Chris Kempczinski, CEO do McDonald’s, fechou o ano de 2020 sem motivos para reclamar de crise ou pandemia de coronavírus.
Segundo relatório divulgado pela empresa de fast food, apesar de a rede não ter conseguido cumprir as metas pré-estabelecidas para o ano passado, o executivo fechou dezembro com mais de US$ 10,8 milhões no bolso.
A empresa chegou a afirmar, em abril, que cortaria os salários dos principais executivos, e realmente o fez, mas Kempczinski teve os ganhos reestabelecidos em outubro.
O salário base do CEO, sem os cortes, é de US$ 1,25 milhão. Com a redução temporária, caiu para “apenas” US$ 963.500, mas logo voltou ao normal.
Salário do CEO vem de ações
De acordo com reportagem da CNBC, conforme ocorre em boa parte das empresas de capital aberto, o salário do executivo do McDonald’s não vem propriamente da folha de pagamento, mas em prêmios de ações.
Segundo o site, os prêmios oriundos dos papéis e opções da rede adicionaram US$ 9,5 milhões à sua remuneração. Alem disso, outras formas de compensação, como o uso do avião particular da empresa, representaram um adicional de US$ 383.000.
A fortuna poderia ser ainda maior caso o Mc Donald’s tivesse batido as metas pré-estabelecidas para o ano, com a soma de mais US$ 4,25 milhões às suas contas bancárias.
Para se ter uma ideia, em 2019, o total de dinheiro recebido pelo CEO da rede acabou chegando a US$ 18 milhões.
Disparidade dentro do McDonald’s
De acordo com a CNBC, o salário do CEO do McDonald’s em 2020 foi 1.189 vezes maior do que o de um trabalhador comum da rede.
Segundo o relatório da empresa, esses funcionários têm, em média, ganhos de US$ 9.124 no período. Entre eles estão inclusos funcionários de meio período e sazonais.
Em 2019, o trabalhador mediano ganhou 1.939 vezes menos do que a remuneração total do CEO, resultando em cerca de 20% dos acionistas votantes rejeitando a proposta do McDonald’s de remuneração da administração no ano passado. A norma é 10% ou menos.
O McDonald’s não é a única empresa a enfrentar divergências sobre a remuneração dos executivos por parte dos acionistas. Os acionistas da Starbucks rejeitaram recentemente o plano de compensação da rede de café , embora a votação não seja vinculativa.