A produtora de etanol e energia sustentável Cerradinho Bioenergia está na fila para IPO (Oferta Pública Inicial) este ano.
Fundada em 2006 pela família Sanches Fernandes, a companhia é uma das principais entre os complexos produtores de bioenergia na América Latina. A base de sua produção é cana e milho.
Vamos conhecer melhor a empresa?
Sobre a Cerradinho Bioenergia
A companhia foi constituída em 2006 pela família Sanches Fernandes, com experiência de décadas no setor agrícola, e teve sua operação comercial iniciada em 2009 com sua usina em Chapadão do Céu, inicialmente com moagem de 2,4 milhões de toneladas de cana.
Logo no início de sua operação, entre os anos de 2010 e 2011, os acionistas da companhia implementaram diretrizes importantes no modelo de gestão e governança, já baseados em padrões de governança de empresa de capital aberto) e com adequação da estrutura de capital.
Outro pilar na história da Cerradinho Bioenergia é o constante investimento feito na expansão de capacidade, na eficiência logística e na modernização aliada a tecnologias de ponta. Entre 2014 e 2017, foram feitos investimentos superiores a R$ 250 milhões para aumento da eficiência e da produtividade de moagem, com a instalação do sexto terno de moenda, e na expansão de capacidade de geração de energia, com a construção da segunda caldeira, duas novas turbinas e geradores.
Assim, a companhia aumentou a capacidade instalada para 160 MW e se posicionou com um dos maiores índices de volume de energia por tonelada de cana dentre as usinas do Brasil. Em 2019, a Companhia inaugurou sua planta de etanol de milho, Neomille, buscando diversificação da matéria-prima para produção de etanol e criação de valor através de novas fontes de geração de receita advindas do milho.
A operação da empresa
Com sede em Chapadão do Céu, em Goiás, a empresa tem uma capacidade instalada de moagem de cana equivalente de aproximadamente 9 milhões de toneladas, com foco na produção de etanol e energia sustentável através da cana e do milho.
A história da companhia remete ao pioneirismo de seus fundadores no setor de bioenergia no Brasil e à visão estratégica de crescimento ancorado em constantes investimentos, diversificação das fontes de suprimento, tecnologia de ponta e gestão empresarial.
Em Chapadão do Céu a Cerradinho Bioenergia opera duas plantas de produção de etanol e derivados: uma planta utiliza cana-de-açúcar e a outra milho como suprimento.
A companhia gere uma área agrícola de 75,8 mil hectares de cana, em terras arrendadas, sendo aproximadamente 60% de cana própria, com contratos de longo prazo com terceiros e colheita 100% mecanizada, de acordo com dados de sua última safra.
A posição geográfica garante acesso a um ambiente agrícola com topografia favorável para produção de cana, contribuindo no processo de colheita na eficiência das máquinas no campo, indicadores também intensificados pelo tamanho médio de 750 hectares por propriedade.
Adicionalmente, a região oferece facilidade de acesso ao milho, cuja disponibilidade da região é 10x superior ao consumo da sua planta Neomille, e pelo seu acesso logístico, o que acaba por reduzir custos.
“Além disso, são plantas modernas, com altos rendimentos e que processam cana em 320 dias por ano e milho em prazo superior, atingindo 350 dias por ano. O transporte do etanol é feito através de um sistema logístico multimodal eficiente e estrategicamente dimensionado: o produto é inicialmente transportado por via rodoviária até o terminal férreo em Chapadão do Sul, no estado de Mato Grosso do Sul. A partir daí, segue por via férrea até Paulínia, principal polo distribuidor de combustíveis do Brasil”, explica a empresa.
Vantagens competitivas da Cerradinho Bioenergia
Excelência Agrícola e Industrial. A companhia é referência no setor com métricas de produtividade que refletem sua excelência operacional, alavancada pelo uso das melhores tecnologias disponíveis para o agronegócio. Dentre seus principais usos destacam-se fertirrigação com uso de pivôs lineares acoplados a sistema de automação, uso de drones para coleta de dados e monitoramento, automação no plantio com mitigação de falhas e na colheita 100% mecanizada.
