Os mercados mostram resiliência e operam em terreno positivo nesta manhã de quarta-feira (23), de olho em Rússia e inflação. Isso porque o primeiro está envolvido em um conflito local com alcance regional, e o segundo milita contra o consumo da população que mais consome no planeta.
Na prática, significa dizer que o investidor tem em uma de suas telas o noticiário reportando tudo o que ocorre no leste europeu, e a resposta dos demais países, e na outra tela ele acompanha a elevação generalizada dos preços nos Estados Unidos (EUA), que acaba minando o poder de compra do cidadão norte-americano.
Às 6h40 o Dow Jones subia 0,84%, o S&P500 subia 1,02%, e a Nasdaq subia 1,41%.
Na Europa, o DAX, da Alemanha, subia 1,28%, o FTSE 100, de Londres, subia 0,64%, e o CAC 40, da França, subia 1,63%. Já o FTSE MIB, da Itália, subia 1,19%, e o Stoxx600 subia 1,09%.
Na Ásia, o Nikkei, do Japão, está fechado por feriado, o Shanghai, de Xangai, subia 0,93%, e o HSI, de Hong Kong, subia 0,60%. Já o ASX 200, da Austrália, subia 0,62%, e o Kospi, da Coréia do Sul, subia 0,47%.
Do lado das commodities, o petróleo tipo Brent caía 0,53%, cotado a US$ 96,33, e o tipo WTI caía 0,86%, cotado a US$ 91,12. O ouro, por sua vez, caía 0,83%, cotado a US$ 1.891,50, e o minério caía 0,78%, cotado a US$ 110,85.
O que tá rolando?
O conflito Rússia-Ucrânia se tornou o conflito Rússia-Resto-do-Mundo e, apesar da gravidade, parece seriado de TV, pois todo dia o mercado espera pelo fato novo. Na última segunda o presidente Vladimir Putin reconheceu a independência de duas republiquetas ligadas à Ucrânia. Na terça, líderes do Ocidente anunciaram sanções aos russos.
A grande questão é que eventos militares e de crise injetam volatilidade nos mercados, com a possibilidade de causarem queda de curto prazo. Ainda assim, a tendência é que as ações se recuperem, mas isso não tira o espanto de parte dos investidores.
Ontem, segundo a CNBC, todos os 11 setores do S&P 500 caíram, levando ao lado negativo das ações de consumo discricionário, que caíram 3%. As ações de energia caíram, apesar de um salto nos preços do petróleo.
O petróleo Brent de referência internacional foi negociado a US$ 99,50 por barril. Os futuros de petróleo do West Texas Intermediate, a referência do petróleo dos EUA, atingiram uma alta da sessão de US$ 96, um preço visto pela última vez em agosto de 2014.
Esse cenário mostra uma confluência de sentimentos e uma força invisível que está pressionando o mercado. Muitos dizem acreditar que os custos vão disparar e colocar em xeque a recuperação econômica.
Embora pareça o circo dos horrores, quem estiver bem-posicionado – ou souber se posicionar – pode tirar vantagem de todo esse quadro.
Europa
Ontem, como já dito, União Europeia e Reino Unido anunciaram sanções à Rússia, e os EUA seguiram no final do dia, com o presidente Joe Biden anunciando uma primeira parcela de sanções contra o país, visando bancos russos, a dívida soberana do país e três indivíduos.
Já o norte da Europa foi atingido pela terceira grande tempestade em cinco dias. A tempestade ‘Franklin’ chegou ao Atlântico Norte na tarde de domingo, enquanto as equipes ainda estavam limpando o rastro de sujeira anterior, bem como tentando restaurar a eletricidade a milhares de clientes atingidos pelas tempestades da semana passada, ‘Dudley’ e ‘Eunice’.
Ásia
Na Ásia, o investidor acompanha o desenrolar dos fatos, mas, do lado corporativo, a marca chinesa de smartphones Realme deve lançar seu primeiro smartphone de última geração no exterior na próxima semana, em uma tentativa de aumentar a participação de mercado na Europa e continuar seu rápido crescimento.
Segundo a CNBC, a mudança colocará a empresa, que começou em 2018, contra Apple e Samsung, que dominam o segmento de ponta, bem como a rival chinesa Xiaomi, que cresceu rapidamente no exterior.
Os smartphones GT 2 e GT 2 Pro serão lançados na segunda-feira no Mobile World Congress anual em Barcelona, Espanha. É a primeira aparição da empresa na maior conferência de comércio móvel do mundo, ressaltando seu desejo de aumentar a participação de mercado fora da China.
Brasil
No Brasil, o governo deu ontem mais um passo no processo de privatização da Eletrobras, com a aprovação da venda de novas ações da companhia em assembleia de acionistas.
De acordo com a Folha de S.Paulo, o objetivo é reduzir a fatia da União de 70% para 45% do capital, tornando a empresa uma corporação com capital pulverizado. A proposta teve apoio de acionistas privados. Por outro lado, sindicatos ligados a empregados da Eletrobras protestaram.
Já o Estadão destaca que desde o início do ano, o dólar já recuou 9,36% em relação ao real. A moeda americana começou o ano cotada a R$ 5,66, e ontem fechou em R$ 5,05 – queda de 1,07%. É o menor valor desde 1º de julho passado.
O Globo, por sua vez, elenca que a suspensão do funcionamento dos sites Americanas e Submarino, que são do mesmo grupo, chegou ao terceiro dia consecutivo ontem, com um ambiente de dúvidas e desconfiança rondando consumidores e empresários que usam os marketplaces para vender produtos.
Ibovespa: empresas
O Ibovespa encerrou a sessão do dia 22 em alta de 1,04% aos 112.891,80 pontos, e o dólar à vista em queda de 1,07%, cotado em R$ 5,0521.
Confira as 3 maiores altas do dia 23:
?#FLRY3 +8,23% (R$ 19,19)
?#SOMA3 +7,32% (R$ 13,20)
?#COGN3 +7,05% (R$ 2,43)
Confira as 3 maiores baixas do dia 23:
?#BIDI11 -9,62% (R$ 23,85)
?#AMER3 -5,40% (R$ 29,79)
?#EMBR3 -4,63% (R$ 17,50)
Mercados de Nova York
- Dow Jones: +0,84%
- S&P: +1,02%
- Nasdaq: +1,41%
Mercados Europa
- DAX, Alemanha: +1,28%
- FTSE, Reino Unido: +0,64%
- CAC, França: +1,23%
- FTSE MIB, Itália: +1,19%
- Stoxx 600: +1,09%
Mercados Ásia
- Nikkei, Japão: fechado por feriado
- Xangai, China: +0,93%
- HSI, Hong Kong: +0,60%
- ASX 200, Austrália: +1,62%
- Kospi, Coreia: +0,47%
Petróleo
- Brent (dezembro 2021): US$ 96,33 (-0,53%)
- WTI (novembro 2021): US$ 91,12 (-0,86%)
Ouro
- Ouro futuro (dezembro 2021): US$ 1.891,50 (-0,83%)
Minério de ferro
- Bolsa de Dalian: US$ 110,85 (-0,78%)