A BRF (BRFS3), gigante do setor alimentício dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy, apresenta um perfil de crédito sólido e com baixa alavancagem. Essa é a avaliação do analista de renda fixa da EQI Research, João Neves.
Segundo Neves, a BRF atravessa um bom momento operacional, com geração de caixa consistente e estrutura de capital conservadora. A alavancagem da empresa está em 0,6x Dívida Líquida/EBITDA, patamar considerado historicamente baixo.
Além disso, a BRF, conforme avaliação do especialista, mantém amplo acesso aos mercados de capitais — tanto no Brasil quanto no exterior — e exibe o rating de crédito mais alto entre empresas brasileiras, de acordo com a S&P (AAA).
Contudo, a proposta de fusão com a controladora Marfrig (MRFG3), que possui um endividamento mais elevado, acende um sinal de alerta para investidores em títulos de dívida da companhia.
“O processo de fusão pode alterar consideravelmente o perfil de crédito da BRF, o que tende a elevar os riscos associados aos seus papéis, ao menos no curto prazo”, aponta Neves.
Outro ponto de atenção citado no relatório é a própria natureza do setor de atuação da BRF, caracterizado por margens mais voláteis, com exposição ao ciclo de repasses de preços ao consumidor e sensibilidade a choques de mercado.
Apesar disso, a diversificação geográfica da empresa atua como um fator de estabilidade. Com presença em mais de 120 países e 44 unidades produtivas, a BRF consegue mitigar riscos regionais e oferecer resultados operacionais mais previsíveis.
“Não vemos grande espaço para queda nos spreads de crédito, especialmente se a fusão for confirmada. No entanto, os títulos da BRF ainda oferecem um bom carrego e possibilidade de ganho de capital em caso de fechamento da curva de juros”, conclui Neves.
CRA BRF: opção de renda fixa, ainda, com isenção de imposto
Para investidores interessados em expor parte da carteira à companhia via Renda Fixa, a BRF está com uma nova emissão de CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio), lastreado em direitos creditórios do agronegócio da empresa.
A oferta total é de R$ 2 bilhões, com cinco séries distintas. Entre os destaques, estão:
- Taxas atrativas, como:
- 1ª Série: 102% do CDI
- 2ª Série: PrexDI Jan/30 + 0,30% a.a. ou 13,80% a.a. (o maior)
- 3ª Série: NTN-B35 + 0,35% a.a. ou IPCA+ 7,67% a.a. (o maior)
- 4ª Série: NTN-B35 + 0,55% a.a. ou IPCA+ 7,88% a.a. (o maior)
- 5ª Série: NTN-B45 + 0,75% a.a. ou IPCA+ 7,88% a.a. (o maior)
- Investimento mínimo de R$ 1 mil, com isenção total de Imposto de Renda para pessoa física (PF)
- Rating AAA pela S&P, o mais alto da escala nacional
- Pagamento de juros semestrais, com amortizações bullet ou anuais, conforme a série
- Prazo de até 20 anos, com possibilidade de negociação via CETIP21
A reserva do CRA BRF pode ser feita entre 15 e 30 de julho, com liquidação prevista para o dia 5 de agosto.
O produto é destinado ao investidor geral e não possui garantia real (“clean”), o que exige atenção aos riscos típicos dos CRAs, como liquidez no mercado secundário e variação das taxas.
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