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Alô, câmbio: as commodities e o nosso real… para onde vai o dólar?

Alô, câmbio: as commodities e o nosso real… para onde vai o dólar?

Alô Câmbio! Tudo bem com você? Não tem como evitar ao assunto… Semana após semana, nossos amigos exportadores seguem sem entender direito os motivos pelos quais o real segue se valorizando.

Hoje, decidi focar nas commodities e como elas impactam a cotação das moedas.

Real: Brasil exportador de matérias-primas

Se você já estudou Geografia, deve se lembrar de que desde que o mundo é mundo, aprendemos que o Brasil vende os tais produtos primários.

Açúcar, Soja, Minério de Ferro, Petróleo e Café respondem por aproximadamente 60% da nossa pauta de exportação.

Ou seja, qualquer alteração no preço destes itens afeta diretamente a quantidade de dólares que entram no país…

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Mais “coisa” no mercado da coisa… faz o preço daquela mesma coisa cair de valor.

Sendo assim, se por uma saca de café eu recebo mais dólares pela venda da mesma, eu terei mais dólares na minha mão. Mais dólar (coisa) no mercado do dólar, faz o mesmo desvalorizar. A velha lei da oferta e demanda explicada de outra maneira.

O índice CRB

O índice CRB é nada que uma cesta de itens composta pela maioria das commodities negociadas no planeta.

Este índice, que pode ser consultado facilmente na internet, mostra a evolução do preço desta tal composição.

O interessante é que quando colocamos o gráfico do CRB com o câmbio, as curvas costumam ser inversamente proporcionais. Enquanto os produtos primários sobem de preço, o dólar se desvaloriza. Simples assim…

Ficou fácil agora, não?

Salvo em momentos muito especiais, commodity em alta significa dólar para baixo.

Quando aconteceu? Por exemplo na eleição de Donald Trump, em que havia uma expectativa de maior consumo de produtos, crescimento econômico… E uma política de valorização da moeda americana. Por alguns meses, as duas curvas andaram lado a lado, para depois voltar ao normal.

Portanto…

Não tem outra saída. Seja pela crise na cadeia de fornecimento, guerra na Europa ou questões climáticas, as commodities seguem nas suas máximas de muito tempo.

Até onde vai a alta do real?

Por tudo o que foi comentado anteriormente, a moeda brasileira tem mesmo que se valorizar frente aos seus pares. Principalmente em relação à divisa americana.

O real segue como a moeda que mais se valorizou em 2022. Comentei aqui do efeito positivo da alta de preço das commodities, mas o diferencial de juros também tem contribuído para o movimento.

As dúvidas estão entre até onde vai esta apreciação e se existe espaço até mesmo para uma inversão de tendência. Estamos falando de Brasil não é mesmo?

Por isso mesmo, fique ligado e bastante atento aos próximos movimentos dos ativos. Estamos em um ano bastante atípico por vários fatores, e todo cuidado continua sendo pouco!

Um forte abraço e até semana que vem! Câmbio, desligo!

Por Alexandre Viotto, head de câmbio e comércio exterior da EQI Investimentos