Você já parou para pensar sobre a história por trás dos bolsos e como esse pequeno detalhe de uma roupa carrega a história da independência da mulher dentro dele? Pois bem…
Cultura, comportamento e hábitos de uma sociedade podem ser observados em diversas esferas e uma delas que desperta meu interesse em especial é a moda. A moda traz para o nosso dia a dia a representação visual dos pensamentos e condutas sociais de um período na história e suas mudanças também podem ser percebidas por ela.
A relação da mulher com o dinheiro é um tema que está presente na minha vida não só de forma profissional, mas também na minha vida pessoal. A mulher e o dinheiro têm uma relação historicamente recente, e vamos viajar no tempo mostrando como isso pode ser representado pela moda.
Quando o dinheiro chega ao bolso da mulher?
Os bolsos começaram a aparecer nas roupas masculinas por volta dos anos de 1600, sendo eles já costurados diretamente nas roupas, assim como são hoje.
Já na moda feminina, isso só aconteceu no início dos anos 1900, quando elas começaram a vestir calças. Para os homens, poder carregar pertences de valor junto ao corpo de forma segura era uma forma de representação de autonomia financeira, o que ficou indisponível para as mulheres por mais algumas centenas de anos.
Antes do bolso, a bolsa
Por não existir bolsos costurados nas roupas femininas que envolviam camadas e camadas de composição dos vestidos, as mulheres precisaram improvisar e criaram “bolsos” apartados das roupas, uma espécie de “pochetes” para carregar seus pertences, isso especialmente para mulheres mais afortunadas.
A partir de 1800, esses pequenos compartimentos carregados nas mãos foram nomeados retículas, e se tornaram símbolo de status, mas eram tão minúsculas que comportavam poucas coisas, e o dinheiro permanecia sendo carregado somente pelos homens.
Mulheres que usavam retículas maiores não eram bem-vistas socialmente. Isso porque elas simbolizavam que a mulher trabalhava fora e precisava carregar muitas coisas. Logo, deduzia-se, esta mulher pertencia às classes mais pobres e ajudava a compor a renda familiar.
O contexto era que a mulher poderia ajudar a prover o lar, mas sem autonomia financeira, porque o controle dos recursos ainda estava sob o poder do homem da casa.
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Calças liberadas
No início dos anos de 1900, as mulheres se apropriaram do direito dos bolsos, com a conquista do direito do uso de calças. Na mesma época, também aconteceram as duas grandes guerras, o que fez com que as roupas das mulheres fossem estrategicamente mais úteis à nova rotina, enquanto maridos e filhos estavam em batalha.
Assim, muitas mulheres passaram a deter a responsabilidade de prover e administrar o dinheiro da casa.
No pós-guerra, a mulher começou a oucpar ainda mais espaço no mercado de trabalho, não necessariamente de forma igualitária.
Desde então, os bolsos entraram e saíram de moda diversas vezes. As bolsas cresceram e diminuíram outras tantas. Mas, desta vez, refletindo outros movimentos sociais. Bolsos e bolsas não mais estavam tão atrelados assim à função de carregar o dinheiro.
Autonomia financeira da mulher
Mais do que pensar nos bolsos como uma simples evolução da moda, podemos ver como a evolução da autonomia financeira da mulher.
O poder de geração de renda e gestão dos recursos financeiros são ainda mais recentes, gerando novos desafios desde então.
As mulheres estão ocupando mais espaços e um deles é o universo dos investimentos. Investir pode proporcionar mais eficiência na gestão das finanças e apoio na conquista da liberdade financeira.
Após apropriar o direito aos bolsos, nós mulheres devemos nos apropriar do direito à tomada de decisão quanto ao futuro, facilitada pela liberdade financeira. Pensar no futuro envolve conhecimento e planejamento financeiro. As nossas escolhas de hoje é que vão garantir mais tranquilidade e poder para garantir nosso bem-estar no futuro.
Por Larissa Lima, analista da EQI Research
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