O fundo Kinea Oportunidades Real Estate ($KORE11) finalizou sua primeira emissão de cotas com a captação máxima projetada, de R$ 962,5 milhões. Voltado para o mercado de lajes corporativas, ele será liberado para negociação no mercado secundário da B3 a partir de sexta-feira (8), com a cotação inicial de R$ 102,35.
“É uma notícia positiva, que mostra o potencial de capilarização e confiança dos investidores na gestão da Kinea, que conseguiu uma captação quase bilionária em um momento pouco favorável ao segmento de lajes corporativas”, aponta Carolina Borges, analista de FII da EQI Research.
O fundo agora parte para concluir suas primeiras aquisições: quatro edifícios da São Carlos ($SCAR3), cuja venda havia sido anunciada pela construtora em outubro, pelo valor total de R$ 865 milhões, sem a informação sobre o nome do comprador. Os edifícios são os seguintes;
- Centro Empresarial Botafogo, no Rio de Janeiro;
- Morumbi Office Tower, em São Paulo;
- Corporate Plaza, em São Paulo;
- Alameda Santos 2477, em São Paulo.
O grupo de imóveis negociados soma 58.875 metros quadrados de área bruta locável, e foi informado pelo KORE11 em sua lista de ativos-alvo no prospecto da emissão de cotas.
O site Brazil Journal chegou a publicar à época que a compra estava sendo feita por “um fundo da Kinea”, mas a informação foi negada pelo fundo de lajes corporativas da empresa, o Kinea Renda Imobiliária ($KNRI11), o que obrigou a São Carlos publicar outro fato relevante, explicando que a venda estava sendo feita a “um novo fundo”.
A transação financeira se dará da seguinte forma, segundo informações divulgadas anteriormente pela vendedora:
- 42,5% na primeira parcela na assinatura da escritura de compra e venda;
- 9,0% na segunda parcela em até 12 meses após a escritura, com correção pelo IPCA;
- 48,5% na parcela final em até 24 meses, após a escritura, também com correção pelo IPCA.
A conclusão do negócio ainda não foi informada pelas duas empresas. Vale lembrar que, com a captação e o formato anunciado para esse negócio, o KORE11 tem margem para buscar a aquisição de outros ativos. Para Carolina Borges, isso representa um bom começo nas atividades do novo fundo.
“O fundo projeta uma rentabilidade de proventos (dividend yield) da ordem de 15% ao ano nos dois primeiros anos, realizando as aquisições de modo parcelado, mas recebendo todo o aluguel desde o primeiro mês. A expectativa é de que, após os dois anos, o FII realize uma nova emissão para o pagamento remanescente. Caso o mercado não esteja favorável, foi acordado que o vendedor receberá o valor devido em cotas de uma nova emissão. Vamos acompanhar a alocação e a operação do fundo”, explica a especialista da EQI Research sobre o KORE11.