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A herança de Cruzados: pai deixa mala repleta de dinheiro que hoje não vale quase nada

A herança de Cruzados: pai deixa mala repleta de dinheiro que hoje não vale quase nada

Dois irmãos de Araguaína, no norte do Tocantins, viveram recentemente uma surpresa ao explorar os pertences deixados por seu pai, falecido em 2012. Em uma mala, Waloar Pereira Magalhães e seu irmão encontraram quase 32 milhões em dinheiro. Porém, a herança não era o que parecia: a quantia era composta por notas e moedas do Cruzado, moeda brasileira que circulou entre 1986 e 1989 e que, hoje, possui pouco ou nenhum valor comercial.

Como segundo a conversão histórica R$ 1 equivale a 2,75 bilhões de Cruzados, os 32 milhões de Cruzados valem hoje R$ 0,01, ou um centavo de real.

“Quando nosso pai faleceu, a gente entrava na casa dele, mas evitava mexer nas coisas. Um dia, finalmente, encontramos essa mala cheia de dinheiro”, contou Waloar, técnico de manutenção. Seu pai, Paulo Abreu, viveu de forma simples e desconfiava dos bancos, preferindo manter uma “poupança física”.

Herança de Cruzados: época de grande instabilidade econômica

As cédulas e moedas achadas pelos filhos são resquícios de uma época de grande instabilidade econômica no Brasil, marcada pela inflação e trocas frequentes de moeda. Após o Cruzado, vieram o Cruzado Novo, o Cruzeiro e o Cruzeiro Real, até a chegada do Real em 1994.

Embora o valor dessas notas antigas seja hoje mais histórico que financeiro, é possível ter uma noção de quanto essa quantia valia na época. Em 1986, o salário mínimo era de Cz$ 804 e subiu para Cz$ 40.425 ao final de 1988. Assim, os quase 32 milhões guardados pelo pai de Waloar representavam, na época, algo superior a 800 salários mínimos — um montante significativo.

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Além do dinheiro em Cruzados, Paulo Abreu também guardava moedas antigas de 200 e 400 réis, que mantinha em um pote à vista. “As moedas, a gente sabia que ele guardava, mas do dinheiro, nunca desconfiamos”, comentou Waloar. O pai, dentista por 30 anos, também investia em construções que vendia na região central de Araguaína.

Esse tipo de achado monetário não é raro na região: em 2023, um lavrador de Conceição do Tocantins encontrou um pote com 206 moedas coloniais.

A relevância da educação financeira

Descobertas como essa destacam o valor histórico que o dinheiro antigo pode ter, mas também trazem uma reflexão importante sobre educação financeira.

Manter dinheiro guardado em espécie, sem proteção contra a inflação, pode corroer seu poder de compra ao longo do tempo. Na economia atual, o valor do dinheiro precisa ser protegido com investimentos seguros que garantam seu crescimento e preservação, evitando que grandes quantias guardadas percam sua relevância financeira — e se tornem apenas lembranças de outros tempos.

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