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Hermès: como fica a produção da bolsa Birkin em meio à guerra comercial

Hermès: como fica a produção da bolsa Birkin em meio à guerra comercial

A bolsa Birkin da Hermès (RMS) sempre foi sinônimo de exclusividade, status e artesanato refinado. Com preços que podem ultrapassar os US$ 35 mil (cerca de R$ 205 mil), a peça é um dos acessórios mais cobiçados do mundo da moda.

No entanto, um novo capítulo da guerra comercial entre China e Estados Unidos trouxe à tona questionamentos sobre o real custo de produção desses itens e o valor simbólico que carregam.

Vídeos revelam bastidores alternativos

Nos últimos meses, vídeos de fornecedores chineses viralizaram ao mostrar a fabricação de bolsas com aparência quase idêntica às vendidas por marcas de luxo como Hermès, Chanel e Louis Vuitton. Nessas gravações, artesãos explicam em detalhes os materiais usados, o tempo necessário para produzir cada peça e a margem de lucro das grandes grifes.

Um desses fabricantes, conhecido como Sen Bags, afirma que uma bolsa idêntica à Birkin poderia ser feita por cerca de US$ 1.400 (aproximadamente R$ 8 mil), desde que sem logotipo, segundo informações do O Globo. “São os mesmos materiais, as mesmas mãos, só que sem logotipo”, diz ele. A proposta: bolsas de qualidade comparável, com frete gratuito e até cobertura de taxas de importação, tudo fora do sistema tradicional de luxo.

China x EUA: pano de fundo da polêmica

Esse movimento ocorre em meio à intensificação da guerra comercial entre os dois países. Com tarifas americanas chegando a 145% sobre produtos chineses, fabricantes da China adotaram uma nova estratégia: usar redes sociais como TikTok e X para mudar a percepção global do selo “Made in China”.

A ideia é mostrar que a qualidade não depende da etiqueta, mas da técnica e dos materiais, e que os preços praticados por grifes como Hermès seriam, em grande parte, resultado de marketing e prestígio.

Luxo ou marketing? O debate sobre valor

Os vídeos despertaram um debate entre consumidores sobre o que, de fato, está sendo vendido: qualidade ou status? Enquanto especialistas apontam que o luxo está ligado à exclusividade, escassez e à experiência simbólica, há quem veja nos preços altos uma ousadia injustificável. “A única coisa que as marcas de luxo estão vendendo é… ousadia”, ironizou um usuário no X.

O que diz a Hermès?

A Hermès rejeita qualquer alegação de terceirização na China. Fundada em 1837, a maison francesa afirma manter toda a sua produção em território francês, em oficinas localizadas em cidades como Pantin e Normandia. A confecção de uma bolsa Birkin leva de 15 a 40 horas, sendo realizada por artesãos com até cinco anos de treinamento.

A marca também utiliza sistemas de rastreabilidade com códigos de autenticação gravados nas bolsas, capazes de identificar o local de produção, o ano e o responsável pela confecção. Para a Hermès, são esses fatores — o domínio técnico, o tempo dedicado e a herança cultural — que justificam os altos preços.

Transparência em xeque

Apesar da firme posição da Hermès, o modelo de produção globalizado levanta dúvidas. A existência de fabricantes OEM (Original Equipment Manufacturers) é comum na indústria da moda, e embora não haja provas de que a Hermès terceirize sua produção, o debate sobre transparência nas cadeias produtivas ganhou força.

Enquanto consumidores se dividem entre o desejo por prestígio e a busca por bom custo-benefício, a bolsa Birkin segue sendo mais do que um acessório: ela é um símbolo da disputa entre tradição e transformação em um mercado de luxo cada vez mais exposto.

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