Apesar de ter obtido autorização do Congresso Nacional na aprovação da PEC do Orçamento de Guerra, o Banco Central não pretende comprar títulos privados.
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A afirmação foi feita nesta sexta-feira (22) pelo diretor de Política Econômica do BC, Fábio Kanczuk, durante videoconferência com investidores.
“‘Quantitative easing’ como política monetária, não. Não é o que o BC tem na cabeça”, assegurou Kankzuk”.
Caminho diferente do Fed
Segundo o executivo do Banco Central, a situação do Brasil é diferente da vivenciada nos Estados Unidos.
Lá, o Fed (Banco Central norte-americano) não pode mais contar com corte nas taxas de juros para estimular a economia, pois eles já estão baixíssimos.
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No Brasil, a Selic está em seu menor nível histórico – 3% – e ainda pode ser reduzida para 2,25% na próxima reunião do Copom.
Segundo Fábio Kanczuk, no entanto, se o BC utilizar a estratégia do Fed de estimular a economia por meio da compra de títulos privados, poderá fazer o dólar disparar ainda mais.
“O Brasil tem outro componente, o prêmio de risco. Você não pode impedir o mercado de expressar esse prêmio de risco na curva. Se não expressar na curva de juros, vai expressar em outro lugar, no câmbio. O BC não vai fazer isso aí. QE [quantitative easing] tem várias desvantagens e não tem a suposta vantagem que é não afetar outros ativos financeiros, em especial o câmbio”, explanou, de acordo com o site O Antagonista.
Repasse cambial
O diretor do Banco Central admitiu que a alta do dólar no Brasil, que vem beirando os R$ 6 a um bom tempo, resulta em reajuste de preços, o famoso “pass through” ou, em português, “repasse” do câmbio para a inflação.
“Entendo que o ‘pass through’ existe, está vivo aí, é um risco para a questão inflacionárias. O que eu quero dizer é normal fazer estimativas de quanto mexeu o câmbio e influenciou na inflação”, ponderou.
Segundo ele, o BC está acompanhando todos os movimentos e a alta do dólar só não está impactando mais os preços porque a queda da taxa Selic neutralizou essa tendência natural.
“Isso se dá via credibilidade forte. As expectativas ficam paradas, mesmo com a alta do câmbio. Parece que o ‘pass through’ desapareceu quando está lá vivo. Vai ver se parar de atuar na política monetária como você vinha atuando. O ‘pass through está aí, é uma questão premente, e estamos prestando atenção a ele”, concluiu.
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