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BTG (BPAC11): exposição à saúde é recomendada para quem quer proteção à volatilidade do mercado

BTG (BPAC11): exposição à saúde é recomendada para quem quer proteção à volatilidade do mercado

O BTG Pactual (BPAC11), um dos maiores bancos de investimentos do país, analisou o setor de saúde e reforçou que o investidor deve manter alguma exposição a este segmento, principalmente aqueles que buscam proteção de volatilidade aguda do mercado.

A recomendação se dá após a instituição financeira realizar uma conferência em São Paulo e chegar à conclusão, após o evento, de que apesar de alguns impactos remanescentes esperados no primeiro trimestre, é consenso que o pior da dinâmica do Covid-19 ficou para trás.

De acordo com o BTG, alheios ao cenário macro desafiador deste ano, as empresas ainda parecem confiantes com as oportunidades de crescimento orgânico à frente, particularmente aqueles que recentemente integraram vários alvos de aquisições (como HAPV, RDOR, MATD, VVEO, ONCO), pois sua infraestrutura aprimorada deve suportar a expansão orgânica neste ano.

“Continuamos a favorecer a exposição ao setor da saúde. Após a expansão de beneficiários de 3% no ano passado, acreditamos que o mercado de saúde deve crescer mais do que a economia geral em 2022. Para os players listados que também se beneficiam da consolidação, o crescimento orgânico também deve ser um destaque importante em 2022. Continuamos assim a privilegiar HAPV, RDOR, MATD e VVEO, pois parecem bem-posicionada para acompanhar o crescimento do mercado de saúde e a tendência de consolidação no setor”, disse.

Sinergias entre HAPV e GNDI

Em se tratando da Hapvida (HAPV3) o BTG elenca que a companhia está confiante que pode entregar as sinergias da fusão com a Intermédica (GNDI3) e reconhece que há espaço considerável para ganhos adicionais, especialmente de iniciativas de cortes de custos.

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Também disse que a Hapvida vê o guidance de R$ 330 milhões para sinergias de custos anuais como uma perspectiva inicial contendo apenas uma parte das economias potenciais da fusão.

E acrescentou que as sinergias adicionais de custos podem surgir de um melhor poder de barganha, a implementação das melhores práticas e maior verticalização da rede de atendimento.

Em relação ao guidance para sinergias de receita (R$ 800 milhões/ano), a Hapvida acredita que já começará a capturar um crescimento adicional da receita no 2T22.

Enquanto isso, as sinergias fiscais também devem ser consideráveis, com VPL atingindo R$ 7 a 8 bilhões dependendo do custo de capital utilizado e premissas de amortização de ágio.

Finalmente, a empresa compartilhou alguns pensamentos sobre o crescimento orgânico e a dinâmica de preços para este ano.

A administração espera um crescimento orgânico de beneficiários de saúde de 5% a/a (de volta aos níveis históricos), enquanto os aumentos de preços dos planos de saúde devem refletir o aumento dos sinistros médicos no último ano (atingindo entre 14 a 16% para planos individuais e 8 a 10% para corporativos), favorecido pelo ambiente competitivo ligeiramente melhor em 2022.

“Hapvida é a nossa escolha principal em saúde”, frisou.

Kora

Integração de ativos é o grande destaque da Mater Dei

Conforme o BTG, a Mater Dei (MATD3) adquiriu cinco hospitais desde o seu IPO (em menos de um ano), tendo acelerado com sucesso a maior parte do pipeline anunciado anteriormente, com um mil leitos para serem adquiridos em 5 anos.

Agora, a empresa deve focar em integrar esses ativos e capturar sinergias, enquanto também está lançando seu novo hospital em Salvador.

“De fato, a Mater Dei acaba de fechar sua maior aquisição (Porto Dias) e contratou uma empresa de consultoria, além de construir uma forte equipe de operações, liderada por José Enrique Salvador, para garantir uma integração bem-sucedida dos hospitais recém adquiridos. Futura aquisições não estão fora da mesa — um alvo que estava em negociações avançadas foi anunciado, mas deve se concentrar em ativos menores a partir de agora, antes de fortalecer sua estrutura de capital”, disse.

