Ainda se tem muita dúvida sobre os jogos play to earn. E não é para menos, pois ganhar dinheiro enquanto se diverte parece algo muito atrativo para a maioria das pessoas. Nesse sentido, diversos jogos estão movimentando somas consideráveis, ao mesmo tempo que seus criptoativos valorizam-se muito.
Este artigo fala melhor sobre o tema. Ao ler o texto, você entenderá o conceito desse novo tipo de economia. Saberá como esses jogos funcionam e o que é preciso para começar a jogar. Por fim, conhecerá os maiores representantes dessa nova forma de ganhar dinheiro.
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O que são jogos play to earn?
O conceito básico de play to earn é de jogar para ganhar. Ou seja, é possível unir dois mundos distintos em uma única atividade: ganhar dinheiro e se divertir enquanto joga.
Não é de hoje que o conceito em torno de uma economia play to earn existe. Antes dos jogos atuais, já haviam modos de ganhar dinheiro jogando. No entanto, o modelo existente hoje revolucionou o modo como tudo acontece.
Se antes o fluxo de dinheiro não era controlado pelo jogador, hoje esse cenário mudou. Cada pessoa controla a quantidade de dinheiro que é capaz de ganhar, repeitadas as regras de cada jogo, é claro.
Além disso, a forma de remuneração também é diversificada. É possível fazer staking, farming ou então juntar tokens dos jogos e trocá-los por itens de maior valor (ou até mesmo vendê-los).
Como esses jogos funcionam?
Existem basicamente três formas de conseguir remuneração no universo de um jogo play to earn. A primeira delas é a mais elementar, que significa que conforme se joga é possível auferir ganhos.
Assim, quanto mais jogo, mais dinheiro. No entanto, isso não é uma tarefa fácil. Algumas remunerações só vêm depois de missões serem cumpridas e isso pode requerer um (ou vários) dia inteiro de jogo.
A segunda maneira diz respeito a encontrar itens colecionáveis nos jogos que possuem caráter único, ou seja, são raros. Isso é feito por meio da tecnologia NFT e, quando alguém se interessa pelo item, ele pode ser negociado.
Por fim, pode ser que o jogador adquira um item colecionável mas não queira vendê-lo. Dessa forma, ele pode fazer seu staking, recebendo uma remuneração ao longo do tempo.
É como se fosse um aluguel de ações, provendo renda passiva ao jogador.
O que fazer para começar a jogar?
Uma das características dos jogos play to earn é que a grande maioria deles requer um investimento inicial para poder jogar. São raros os jogos que permitem o início de um jogo sem aportar nenhum valor.
Um ponto importante a considerar é que o dinheiro investido nesses jogos precisa ser no formato de uma criptomoeda. Assim, é preciso fazer a conversão de moeda fiduciária para depois aportar o valor nos jogos.
A razão disso é a exigência inicial de compras de avatares, por exemplo. Eles representam o jogador no mundo virtual e, sem eles, não é possível existir no jogo.
Pode ser requerido ainda valores para a compra inicial de itens de luta, como espadas e armaduras, ou mesmo meios de transportes, como naves especiais.
Muitas dessas aventuras são feitas em equipes e isso também requer investimento por parte do jogador. Após feito todos os processos iniciais, é possível partir para o jogo e acumular riquezas.
Quais são os jogos mais jogados play to earn no momento?
Acompanhe a seguir os três principais jogos do estilo “jogue para ganhar” praticados no momento.
Axie Infinity
Esse jogo é provavelmente o maior representante da nova economia baseada em play to earn. A prova disso é a sua distribuição de recompensas aos jogadores.
Sozinho, o jogo distribui mais riqueza que todos os outros jogos da economia play to earn somados. É um valor considerável para uma jogatina.
Em si, a aventura se concentra em treinar monstrinhos para duelar com outros da mesma espécie. É preciso treiná-los para que fiquem fortes. Posteriormente, eles podem ser negociados e o jogador tem ganhos com sua venda.
The Sandbox
O jogo The Sandbox se constitui em um metaverso, na verdade. Isso quer dizer que se trata de um mundo paralelo, com regras próprias.
A lógica do jogo se concentra principalmente na comercialização de terrenos virtuais. Sim, isso é possível e para quem considera que as terras do mundo físico são limitadas, esse jogo está aí para dizer o contrário.
Os lotes negociados tem uma medida padrão de 96 metros quadrados. Além de fazer a compra, um usuário pode fazer construções sobre ele.
Isso aumenta o valor do empreendimento (logicamente), que pode ser negociado posteriormente ou mesmo alugado para fins comerciais. A moeda usada no jogo é um criptoativo de nome SAND.
Atualmente o valor de sua cotação em reais está na casa dos R$ 35,00.
Decentraland
O Decentraland também é um multiverso que se baseia na comercialização de terrenos virtuais. Só que suas aplicações vão muito mais além do que simplesmente o comércio imobiliário.
Nesse jogo, é possível realizar missões para ganhar recompensas. Um ponto alto foi a mudança recente que permitiu que os próprios jogadores (na condição de programadores) desenvolvessem suas próprias missões.
Além disso, é possível participar de jogos em cassinos. Isso também pode trazer faturamento para quem joga.
A expansão dessa atividade impacta inclusive o mundo real, no qual pessoas verdadeiras são contratadas para atuar como recepcionistas ou gerentes desses mesmos locais.
Por tudo isso não é de se espantar a grande valorização da criptomoeda praticada nesse jogo. De outubro de 2021 para cá, o LAND valorizou-se nada menos que 37%, valendo hoje R$ 188,00.
