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Alô, câmbio: na guerra Otan x Rússia, como fica o real?

Alô, câmbio: na guerra Otan x Rússia, como fica o real?

Na semana passada, comentei a respeito deste tema geopolítico que tanto preocupa os investidores. E de fato, acabou acontecendo conforme o previsto.

Mesmo com o “invite” enviado para ontem, quarta-feira dia (16), às 3h da manhã (Kiev), a tal invasão russa não aconteceu. E pelo menos por hora, a chance do tal “cisne negro” ocorrer ficou ainda menor. Mas em que isto impacta o nosso real?

As dúvidas continuam na Europa

As tensões diminuíram com os lados cedendo em parte nas demandas.

A Rússia começou a desmobilizar as suas tropas.

A Ucrânia, começou a relativizar uma eventual entrada na Otan.

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Do lado europeu, especialmente Alemanha e França, foi acionado o esquadrão de “combate a incêndio”, que parece ter obtido alguns sucessos. E até mesmo a Casa Branca diminuiu um pouco o tom. Parece, pelo menos por hora, que a diplomacia está ganhando esta parada.

Mas acabou?

Não, longe disso. Lembrando que a Rússia fez uma lista de demandas e a Otan deu de ombros em um primeiro momento.

Quase todo dia os EUA falam que as tropas seguem na fronteira… E, apesar de dizer que não quer a guerra, o próprio Putin já ameaçou tomar medidas mais severas caso a Ucrânia entre para a aliança.

Ou seja, teremos alguns meses pela frente antes de podermos afirmar que o risco de conflito está afastado. Até mesmo porque, quando relembramos da história europeia, raramente as invasões acontecem antes do mês de abril.

Dólar e moedas emergentes

Não poderia ser diferente… Com a perspectiva de risco caindo, os ativos com maior expectativa de retorno acabam reagindo (muito) melhor. E o real pegou uma carona neste movimento, valorizando desde que as notícias recentes começaram a chegar.

Guerra só ajudaria no processo de “voo para qualidade”, com recursos sendo direcionados para as treasuries por exemplo.

Câmbio: Enquanto isso, no Brasil…

A eleição (finalmente) começa a tomar tração. Com o prazo final para filiações se esgotando, eventuais candidatos seguem com as articulações para filiações, formação de alianças, etc. A batalha pela chamada “terceira via” segue aberta, com movimentos em praticamente todas as legendas fora do eixo Bolsonaro e Lula (ou PT).

Com isso, o dólar…

Continua operando em níveis bastante interessantes para os importadores. E segue sendo um dos melhores “investimentos” de 2022.

Conforme temos comentado nos últimos meses, pelo menos por enquanto, o carrego tem ajudado e muito a moeda brasileira. O Bacen tem sido o melhor amigo de quem possui dívida ou obrigações em moeda estrangeira no Brasil.

Sendo assim, “it’s all about FED”

Sim, minha amiga, meu amigo… Enquanto não tivermos uma definição mais clara de como será a atuação do Banco Central americano, temos tudo para continuar na mesma.

E aqui, todo cuidado é pouco. Apesar de pouco provável, um movimento mais brusco na alta das taxas pode ser o gatilho para uma corrida para a segurança. Lembrando que a inflação americana já é está mais alta que a brasileira no curto prazo. Quem diria…

Câmbio, desligo!

Por Alexandre Viotto, head de câmbio e comércio exterior