Já a administração também compartilhou alguns pensamentos sobre a potencial transação entre Rede D’Or e SulAmérica (SULA11), e diz acreditar que quaisquer impactos do negócio devem ser mitigados pelo fato de a SULA ser apenas o 7ª maior cliente da Mater Dei, com penetração limitada em algumas regiões onde a companhia opera.

Blau farmacêutica tem fortes investimentos em PD&I

Segundo o banco de investimentos, a Blau farmacêutica (BLAU3) tem fortes investimentos em PD&I, bem como portfólio em expansão na América Latina.

“Durante nossa conferência e sua teleconferência do quarto trimestre, a administração foi muito ativa nos investimentos em PD&I que a Blau está fazendo (mais de R$ 180 milhões nos últimos 3 anos, com 50 produtos atualmente em desenvolvimento) para expandir seu pipeline de novos medicamentos.

Em 2022, as despesas com PD&I devem atingir 10% da receita líquida (vs. um nível médio de 6% nos últimos anos, enquanto a empresa já entregou 40% do pipeline do ano. A estratégia da Blau de crescimento deve basear-se em três pilares para avançar:

– expansão da capacidade com suas plantas P210 e P1000 (aguardando licenças finais); (ii) parcerias e JVs para desenvolver mais produtos e acessar novos mercados;

– expansão geográfica. Enquanto isso, em relação ao seu projeto de coleta de plasma nos EUA, ele continua crescendo rapidamente (~15% m/m).

A Blau deve atingir o ponto de equilíbrio em termos de lucratividade (45 mil litros de plasma) em seu primeiro centro de plasma em breve. A iniciativa visa ajudar a Blau a se tornar autossuficiente na produção de imunoglobulina no longo prazo, pois o plasma é uma das principais (e mais complexas) matérias-primas utilizadas.

Em relação à Alfaepoetina, em dezembro a empresa venceu a licitação para o processo de venda do medicamento para o sistema público de saúde do Brasil, que deve ser uma importante fonte de receita durante 2022.

Apesar dos resultados decepcionantes no 2S21, continuamos compradores da Blau, que está sendo negociada com desconto de 11x os lucros projetados para 2023.

Expansão orgânica e inorgânica deve seguir ritmo forte na Rede D’Or

Ainda conforme a análise do BTG, depois de adquirir mais de 2,4 mil leitos via fusões e aquisições desde seu primeiro IPO em 2020, a Rede D’Or (RDOR3) provavelmente ultrapassará seu guidance de 5 mil leitos até 2025.

Entretanto, o banco de investimentos elencou que a administração descartou uma revisão do guidance por enquanto.

“Em 2022, a empresa deve manter sua agenda inorgânica acelerada, permitindo uma importante expansão de infraestrutura. Apesar dos impactos da ômicron no primeiro trimestre de 2022, esse ano deve ser um ano de normalização para os procedimentos, com taxas de ocupação cada vez mais próximas dos níveis históricos”, ressaltou.

E disse mais: as despesas de materiais médicos também devem voltar aos níveis regulares, depois de sofrerem um forte impacto do excesso de demanda durante a pandemia, o que afetou os preços e fez com que essas despesas chegassem a 25% da receita líquida (vs. um nível regular de 20%). Continuamos compradores da RDOR.”

Profarma continua com boas expectativas

A Profarma (PRFM3) continua com boas expectativas, diz o BTG, elencando que 2022 será marcado por consolidação da Profarma Especialidades (com fechamento previsto para início de abril); evolução do B2C, laboratórios e segmentos de serviços (também impulsionados pela consolidação de aquisições recentes); e a continuidade de sua ousada agenda de fusões (especialmente no segmento de serviços).

