O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, disse que há perspectiva de um declínio acentuado da inflação para este ano. Ele confirmou que o processo de desinflação nos EUA, com a queda da inflação, está começando, mas ainda há um longo caminho pela frente.
Este foi o primeiro discurso do presidente da autoridade monetária dos Estados Unidos após a elevação da taxa de juros em 0,25 ponto na semana passada.
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Powell disse ainda que o payroll, folha de pagamentos oficial dos EUA, veio muito acima do que se esperava e que o mercado de trabalho permanece muito forte.
“É bom ver o começo da desinflação sem ser às custas do mercado de trabalho. Mas se os dados continuarem fortes, podemos ter de aumentar ainda mais os juros”, comentou ele.
O presidente do Fed detalhou alguns itens da desinflação. Ele disse que o setor que está sentindo mais essas quedas na inflação é no setor de bens e espera que isso passe a ocorrer com o setor com o setor de habitação, o que deve ocorrer no segundo semestre”, comentou.
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Desinflação nos EUA: redução do balanço de ativos pode levar anos
Powell confirmou ainda que a redução do balanço dos ativos pode levar alguns anos. “Ninguém pode pensar que o Fed pode proteger a economia sem aumento do teto da dívida dos Estados Unidos”, disse ele.
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Além disso, o presidente do Fed voltou a dizer que a meta da autoridade monetária norte-americana é empurrar a inflação de volta para o nível de 2% e confirmou que esse é o maior desafio do momento. E pediu paciência.
“Precisamos ser pacientes e manter as taxas em um nível restritivo por um período antes de começar a baixá-las”, comentou.
Aumento de juros foi de 0,25 ponto porcentual
Há uma semana, o Fomc, ligado ao Federal Reserve (Fed) – órgão equivalente ao Comitê de Política Econômica (Copom), do Brasil – decidiu subir a taxa de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, confirmando as expectativas do mercado, para o intervalo 4,5% e 4,75% ao ano. A decisão foi tomada de forma unânime pelo colegiado.
Esta é a oitava alta consecutiva na taxa de juros norte-americana. Apesar da alta, o ritmo de crescimento do juro americano diminuiu de intensidade.
No comunicado, o Fed relata que os indicadores recentes da economia americana mostram um crescimento modesto do gasto e da produção. A geração de emprego foi forte nos últimos meses, com a taxa de desemprego permanecendo baixa. A inflação até perdeu força, embora continue elevada.
Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, avaliou que a mensagem do presidente do Fed demonstrou que não houve muita novidade com relação ao que já vinha sendo dito anteriormente: preocupações com a inflação e com o mercado de trabalho.
Com isso, Kautz explicou que a EQI Asset trabalha com uma taxa terminal de 5,25% e com mais dois aumentos de 0,25 ponto pela frente nas próximas reuniões.
Porém, disse que há riscos de que os juros continuem subindo mais do que o mercado vem precificando. Principalmente depois que o Payroll, divulgado na última sexta-feira, apresentou dados muitos mais fortes do que o esperado.
“A inflação vem desacelerando mas ainda se mantém em um patamar mais elevado daquele que o Fed gostaria. E o mercado de trabalho ainda não está refletindo a desaceleração da economia, o que já vem acontecendo”, disse ele.
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