“Isso acontece porque o mercado está precificando que essa política monetária mais contracionista pode atingir o objetivo de desinflação, desacelerando a economia e permitindo a convergência da inflação para a meta”, afirmou Borges.
Selic: como os FIIs são impactados?
Para os fundos imobiliários, a taxa elevada tem efeitos distintos. “Os fundos de papel, que têm sua rentabilidade atrelada ao CDI ou à inflação, tendem a ser beneficiados em um primeiro momento”, ressaltou a analista.
Já os fundos de tijolo, que dependem mais da valorização de seus ativos e da queda dos juros para atrair investidores, podem sentir mais os efeitos negativos da Selic alta.
O Copom já sinalizou uma nova elevação da taxa, mas de menor magnitude, na próxima reunião. “O mercado precifica um fim do ciclo de aperto monetário na casa dos 15%”, disse Borges.
Segundo ela, a expectativa é de que, uma vez encerrado o ciclo de alta dos juros, a queda da Selic impulsione os FIIs, especialmente os de tijolo.
“O mercado sempre se antecipa, e quando os juros futuros começarem a ceder, veremos valorizações ainda maiores nos ativos de risco, como ações e fundos imobiliários”, concluiu.
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