A B3 ($B3SA3) apresentou nesta terça-feira (16) suas principais diretrizes estratégicas durante o B3 Day 2025, evento realizado na sede da companhia e voltado a investidores e analistas. Segundo relatório da Ágora Investimentos, a operadora da bolsa brasileira reforçou iniciativas com foco em 2026, com o objetivo de impulsionar seus negócios e ampliar a diversificação das fontes de receita ao longo de diferentes ciclos econômicos.
Durante o encontro, a empresa destacou um conjunto de ações voltadas ao fortalecimento de seus segmentos mais sensíveis ao ciclo econômico. A estratégia passa por capturar volumes maiores em um ambiente potencialmente mais favorável de juros mais baixos, por meio de ajustes de preços, lançamento de novos produtos e investimentos contínuos em todo o ecossistema de mercado de capitais.
Além do foco operacional, a B3 também abordou temas relacionados à agenda regulatória em andamento, incluindo diretrizes recentemente anunciadas e discussões sobre a evolução do arcabouço regulatório. De acordo com a Ágora Investimentos, esse diálogo reforça o papel da companhia como agente central na modernização e no desenvolvimento do mercado financeiro brasileiro.
Segundo o BTG Pactual (BPAC11), a companhia vem reequilibrando seu mix de receitas, com maior peso para linhas recorrentes e de infraestrutura, ao mesmo tempo em que preserva a alavancagem operacional nos segmentos pró-cíclicos. Nesse contexto, áreas como renda fixa, crédito privado, dados, analytics e plataformas tecnológicas foram apontadas como vetores estruturais de expansão nos próximos anos.
O banco destaca ainda que a gestão da B3 ressaltou a opcionalidade embutida nos negócios de ações e derivativos em um eventual cenário macroeconômico mais favorável entre 2026 e 2027. Apesar do menor engajamento recente do investidor de varejo, a base total de investidores continuou crescendo, enquanto as alocações institucionais permanecem em níveis historicamente baixos, o que pode abrir espaço para uma recuperação mais robusta dos volumes.
A inovação em produtos também foi um dos pontos centrais do encontro, com destaque para o desenvolvimento de novos derivativos, ETFs, iniciativas de tokenização, ativos digitais e plataformas voltadas ao varejo. Para o BTG Pactual, essas frentes reforçam o tom construtivo apresentado no Investor Day.
Na avaliação do banco, a B3 reiterou a solidez de seu modelo balanceado, sustentado pelo crescimento consistente das receitas recorrentes. Em renda fixa, chamou atenção o avanço da negociação eletrônica e a expectativa de monetização mais relevante do mercado secundário a partir de 2025. Diante desse cenário, o BTG Pactual manteve recomendação de compra para as ações da companhia, destacando que uma eventual retomada dos volumes em ações pode ser mais forte do que a atualmente refletida nos modelos de projeção.
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B3: posicionamento estratégico
Na avaliação da casa de análise, as sinalizações feitas no B3 Day 2025 foram bem recebidas. O relatório destaca que a companhia vem se posicionando de forma estratégica para aproveitar um eventual aumento de volumes nos negócios mais cíclicos, sem abrir mão do avanço em frentes menos voláteis.
Ao mesmo tempo, a Ágora ressalta os esforços da B3 para ampliar a participação de linhas de receita recorrentes, o que contribui para reduzir a dependência de oscilações de mercado. Essa combinação entre crescimento cíclico e diversificação estrutural é vista como um fator relevante para sustentar a trajetória de longo prazo da empresa.
Pessoas físicas estrangeiras
Recentemente, a operadora da bolsa anunciou uma mudança estrutural voltada à ampliação do acesso de investidores pessoas físicas estrangeiras ao mercado acionário brasileiro. A iniciativa foi desenvolvida em parceria com a Interactive Brokers (IBKR), uma das maiores corretoras eletrônicas globais, e passa a valer a partir deste mês.
Com a nova estrutura, investidores de varejo elegíveis nos Estados Unidos, Canadá, União Europeia, Reino Unido, Austrália, Hong Kong e Singapura poderão negociar ações diretamente na bolsa brasileira por meio da plataforma internacional da corretora. A medida representa um avanço relevante na integração do mercado brasileiro ao fluxo global de capitais.
Segundo a B3, o projeto elimina uma série de obstáculos históricos que dificultavam a participação de estrangeiros e de brasileiros não residentes, como custos elevados, processos burocráticos complexos, limitações tecnológicas e entraves regulatórios e tributários. A bolsa destaca que a iniciativa exigiu inovação regulatória, conduzida em conjunto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de investimentos em tecnologia para simplificar a jornada do investidor.
A expectativa da B3 é que a parceria contribua para ampliar a base internacional de investidores, aumentar a liquidez do mercado acionário e reforçar a atratividade do Brasil como destino de investimentos em renda variável.
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