Argentina em crise, Estados Unido em guerra comercial e um período de eleições eminente
Em 2001, quando atuava pelo Flamengo, o ex jogador Vampeta falou informalmente sobre os sucessivos atrasos no pagamento dos salários. Em entrevista, Vampeta cunhou a frase que acabou se tornando uma pérola do futebol brasileiro:”Eles fingem que pagam e eu finjo que jogo”. Coincidência com a economia? Acho que não.
A medida desesperada de Macri
Após Mauricio Macri, presidente da argentina, anunciar seu desesperado pacote de medidas econômicas na semana passada, ele recebeu “ a conta” do ministro da economia. Essa “conta” nos deu uma ideia ainda mais clara do clima de fim de festa no governo que prometia tirar a Argentina do buraco.
Na mesma linha, Alberto Fernández – candidato na chapa que contém a avalista da crise, Cristina Kirchner – o grande favorito para as eleições de 27 de outubro, falou sobre a dificuldade argentina em pagar suas dívidas junto ao FMI.
Durante a ocasião que ocorreu durante o final de semana, o candidato argentino respondeu as declarações de Bolsonaro e Paulo Guedes sobre o Mercosul, afirmando não ter intenção de fechar a economia. “Se Bolsonaro pensa que vou fechar a economia, e que então o Brasil vai sair do Mercosul. Ele pode ficar tranquilo, porque não penso em fechar a economia. É uma discussão boba”, afirmou Alberto Fernández, ao jornal La Nación.
Outro hemisfério a mesma recessão
Em Washington, Peter Navarro, assessor de Trump e conselheiro comercial, tratou de colocar panos quentes nos indícios de um possível ciclo recessivo. Peter afirmou que “temos a economia mais forte do mundo e o dinheiro está entrando para o nosso mercado de ações e nossos títulos”.
O assessor tentou amenizar também, a inversão da curva de juros, sintoma que antecede períodos recessivos, defendendo que “o que tivemos foi uma curva plana”.
Larry Kudlow, conselheiro econômico americano, disse que “não há nenhuma recessão à vista”, além de destacar dados sobre emprego, salários e consumo.
China vs EUA
Sobre a guerra comercial, mesmo após declarações mais suaves de Trump, a sensação ainda é a de que um acordo está muito longe de ser costurado. Mesmo que pese a insatisfação chinesa diante das declarações de alguns congressistas americanos sobre a crise em Hong Kong. “Uma interferência grosseira nos assuntos do país”, segundo o governo chinês.
Conclusão
É bom lembrar que tanto Macri, quanto Trump, estão cada vez mais próximos da campanha eleitoral. A crise argentina veio mais cedo e praticamente enterrou as chances de Macri. Nos EUA, Trump faz o possível e impossível para retardar a cada vez mais provável recessão no país.
Logo, as declarações de que está tudo bem não são mais aceitas. E só conseguimos lembrar da filosofia do nosso irreverente volante, misto de vampiro e capeta: Eles fingem que está tudo bem e a gente finge que acredita.
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