Para o economista-chefe do banco Citi, Leonardo Porto, entre o primeiro e o segundo trimestre de 2020, o Brasil tem chances de elevar sua nota de rating soberano.
Isso porque em março do próximo ano será conhecido o desempenho do PIB do último trimestre de 2019. Onde o Citi espera avanço de 0,6% em relação ao trimestre anterior.
Além disso, até lá os indicadores de atividade referentes ao primeiro trimestre de 2020 já terão sido publicados.
“No nosso cenário-base, a economia ainda estará com tração forte no primeiro trimestre por conta do efeito do FGTS. Me parece que a conjuntura de indicadores favorece um eventual upgrade entre o primeiro e o segundo trimestre”, disse
Inegavelmente, o cenário já aponta mudanças. Inclusive na última semana, a agência S&P Global mudou a sua perspectiva da nota soberana brasileira de estável para positiva.
De acordo com Porto, duas condições fundamentais para que as agências de classificação de risco melhorem a nota do Brasil foram atendidas: primeiro foi a aprovação da reforma da Previdência. Além disso, é importante a presença de um ambiente global estável, sem piora da guerra comercial ou recessão na economia mundial.
“Se estamos indo para um cenário global sem escalada da guerra comercial e não vai ter desaceleração adicional do crescimento global, é um cenário que tende a favorecer um upgrade”, destacou o economista.
Porém Porto acredita que a principal preocupação das agências de rating ainda seja o ritmo de crescimento.
“Mas falta a terceira condição: as agências têm mostrado sensibilidade muito grande ao crescimento”, ponderou.
Frente à isso, o Brasil também vem apresentando bons resultados. Prova disso foi que no segundo trimestre o PIB cresceu 2% em ritmo anualizado, taxa que subiu para 2,5% no trimestre seguinte.
“Estamos dobrando a taxa de crescimento em relação aos últimos dois anos”, disse, referindo-se a 2017 e 2018.
Rating não vai impactar o mercado
Por fim, Porto acredita que a elevação do rating soberano brasileiro não deve ter grande impacto nos mercados. Uma vez que, ainda com o upgrade, o país não voltará a ter grau de investimento. Sendo assim, investidores institucionais ainda não poderão alocar recursos no Brasil
“Vários fundos de pensão com investidores institucionais não podem investir em países que não têm grau de investimento.”
- Quer investir com mais assertividade? Então, clique aqui e fale com um assessor da EQI Investimentos!
- Aproveite e baixe nossos materiais gratuitos. Para participar do nosso canal do Telegram e ser informado com todas as novidades sobre educação financeira, economia e finanças, basta clicar aqui.