Gestão de Risco e Diversificação. O modelo de negócios da Cerradinho Bioenergia visa garantir a geração de receita por meio de diferentes produtos e fontes de suprimento. A companhia realiza mais de 60% das vendas para as 3 principais distribuidoras: Raízen, Petrobras e Ipiranga, através de contratos de médio prazo (entre 3 e 5 anos), contribuindo para fluxos previsíveis e melhor gestão de risco. A comercialização de energia elétrica é atrelada a contratos de longo prazo, com prazo remanescente médio dos contratos existentes de 14 anos e preços indexados ao IPCA, garantindo um patamar de preço médio previsível e evitando alta exposição ao mercado de energia à vista. Atualmente o preço médio da energia exportada através desses contratos é de R$ 255 por MWh.
ESG. O modelo de negócios da empresa é naturalmente sustentável, e além de produzir energia limpa, Cerradinho Bioenergia trabalha em diversos projetos e medidas, que possuem o objetivo de gerar impactos positivos para o meio ambiente e para a sociedade. Desde sua fundação, a companhia evitou a emissão de 9,5 milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera, além de emitir em 2021 um certificado de recebíveis do agronegócio (CRA) com selo verde, cooperando com a sustentabilidade.
Estratégias de crescimento
A estratégia de negócio da Cerradinho Bioenergia consiste em manter seu crescimento orgânico acelerado e sustentável, focado na expansão da capacidade de produção de etanol de milho, se alavancando em outras iniciativas que tenham sinergia operacional e criem valor para a companhia.
Por meio do crescimento orgânico a empresa pretende expandir a capacidade industrial e de moagem de cana e milho.
No campo greenfield, a companhia prevê a construção de uma nova planta de processamento de milho no Mato Grosso do Sul, localização estratégica dada a grande disponibilidade de milho e biomassa na região e a alta demanda de coprodutos (DDG e óleo de milho).
A expectativa é que seja investido em torno de R$1,4 bilhão com início da operação comercial em 2023. Além disso, já há benefício fiscal de ICMS formalizado, o que contribui para que a Companhia tenha maior rentabilidade. A nova planta de milho de Greenfield, quando comparada à planta de Neomille, tem uma capacidade superior em processar milho e produzir o etanol hidratado.
Dados econômico-financeiros
Principais fatores de risco
- A extensão da pandemia, a percepção de seus efeitos, ou a forma pela qual tal pandemia impactará os negócios da companhia depende de desenvolvimentos futuros, que são altamente incertos e imprevisíveis, podendo resultar em um efeito adverso relevante em seus negócios, condição financeira, resultados das operações e fluxos de caixa e, finalmente, sua capacidade de continuar operando seus negócios.
- A Cerradinho Bioenergia pode não identificar, desenvolver e/ou implementar com sucesso a estratégia de crescimento e/ou expansão das instalações existentes.
- Existem riscos de execução relacionados aos anos de expansão para projetos greenfield ou outros ativos que a companhia possa adquirir e que possam afetar materialmente a capacidade de entregar o plano de negócios previsto, ou aumentar substancialmente os gastos de capital previstos.
- Riscos relacionados à excussão de ônus sobre os imóveis próprios em garantia das dívidas da Companhia.
- A Cerradinho Bioenergia pode ser impactada negativamente por perda total ou parcial de seus bens em razão de proteção inadequada ou insuficiente.
Sobre o IPO da Cerradinho Bioenergia
A Cerradinho Bioenergia protocolou seu pedido de IPO na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em agosto de 2021. A empresa quer ser listada no Novo Mercado.
A oferta será primária (quando os recursos são destinados ao caixa da empresa) e secundária (quando os acionistas vendem parte de suas fatias na empresa).
A oferta é coordenada pelo Banco Itaú, XP Investimentos e BTG Pactual.
O preço por ação, o aumento de capital da empresa e os prazos da oferta ainda não foram divulgados.
O total de recursos captados na oferta primária será destinado à construção de uma nova planta de etanol de milho da Cerradinho Bioenergia no modelo greenfield, em Maracaju (MS). A companhia vai investir R$ 1,4 bilhão no projeto, e a previsão é que as obras iniciem em 2022.
