Em entrevista ao programa Portfólio Global, do canal BM&C News, Ricardo Cará, gestor de multimercados da EQI Asset, afirmou que os fundos sob seus cuidados buscam sempre trabalhar de acordo com uma estratégia de médio e longo prazo, com muita observação de dados pelos analistas e, eventualmente, sem movimentação diária do portfólio.
“Nossas teses miram mais no médio e no longo prazo. No médio, como agora, quando o cenário futuro é nebuloso, e as projeções são feitas para um período de três a seis meses. Quando a coisa está mais tranquila, a gente mira em até um ano para a frente”, explicou Cará, que atua há mais de 25 anos no mercado financeiro e está desde novembro de 2021 na EQI Asset.
Cará explicou que sua equipe discute todos os dias, pela manhã, a evolução do cenário macroeconômico global, “tanto nos mercados desenvolvidos como nos emergentes”, a fim de montar as teses de investimento e procurar os ativos ideais.
“Ativos que tenham boas oportunidades e boas assimetrias, ou seja, que tenham mais a ganhar e menos a perder, são ativos bons para se posicionar. Então a gente monta um portfólio global, com posições de risco lá fora: EUA, União Europeia, China, cestas de moedas, ETFs”, explicou.
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Segundo Cará, muitas vezes o portfólio montado para um fundo, baseado em média em 60% de investimentos externos e 40% em posições no Brasil, não passa por alterações frequentes.
“A gente monitora a situação e, se for o caso, não mexe, às vezes até por alguns dias. Eventualmente, podemos reforçar uma posição, aumentar um investimento e realizar outro, mantendo nossa otimização de risco. Mas não tem isso de todo dia comprar ou vender”, explicou.
Cará fez questão de lembrar que o fundo de multimercados é um investimento de Renda Variável e, por isso, sujeito a risco, mas que sua equipe trabalha com muita informação para oferecer o melhor resultado possível. “Tem muito ruído, muita tentativa de construção narrativa, e a gente precisa filtrar isso o tempo todo. A beleza é que o fundo multimercado não depende de um ciclo para ir bem, e sim de observar várias opções e buscar ativos globais, com liquidez e agilidade”, diz.
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Ricardo Cará: mercado sofre para fazer projeções para EUA
Cará reiterou que o cenário atual, especialmente nos Estados Unidos, torna as projeções complicadas, já que o momento de aperto monetário, com juros máximos de 4,75% ao ano, até agora não refletiu na desaceleração esperada da economia. Nesta quinta-feira (23), o PIB do quarto trimestre foi anunciado com alta de 2,7%.
“O mercado muitas vezes erra, até porque existe uma disputa de narrativas e um cenário em que nem tudo o que se projeta está acontecendo. Muita gente esperava uma desaceleração, até mesmo uma recessão, e não aconteceu. O mercado de trabalho segue forte e isso continua pressionando a inflação”, explicou.
Para ele, os juros nos EUA podem subir até o máximo de 5,5% ao ano, mas é preciso ficar atento aos sinais dados pelos indicadores e pelo Fed, o banco central norte-americano, para eventuais correções de rota.
“A incerteza gera oportunidades e a gente tenta fazer a leitura correta para enxergar assimetrias. Olhando como está a curva de juros, a gente projeta uma alta mais extensa e um combate mais duro à inflação. Mas o mercado de ações olha mais para o momento atual, com o resultado dos índices”, comentou. “O próprio Fed ainda não sabe direito interpretar o que está acontecendo.”
- Confira a entrevista ao BM&C News, na íntegra, a partir de 3:13:14.
Ricardo Cará: Brasil aguarda arcabouço fiscal
Olhando para o mercado braslieiro, Ricardo Cará enxerga um ruído político muito grande, provocado tanto por decisões iniciais do governo como por declarações mais ríspidas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o mercado e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
“Acredito que o que vai acontecer nos próximos meses deve direcionar todo o resto do governo, mas esse rumo vai depender de fatores como a definição do novo arcabouço fiscal e o andamento da reforma tributária”, afirmou, citando discussões que devem passar pelo Congresso Nacional a partir de março, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“O mercado vai enxergar a proposta de arcabouço e seu andamento no Congresso como um sinal para os próximos anos, para garantir a sustentabilidade da dívida pública no médio e longo prazo”, declarou.
Ricardo Cará: dolarização e investimento externo exigem conhecimento
Questionado sobre os investimentos para pessoas físicas, Cará citou a possibilidade de dolarização de parte do portfólio, com investimentos internacionais e mesmo o posicionamento em fundos multimercados como os da EQI Asset.
“Hoje nós recomendamos, de acordo com o perfil do investidor, uma dolarização entre 10% e 30% do patrimônio”, disse.
Mas ressaltou: o ideal é traçar uma estratégia em conjunto com a uma assessoria, como a EQI Investimentos. ”Entre em contato com a EQI, procure nossos assessores, eles vão dar explicações detalhadas também sobre os nossos produtos da EQI Asset. Para tudo a gente precisa de especialistas e no mercado financeiro não é diferente”, conclui.
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