Olá, Investidor Inteligente, tudo bem?
O mês de janeiro foi emblemático para o mercado financeiro!
Provavelmente, vivemos o maior caso de fraude contábil da história do país: o caso das Americanas.
Muita gente perdeu dinheiro… fornecedores, clientes, bancos e, infelizmente, milhares de investidores.
Tanto pela compra direta das dívidas (debêntures, notas, etc) quanto por meio de fundos de crédito privado.
Para nós, vamos falar unicamente do nosso caso, dos investidores.
Quem são os culpados?
Os principais acionistas – a 3G Capital, formada por Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles?
Acionistas esses que deveriam saber de tudo (e, quem sabe, sido coniventes ou mandantes do esquema), mas afirmam que nada sabiam?
Os contadores, que operacionalizam as ordens dos diretores?
Os auditores, que são pagos justamente para encontrar erros em balanços?
As agências de rating, que deveriam perceber os dados inconsistentes com a realidade?
O ex-CEO Sérgio Rial, que denunciou a fraude?
Nesse momento, ainda temos mais perguntas do que respostas.
Agora veja o impacto que as Americanas causaram no mercado de fundos de renda fixa:
A linha preta mostra o CDI.
Já a linha laranja mostra o índice de crédito privado Idex-CDI JPD, calculado pela renomada gestora JGP.
Esse índice é medido pela variação dos preços das debêntures atreladas ao CDI.
De 2018 para cá, podemos ver que o índice performa bem acima do CDI.
Isso mostra que a classe – crédito privado – traz retornos bons a longo prazo.
Podemos notar também que tivemos dois eventos que trouxeram perdas para o investidor, pelo menos no curto prazo: o Covid e o Evento Americanas.
No evento do Covid, o grande problema foi a falta de liquidez.
Muitos investidores pediram o resgate de suas aplicações, forçando os gestores a venderem os títulos a preços cada vez mais baixos.
Já no Evento Americanas, além de uma corrida para resgates, ocorreu a REPRECIFICAÇÃO dos títulos desse emissor, que foram marcados inicialmente a 50% do valor; depois a 25%.
Hoje, está marcado a zero nas contas dos fundos e investidores.
A pergunta que me vem à mente é:
“Como o investidor inteligente pode se proteger de eventos como o caso das Americanas?”
Nassim Taleb é um renomado escritor e influenciador dos mercados.
Em seu livro “A Lógica do Cisne Negro”, Taleb aborda a armadilha que é darmos mais importância para o que conhecemos em vez de nos prepararmos para o imprevisível.
E quando falo “imprevisível”, é para eventos que realmente a possibilidade não passa por nossas cabeças.
Ao meu ver, o ocorrido com a Americanas era algo realmente imprevisível.
Ninguém do mercado cogitava tal evento. É o cisne negro, de Taleb!
E, por falta de conhecimento sobre eventos de alto impacto e de baixa probabilidade – também conhecidos como eventos de cauda…
… o investidor acaba negligenciando esse risco, tornando-o oculto em suas tomadas de decisões.
Mas, o Investidor Inteligente sabe – principalmente aquele com alguns cabelos brancos a mais – que, no mercado financeiro, os cisnes negros aparecem com frequência muito maior do que nos lagos de cisnes.
Em outras palavras, devemos nos proteger do imprevisível, ou melhor, do imponderável!
E, para isso, existem dois caminhos: não investir ou diversificar.
Eu opto pelo segundo!
E existe uma classe de ativos que nos últimos anos ficou negligenciada e que agora ressurge com a sua devida importância: os multimercados (FIM).
Nos últimos anos, os fundos multimercados sofreram com saques e com rentabilidade abaixo do ideal.
Quando os juros sobem, a renda fixa passa a pagar gordas taxas de juros com “menor” risco, atraindo os investidores e afugentando-os dos FIMs.
Além disso, os gestores de fundos multimercados no Brasil tradicionalmente performam mais em ciclos de queda dos juros…
De 2021 para cá, os juros subiram vertiginosamente, dificultando a boa performance da maioria dos fundos.
Veja como os fundos multimercados sofreram com saques:
O primeiro gráfico mostra o total, em bilhões, de patrimônio aplicado nos fundos multimercados.
O segundo mostra a captação (ou resgates) líquidos em bilhões, mês a mês.
Somente em agosto e em outubro, os multimercados conseguiram captar positivamente.
No restante de 2022, os resgates predominaram.
Agora observe a performance da média dos fundos multimercados, medida pelo índice IHFA.
Observe que uma aplicação de 100 mil reais feita em fevereiro de 2012 teria resultado aproximadamente em 250 mil reais se aplicássemos no CDI…
… e em 290 mil reais se aplicássemos na média dos fundos multimercados.
No longo prazo, o IHFA rendeu aproximadamente 116% do CDI.
Agora, observe os últimos 2 anos dos mesmos índices:
Caro leitor, veja que a média dos fundos multimercados nos últimos dois anos não superou o CDI.
E isso é bem normal! Os multimercados podem passar por períodos ruins…
Mas, me parece que estamos chegando num momento bom, que é justamente no início do ciclo de queda dos juros.
Segundo a EQI Asset, a taxa Selic deverá iniciar o seu ciclo de queda só a partir do segundo semestre, e no final do ano deverá estar próxima a 11,50%.
“Bom, Denys, entendi que os multimercados podem estar num bom momento de investimento. Mas o que isso tem a ver com as Americanas e a diversificação?”
Veja…
Os multimercados operam vários mercados: juros, moeda, ações, exterior, etc.
Operam, também, diversas estratégias: apostam na alta, na baixa, em pares…
Através das boas decisões do gestor, nos trazem rendimentos mais altos que o CDI com boa liquidez no médio/longo prazo.
Contudo, dificilmente um multimercado irá investir em crédito privado. Somente em casos muito específicos!
Por isso, o multimercado vem a ser uma classe que não apresenta o “risco das Americanas”, pois essa classe não toma risco de crédito.
Ao investir em um bom multimercado, você diversifica ainda mais as classes do seu portfólio e reduz a influência dos não tão raros “cisnes negros”!
E, como o bom momento para os multimercados está retornando, quero convidar você a assistir a live “Agora é a vez dos multimercados?”
Nessa palestra, trouxe o head de Fundos de Investimentos da EQI, Victor Campoy, para enriquecer o momento.
Você aprenderá sobre:
- O que é e quais são os diferenciais de um fundo multimercado (FIM)?
- Qual é o papel de um FIM em uma carteira balanceada de investimentos?
- Quais são os riscos e o que o investidor precisa saber antes de investir?
- Quais são os melhores FIMs do mercado?
- Conheça o fundo da EQI que tem alvo de CDI+5% a.a. e boa liquidez!
Portanto, se você quer aumentar seus retornos em 2023 sem necessariamente aumentar seu risco…
Não perca o vídeo!
Por Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos.
- Quer investir em fundos multimercado? Fale com a EQI!