É comum que investidores, especialmente os iniciantes, confundam os fundos multimercado com os fundos multiestratégia, devido a algumas semelhanças na forma como são geridos.
Carolina Borges, Head e analista de fundos imobiliários da EQI Research, explica que essa dúvida é natural, mas que, apesar de aspectos em comum, os dois tipos de fundos possuem características e focos bem diferentes.
“Os fundos multimercados têm um mandato de alocação bastante amplo e não se restringem ao universo imobiliário, ao contrário dos fundos multiestratégia, que focam exclusivamente nesse segmento”, esclarece a especialista.
Fundos Multimercado: flexibilidade e diversificação ampla
Os fundos multimercado são conhecidos pela grande flexibilidade em suas estratégias e pela diversificação de investimentos. Conforme Carolina Borges, eles podem aplicar recursos em uma variedade de ativos, incluindo ações, renda fixa, ouro, moedas e até mercados internacionais.
Essa diversidade depende do regulamento de cada fundo, que define as possibilidades de alocação, permitindo ao gestor ajustar a carteira conforme as condições macroeconômicas e oportunidades do mercado.
A liberdade de investimento permite ao gestor buscar as melhores oportunidades em diferentes classes de ativos, o que pode contribuir para a proteção da carteira em cenários variados.
“Nos fundos multimercado, o gestor tem a liberdade para investir fora do setor imobiliário, explorando diversas estratégias e ativos para otimizar a rentabilidade,” afirma a analista.
Fundos Multiestratégia: foco exclusivo no mercado imobiliário
Já os fundos multiestratégia, também chamados de hedge funds imobiliários, concentram seus investimentos exclusivamente no setor imobiliário.
“Eles podem investir em fundos imobiliários, ações do setor, títulos relacionados ao mercado imobiliário e imóveis diretamente”, explica Carolina.
Apesar da diversificação ser menor em comparação com os multimercados, os multiestratégia buscam aproveitar diferentes segmentos dentro do universo imobiliário, como fundos de tijolo (imóveis físicos) e fundos de papel (títulos imobiliários).
A gestão desses fundos é ativa e estratégica, com liberdade para o gestor direcionar recursos conforme a conjuntura do mercado imobiliário.
“Nos fundos multiestratégia, a alocação pode variar entre mais fundos de tijolo, fundos de papel ou ativos financeiros ligados ao setor, conforme a análise do gestor,” destaca a especialista.
Carolina Borges reforça que, embora esses fundos possam gerar confusão para alguns investidores, multimercado e multiestratégia não se sobrepõem e podem ser complementares em uma carteira diversificada.
“Dependendo do seu perfil e objetivos, você pode ter ambos para aproveitar as diferentes estratégias e reduzir riscos,” conclui.