A história do Touro de Wall Street é permeada de simbolismo tanto da perspectiva da arte quanto da própria mística em torno do animal e de tudo o que ele representa.
Acontece que, desde os primórdios da humanidade, os touros são admirados por seu vigor e robustez.
Os chifres dos touros, por exemplo, representam poder em diferentes culturas, como na egípcia, bem como elevação e espiritualidade, como no período pré-egípcio com a divindade Amón sendo chamada de senhor dos Chifres no Livro dos Mortos.
Mas não se engane, pois tanto nesta cultura quanto nas culturas do entorno o que há é muita vida e desejo de progresso. É importante fazer essa distinção por conta dos termos utilizados, como chifre e morte.
Na prática, essa tríade aponta para um saber milenar e não terreno, ao menos do ponto de vista da filosofia. Era, basicamente, uma espécie de ciência, na qual alguns campos do saber estavam imbricados com um certo tipo de fé.
Isso também pode ser visto nos dias recentes, quando o poeta cantarola seus versos “andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar”. Esse elemento transcendente acompanha o homem desde que ele se entende por homem!
Já na tradição hebraica, os chifres são símbolos de abundância. É o caso da cornucópia, ou seja, um vaso em formato de chifre para o transporte de frutos e flores. Esse ícone também pertence à tradição greco-romana e traz o mesmo significado.
Vale lembrar, ainda, que no período pré-cristão reis e sacerdotes eram ungidos com o óleo do chifre e isso se perpetuou para o período depois de Cristo. Neste caso, o óleo representava a sabedoria divina e o chifre que o transportava representava a autoridade que lhe era concedida.
Toda a representação que se pode observar em lugares como Itália, Grécia, e Oriente Médio, replicada por outros países, tem a função de evocar o progresso pela mão do divino. Pense nas colunas dos antigos palácios, também imitadas atualmente na fachada de Casas Legislativas, Fóruns e residências oficiais.
Se o investidor deixar a mística de lado por um minuto, poderá observar com clareza que tudo isso nada mais é do que o desejo do progresso, seja ele financeiro, científico, tecnológico e por aí vai. Também o familiar (ou tribal, se o período analisado for a.C).

A Torre Eiffel
Antes de tratarmos especificamente da História do Touro de Wall Street, vale a pena pedir um cafezinho, puxar uma baguete e direcionar o olhar à Torre Eiffel.
Pois é, o maior símbolo do turismo europeu e quiçá mundial tem um significado que passa longe da maioria dos que viajam a Paris anualmente para conhecer a peça. Não é romântico!
Ela foi construída para o evento “Exibição Universal” (Exposition Universelle), que ocorreu em 1889 na capital dos franceses. O evento foi realizado no centenário da Revolução Francesa (1789), por meio de uma competição desenvolvida pelo governo, com diversos engenheiros e arquitetos apresentando projetos.
Importante mencionar que a Revolução Francesa foi um período, entre 1789 e 1799, de intensa agitação política e social na França, que teve um impacto duradouro na história do país e, mais amplamente, em todo o continente europeu. A monarquia absolutista que tinha governado a nação durante séculos entrou em colapso em apenas três anos.
Essa efervescência social nada mais é – como já dito neste artigo – do que o desejo do homem pelo progresso, bem como sua busca pela mudança. Essa iniciativa, por vezes, gera instabilidade, mas esse processo resulta em melhorias significativas.
Sempre que algo “novo” se propõe a “nascer”, é comum que ocorram “dores de parto” e, consequentemente, alguma convulsão.
Logo, a Torre Eiffel está mais para um símbolo de mudança, de transformação, do que para um ícone cujo simbolismo aponte para “a felicidade dos casais apaixonados”. Mas, tudo bem, a interpretação é livre e, afinal, quem não gosta de celebrar o amor?
Bull Market
Agora sim, vamos tratar exclusivamente da história do Touro de Wall Street, mas antes, você entende o significado de Bull Market? Seja investidor, ou não, deveria entender.
Pois bem, o mercado de capitais tem duas representações para o “caminho” que as ações fazem no decorrer de um dia ou de um período mais prolongado.
Uma delas, ou o Bull Market, tem a ver com a figura do touro que, quando provocado, se lança sobre seu adversário dando cabeçadas e o jogando para cima.
Na prática, é o desejo do próprio mercado em ver os ativos virarem a chave, ou seja, se estão caindo, passarem a subir. Por isso, apelam para o touro. De igual modo, quando as ações já estão subindo, é desejo dos traders que elas continuem alcançando topos. Ou seja, novos picos decorrentes dessa “chifrada” potente.
Na outra ponta há o Bear Market, ou seja, Mercado do Urso. Assim como o touro, quando este animal é provocado também se lança sobre seu adversário, porém, diferentemente do touro, que dá cabeçadas e joga para cima, o urso fica ereto sobre sua vítima e, com suas patas, o atinge, de maneira que o alvo seja jogado ao chão com violência.
Por isso, quando as ações estão em queda, diz-se que é o Bear Market. Todos apelam para o touro, mas ninguém apela para o urso, a não ser os vendedores a descoberto, que são aqueles que apostam contra uma determinada empresa, e vão auferir lucro se esta ação desabar.
Em relação à escultura do touro em NY, dizem que esfregar a mão no chifre, no focinho ou nos testículos do animal traz alguma sorte, prosperidade e dinheiro na vida. Essa teoria dificilmente será encontrada nos livros de história. Ela está mais para um dito popular.
Wall Street
Provavelmente até aqui você já entendeu a mística em torno do Touro de Wall Street, ou seja, o animal, os chifres e sua forma de ataque, bem como o simbolismo em torno dele.
Agora, acerca da história, podemos dizer, primeiramente, que se trata de uma escultura em bronze já consolidada como uma das principais atrações turísticas de Nova York.
A peça foi esculpida pelo artista italiano Arturo di Modica, inspirado pela escultura “O Touro e o Urso”, instalada em 1985 em frente à Bolsa de Frankfurt, na Alemanha, para a celebração do aniversário de 400 anos do principal mercado da Europa.
O artista financiou a obra de seu próprio bolso (US$ 350 mil) e a instalou ilegalmente em frente à Bolsa de Valores de Nova York, após transportá-la em um caminhão em dezembro de 1989 e deixá-la sob uma árvore de Natal.
Embora a intenção tenha sido presentear os nova-iorquinos, como um símbolo da força e poder do povo americano, o touro gerou insatisfações, e os executivos da bolsa rapidamente pagaram para que a estátua de quase 3,5 toneladas fosse levada para um lote no distrito do Queens.
Porém, Di Modica tratou da reinstalação com o Departamento de Parques e o monumento foi colocado ao norte do parque Bowling Green, no cruzamento da Broadway, onde está até hoje.
Ainda assim, ele tentou vender a escultura em 2004 para tentar recuperar o dinheiro investido na produção e no transporte da peça. Os lances iniciais partiram de US$ 5 milhões (R$ 27,5 milhões), e parte seria doado para caridade.
Era requisito básico que o comprador não removesse a escultura e, talvez por isso, a venda acabou não acontecendo.
Di Modica morreu em 20 de fevereiro de 2021, aos 80 anos, em sua casa em Vittoria, perto de Ragusa, no sul da Sicília.
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