Os jogos play to earn são uma boa novidade em um mundo cada vez mais conectado. Com eles, é possível unir diversão e faturamento em uma mesma atividade. Isso traz impactos positivos para a sociedade como um todo, visto que alguns jogos até precisam contratar pessoas físicas. Trata-se de um novo momento vivido pela humanidade e, pelo visto, isso é apenas o começo.
Play to earn: modinha ou realidade?
Na análise de Helena Margarido, analista da Monett, um grande passo foi dado com o surgimento de uma nova modalidade, só possível com a união da tecnologia, descentralização e criptomoedas, o conjunto perfeito para o que conhecemos hoje como Play to Earn.
“É importante entender o estágio em que estamos hoje, com a evolução da indústria e diferentes modelos de licenciamento de games nos últimos anos”.
Segundo ela, o que antes poderia ser avaliado apenas como uma questão de melhoria em gráficos e questões visuais, hoje já pode ser analisado com outro ponto de vista: como os modelos de negócios interferem na dinâmica tanto dos desenvolvedores quanto dos jogadores.
“Se formos criar “períodos ou referências” para essas evoluções, podemos pontuar três principais modelos, que ainda coexistem”. A saber:
- Pay to play: Aqui estão os pioneiros da indústria. Os jogadores compravam a via física do jogo, ou seja, uma cópia licenciada daquele conteúdo, em um modelo de distribuição que enfatiza a dependência das empresas que desenvolvem os jogos.
- Free to play: Modelo Freemium, atualmente o mais difundido nos jogos. Nesse formato, não é exigido nenhum custo para começar, mas há recursos que podem ser comprados para melhorar a experiência do jogador.
- Play to earn: Surge com as aplicações de tecnologias relacionadas a blockchain e contratos inteligentes. Aqui, os jogadores são remunerados com recompensas de acordo com o tempo dedicado e suas habilidades dentro dos jogos.
De acordo com a analista, para que um negócio seja realmente sustentável, precisa ter uma boa estratégia de monetização:
- Pay to play: As receitas são geradas unicamente por meio de vendas dos jogos.
- Free to Play: A fonte de receita é a compras internas dentro do próprio jogo, junto com a publicidade, algo que se tornou cada vez mais relevante.
- Play to Earn: Os desenvolvedores do jogo costumam ser remunerados pela venda de NFTs relativas aos itens dos jogos (personagens, itens de jogabilidade, etc.) e pelas taxas de transação desses NFTs dentro de marketplaces próprios criados dentro das plataformas dos jogos.
Helena Margarido ressalta que a grande diferença é que se trata de um modelo de negócio que funciona para remunerar não apenas os desenvolvedores dos jogos, mas também os gamers, que têm a possibilidade de jogar um jogo e potencialmente ganhar criptomoedas cumprindo as missões e desafios estabelecidos dentro do ecossistema.
“O termo se popularizou principalmente a partir de 2021 por conta de um jogo chamado Axie Infinity, que, dada a repercussão mundial gerada, deu o pontapé inicial para diversos outros jogos e bilhões de dólares movimentados no mercado”, reitera.
Veio para ficar?
Diante de toda essa evolução, “entendemos que veio para ficar, sendo um modelo de monetização de games com potencial de movimentar trilhões de dólares nos próximos anos”, avalia Helena.
“Com base em todas essas informações, atreladas aos fatores históricos e evolutivos da indústria dos games, o que podemos esperar para os próximos anos são diversas aplicações com objetivos de serem descentralizadas, com foco no usuário. E, claro, compartilhando parte da economia do jogo com aqueles que ajudam a mantê-lo atraente para novos jogadores”, destaca.
Nesse sentido, há alguns aplicativos que já estão disponíveis em fase beta que podem dar uma ideia mais clara do potencial que este mercado tem: em um futuro não muito distante, poderemos ver atividades de nossa vida cotidiana serem “gamificadas”, com a real possibilidade de serem remuneradas, como por exemplo:
- Move to Earn (StepN)
- Bike to Earn (rbicycle.io).
- Exercise to Earn (Wirtual).
- Meditate to Earn (Proof of Meditation).
- Rap to Earn (Cipher).
- Sing to Earn (Seoul Star).
- Drink to Earn (Hivemapper).
- Eat to Earn (Poppin).
- Sleep to Earn (Sleep Future).
- Learn to Earn (LetMeSpeak).
- Paint to Earn (PaperHands).
- Govern to Earn (Elastic DAO).
- Read to Earn (ReadON).
- Watch to Earn (SocialVerse).
Blockchain
O desenvolvimento dessas soluções só é possível por causa da disponibilidade de tecnologias em blockchain, destaca a analista.
“Primeiro, porque por meio delas é possível transmitir itens de valor entre jogadores sem intermediários, resguardados por código compartilhado entre uma rede de computadores, ou nós”.
Além disso, ela lembra, é justamente a capacidade de estabelecer uma prova de propriedade através de NFTs que estão abrigados em uma blockchains específicas (Ethereum, Solana, etc) que faz com que esses itens dos jogos sejam algo verdadeiramente único, com noção de valor e, por consequência, um ativo digital com valor intrínseco.
“Fato é que as tecnologias em blockchain, juntamente com o conceito de Web 3.0, sem dúvidas vão revolucionar diversas indústrias, incluindo a de games”, observa.
Ela continua: “Na nossa visão, é apenas o começo de um novo movimento denominado como ‘Vida to Earn’, onde os usuários serão protagonistas de uma nova economia que os remunera por suas ações e interações”, finaliza.
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