O CDS é um instrumento financeiro muito útil. Ele serve para dar segurança em operações de crédito contra possíveis inadimplências. Além desse conceito, vale destacar que o CDS teve um grande papel na crise do subprime de 2008.
Acompanhe o texto a seguir para entender mais sobre o que é um CDS. Confira!
O que é um Credit Default Swap?
Um Credit Default Swap é mais conhecido por sua sigla, CDS. Ele é um instrumento financeiro do mercado futuro e, portanto, um derivativo. Isso quer dizer que ele não existe isoladamente, apenas por ocasião de um outro produto.
No caso do CDS, ele é voltado especificamente para o mercado de crédito. Como ele é um derivativo e precisa derivar de outro instrumento financeiro, seu lançamento só se dá quando outra operação foi firmada. Nesse caso, uma operação de crédito.
Assim que essa transação existe, um CDS já pode entrar em cena. Ele é emitido sempre que o dono da operação de crédito pretende aumentar a segurança de sua operação.
Ou seja, pode-se dizer que o CDS atua como uma espécie de seguro da operação de crédito firmada anteriormente. Quem faz uso desse tipo de instrumento visa assegurar o recebimento do valor comprometido na tomada de recursos.
Como um CDS funciona?
Para entender o funcionamento de um CDS, basta recorrermos ao conceito de seguro, simples assim. Tanto que a emissão de um CDS sempre deve ficar a cargo de uma seguradora, na verdade.
É preciso considerar também os três envolvidos em uma operação de CDS, ainda que somente dois deles correspondam ao fluxo financeiro do CDS em si.
De um lado, temos inicialmente o tomador do recurso. Aquele que emite o título de crédito e toma o dinheiro emprestado. Do outro lado, temos quem adquiriu o título, emprestando seu dinheiro.
É justamente essa parte que recorre ao CDS, ou seja, quem emprestou o seu dinheiro. De acordo com as condições de mercado, pode ser que seja preciso uma segurança a mais para garantir o recebimento do recurso emprestado.
Nesse momento, entre em cena o CDS. Uma instituição seguradora emite o CDS sobre o primeiro título emitido. As condições em geral são sempre as mesmas.
A seguradora emissora do CDS assegura que em caso de falência da instituição emissora do papel original e, mediante sua incapacidade de honrar sua dívida, pagará o valor requerido pelo investidor.
Em troca, é cobrada uma taxa anual sobre o valor da operação. A depender do risco de crédito do título em questão, essa taxa pode variar entre 0,2% e 0,5% ao ano, pagas trimestralmente, semestralmente ou ao final do ano.
Conforme dito no início, o CDS funciona como um seguro que garante o recebimento do valor emprestado ao investidor que comprou o papel inicialmente.
Quais são as características de um CDS?
Um CDS oferece diversas vantagens por conta de suas características intrínsecas. Uma delas é justamente o valor dos pagamentos periódicos. Em geral, eles são muito baixos, o que os torna convidativos como proteção extra.
Além disso, eles possuem prazos contratuais para diversos períodos, desde os mais curtos até os mais estendidos. Normalmente eles variam de 1 a 10 anos, e sua grande liquidez se concentra no prazo de 5 anos.
Um CDS também pode ser emitido para cobrir o risco de uma operação de crédito em outro país diferente do emissor do título original. Isso representa uma vantagem ao tornar nulo o efeito cambial sobre a transação.
Também vale citar a utilidade do CDS para mensurar o spread do mercado à vista, já que ele é um instrumento do mercado futuro. Com isso, o investidor consegue captar o sentimento das operações de curto prazo.
Não à toa, o CDS também é tomado para medir o risco de uma determinada praça financeira. No entanto, jamais deve ser confundido ou substituir o risco-país, índice usado para medir o risco de crédito de uma nação.
Por fim, vale destacar o fluxo financeiro gerado pelo CDS e seu baixo risco de crédito. Tudo isso o torna um ótimo instrumento financeiro dedicado a fornecer proteção de crédito contra eventuais inadimplências de emissores.
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Por que o CDS ficou muito conhecido na crise do subprime de 2008?
O CDS teve um papel muito importante em meio a toda a crise do subprime norte-americano ocorrida no ano de 2008. Vale lembrar que esse episódio marcou um período sem precedentes na economia dos EUA.
O principal fator que justifica essa afirmação é que todo o crash se deu em um mercado muito sólido: o imobiliário. E é justamente nesse ponto que a percepção aguçada de um homem entra em cena.
Michael Burry, então gestor da Scion Capital que foi fundada por ele com menos de US$ 50 mil, passou anos lendo os relatórios do mercado imobiliário americano a respeito dos títulos lançados para financiamento da casa própria.
Dessa análise minuciosa, Burry identificou sérias inconsistências, pois os títulos eram lastreados sobre outras operações de créditos, indicando uma alavancagem sem precedentes.
Sobre o financiamento original, estavam sendo lançados diversos derivativos. E sobre estes, outros ainda que eram negociados no mercado financeiro sob o nome de “tranches”.
No entanto, não havia cobertura financeira real para toda essa cadeia de papéis. E para piorar ainda mais a situação, as casas de rating mais famosas do mundo atribuíam altas notas de rating aos papéis, dando a impressão de solidez.
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Michael entendeu que esse sistema não estava correto e começou a adquirir CDS sobre as operações financeiras imobiliárias. Se o mercado quebrasse (como de fato quebrou), deveria lhe pagar o seguro devido.
Em termos práticos isso significava apostar contra o mercado imobiliário americano, um setor tradicionalmente sólido. Michael foi o primeiro a fazer operações de CDS nesse sentido e foi considerado louco por um bom tempo.
Ele chegou a proibir os investidores de sacar seus recursos. Foi ameaçado com processos, mas manteve sua posição. Ao longo de alguns anos apenas, Michael já tinha comprado algo em torno de US$ 1 bilhão em CDS dos bancos.
O final dessa história muitos já sabem e pode ser vista no filme “A Grande Aposta” (The Big Short). Michael rendeu aos investidores um montante superior a US$ 750 milhões com base em suas operações em CDS.
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