Além disso, Viveo também espera a normalização gradual da demanda após um longo período de dinâmica incomum durante a pandemia, enquanto os aumentos de preços da CMED (previsto para março) também deve ser positivo para a empresa (especialmente para a unidade de negócios distribuição, mas também para toda a indústria farmacêutica).

“Mantemos nossa compra na Viveo”, informou.

Um ano de normalização das operações da Qualicorp

Segundo o BTG, a Qualicorp (QUAL3) terá um ano de normalização de suas operações. “Todos os olhos no churn e opex”, disse.

Isso porque no ano passado a empresa conseguiu atingir sua meta de adições brutas de 40 a 45 mil beneficiários no canal coletivo de adesão por mês, mas foi negativamente surpreendida pelo churn acima do esperado (afetado pela pandemia, principalmente com a adiamento dos aumentos de preços em 2020) e o aumento considerável nas despesas com vendas.

Este ano espera manter níveis semelhantes de adições brutas, mas com melhores taxas de churn (já que 2022 não será afetado por dois ciclos de aumento de preços e refletirá várias iniciativas para aumentar a retenção dos clientes), reduzindo o custo de aquisição de clientes (e, assim, reduzindo as despesas de vendas). A QUAL deverá continuar a ganhar cada vez mais relevância no segmento das PME (crescendo majoritariamente organicamente), com o objetivo de se tornar o maior player do Brasil neste nicho (um mercado de ~ 5 milhões de vidas).

“A nova estratégia da empresa parece promissora, mas ainda precisa ser comprovado e validado. Permanecemos neutro devido à falta de um ponto claro de inflexão nas operações no curto prazo”, destacou.

Perspectativa positiva para Odontoprev

O BTG informou que em 2021 a Odontoprev (ODPV3) aumentou a sua rentabilidade graças a um melhor mix de portfólio (mais PMEs e membros individuais, que carregam menor sinistralidade), ao mesmo tempo que aumenta a sua exposição às vendas ao canal bancário (mais rentáveis do que o canal de varejo).

Segundo a empresa, apesar de também ser ajudada pela dinâmica da pandemia de Covid-19 em 2020/2021, a sinistralidade deve ser estruturalmente menor no futuro (em comparação com os níveis pré-pandemia), especialmente no segmento individual. Para 2022, a empresa reafirmou seu compromisso de entregar ganhos de eficiência em custos gerais e administrativos, especialmente por meio de seu processo de digitalização, controle de despesas com pessoal e melhoria da política de inadimplência. Como resultado, a administração vê espaço para expansão de margem este ano.

“No entanto, permanecemos neutros em Odontoprev, pois consideramos que as ações estão precificadas no preço justo nos níveis atuais”, ressaltou.

Fleury expande sua plataforma por meio de novos negócios

O Fleury (FLRY3) continua a implementar sua estratégia de se tornar uma plataforma de saúde mais completa, embora sinalizou que o negócio principal (que representa mais de 90% do faturamento) deve continuam a crescer organicamente e via aquisições.

A empresa espera dois dígitos crescimento em SSS para seu negócio de PSC (80% do faturamento total) este ano. Por outro lado, as receitas do Covid-19 devem diminuir ao longo de 2022 (mas apenas a partir do segundo trimestre, pois o primeiro terá um impacto significativo da ômicron) e os ativos consolidados não estão totalmente maduros, logo, não devemos ver expansão nas margens da FLRY para este ano.

Na sua unidade de “outros serviços”, que agora representa mais de 5% do total do faturamento, o FLRY espera manter sua expansão, especialmente em novos negócios como oncologia, dermatologia, ginecologia e outras categorias. Enquanto isso, a equipe sinalizou que a SaúdeID tem perspectivas sólidas pela frente, pois está se tornando uma plataforma mais completa, disponibilizando diversos serviços aos seus clientes e atraindo potenciais parceiros. Permanecemos neutros em termos de valuation, com as ações negociando a 12x Preço/Lucro em 2023.