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Fed eleva taxa de juros dos EUA em 0,25 p.p

Fed eleva taxa de juros dos EUA em 0,25 p.p

O FOMC, ligado ao Federal Reserve (Fed) – órgão equivalente ao Comitê de Política Econômica (Copom), do Brasil – decidiu, nesta quarta-feira (1º), subir a taxa de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, confirmando as expectativas do mercado, para o intervalo 4,5% e 4,75% ao ano. A decisão foi tomada de forma unânime pelo colegiado.

Esta é a oitava alta consecutiva na taxa de juros norte-americana. Apesar da alta, o ritmo de crescimento do juro americano diminuiu de intensidade.

No comunicado, o Fed relata que os indicadores recentes da economia americana mostram um crescimento modesto do gasto e da produção. A geração de emprego foi forte nos últimos meses, com a taxa de desemprego permanecendo baixa. A inflação até perdeu força, embora continue elevada. 

O FOMC cita que tem como meta atingir o máximo de emprego possível, mas com uma taxa de inflação na casa dos 2% no longo prazo. Diante disso, o Comitê teve que aumentar a taxa de juros para um intervalo de 4,25% e 4,50%. 

O comitê prevê que os aumentos contínuos na faixa-alvo serão adequados para atingir uma postura de política monetária suficientemente restritiva para retornar a inflação a 2%. Ao determinar a extensão dos aumentos futuros na faixa-alvo, o comitê levará em consideração o aperto acumulado da política monetária, os atrasos com os quais a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação, e desenvolvimentos econômicos e financeiros”, cita o FOMC em nota.

Confira o discurso de Jerome Powell sobre o aumento da taxa de juros dos EUA

O presidente do Jerome Powell concedeu entrevista coletiva logo após o anúncio do aumento da taxa de juros dos EUA em 0,25 bps. O dirigente comentou que entende os efeitos negativos provocados pela inflação alta e que o comitê está determinado a reduzi-la. Mas ele alerta que os efeitos do aperto monetário ainda serão sentidos pelos americanos. 

Powell destaca que é preciso restaurar a estabilidade nos preços, pois sem ela, a economia não irá funcionar. Porém, é necessário instaurar uma política restritiva por mais um tempo. 

A inflação segue bem acima da nossa meta de 2%. Mas os dados da inflação nos últimos três meses mostram queda encorajadora. (…) Mas precisamos ver evidências substanciais para ficar confiante na queda da inflação. Mudar aperto para ritmo mais lento nos ajudará a avaliar dados”, explica.

O dirigente aponta que o mercado de trabalho desacelerou, embora ainda esteja forte, só que ele ainda segue bem desequilibrado. “Abertura de vagas no relatório Jolts tem sido muito volátil”, cita. 

Powell salienta que o FOMC está tomando medidas enérgicas para conter a demanda e conseguir diminuir a inflação, mesmo que isso cause um crescimento econômico abaixo da tendência. 

Diante disso, ele foi enfático ao dizer que o Fed não está discutindo uma pausa no aumento do juros dos EUA. Para justificar essa escolha, ele relata que a “história adverte contra relaxamento monetário prematuro”.

Não temos intenção ou desejo de apertar política monetária excessivamente, mas a tarefa de reduzir a inflação não está completa. Mas temos algumas ferramentas caso haja um aperto excessivo. Seria prematuro declarar vitória contra a inflação”, reforça. 

Por fim, Powell disse que irá analisar com cuidado os dados do Payroll e do CPI até março para reduzir a inflação a meta de 2%. 

Estamos nos estágios preliminares da desinflação; ainda há muito caminho à frente. Se nossas projeções se confirmarem, não será apropriado cortar juros em 2023”, conclui.

Tá, e aí?Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset

Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, relatou para o portal EuQueroInvestir sobre a alta dos juros dos EUA em 0,25 bps. Ele relatou que o movimento foi motivado pelos primeiros sinais de melhora da inflação, apesar dela ainda estar em um patamar considerado elevado. 

Eles sinalizaram novas altas nas próximas reuniões. O que deixa em aberto, mais uma alta na próxima e, dependendo dos números, uma segunda alta para 5,25%, o que é atualmente o nosso cenário base”, aponta.

O economista-chefe comentou, que durante a entrevista coletiva, os dirigentes do Fed disseram que preferem errar para mais do que para menos em relação ao aumento dos juros. 

Kautz citou que o discurso do Fed até reconhece a desinflação dos últimos meses, mas que ele não é significativo, principalmente quando se observa o núcleo de serviços sem o impacto da construção civil. Dessa forma, não há espaço para encerrar a alta de juros. 

Eles também comentaram que o mercado de trabalho está desbalanceado e está em níveis historicamente apertados. Nesse sentido, eles precisam ver algum afrouxamento, uma melhora no mercado de trabalho. Ele ainda está bem demandado e apertado, com riscos de alta de salários”, afirma.

Diante disso, Stephan observa que a expectativa nas duas próximas reuniões é ter um aumento de 0,25 bps, visto que não deve ter grandes alterações em um horizonte de 45 dias.

Qual foi a análise do BTG (BPAC11)?

Após desacelerar o ritmo de alta de juros de 75 bps para 50 bps na última reunião de 2022, o Fomc optou por dar os últimos passos do ciclo de aperto monetário em um ritmo de 25 bps. Parte dos membros votantes já demostraram suporte para tal ajuste, enquanto outra parte optou por não comentar, mas sem esforço para reverter a precificação de mercado.

Expectativa dos juros dos EUA

Por outro lado, o Comitê deve voltar a ressaltar a estratégia “higher for longer”, ou seja, manter os juros em níveis restritivos por mais tempo, um mantra repetido pelos seus membros nos últimos 2 meses”, avalia o BTG.

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