Olá, Investidor Inteligente! O mercado financeiro estremeceu na semana passada…
A gigante Americanas (AMER3) anunciou dia 11 de janeiro, com as negociações na B3 já encerradas, um rombo de R$ 20 bilhões em seu balanço.
Rombo que aumentou consideravelmente no último fim de semana, passando para incríveis R$ 40 bilhões:
Os dados que saíram na mídia ainda estão se desencontrando e há muita especulação sobre as causas e consequências dessa perda gigantesca.
Mas o fato é que muitos investidores — assim como este que vos escreve — perderam dinheiro, infelizmente.
Na quarta-feira, as ações fecharam a R$ 12 na B3.
Um dia depois, a cotação de fechamento foi de R$ 2,72, queda de -77,3%. É mole?
Uma queda desse tamanho em um único pregão, eu — com 15 anos de mercado — nunca havia presenciado.
Ah, as famosas “previsões de mercado”…
Peço licença para voltarmos um pouco no tempo.
Em janeiro de 2022, uma conhecida corretora (a ideia aqui não é expor ninguém, e sim a problemática) soltou a seguinte análise de AMER3:

Naquela época, as ações estavam cotadas por volta dos R$ 28, mais do que o dobro da quarta passada.
Veja que o preço-alvo para a referida ação era de R$ 45 no final de 2022.
Mesmo com uma recomendação “neutra”, o preço-alvo indicava incrível otimismo. O upside da análise era de 60%.
Nas cotações de agora (em torno de R$ 2), para quem comprou as ações a R$ 28 no início do ano, o resultado é de -92%. Triste fim!
Os analistas erram! Essa é a realidade…
Muitos irão argumentar dizendo que houve fraude, maquiagem de balanço, que foi um “cisne negro”, etc.
De fato, houve.
Então, a meu ver, é injusto pegarmos esse caso para exemplificarmos erros dos especialistas, correto?
Peguemos outros exemplos então.
Veja, no início de cada ano, os bancos, as corretoras, as assets, etc. divulgam quais são as suas expectativas para os próximos 12 meses.
E nisso, fazem suas previsões para a taxa Selic, o Ibovespa e outros indicadores…
Em 2023, em específico, a coisa deve estar complicada para esse pessoal…
Olhe o que já “ventilou” no noticiário de 2023, que tem apenas duas semanas de existência:
- (1) Crise nas Americanas;
- (2) Invasão ao Congresso;
- (3) Pacote fiscal de Haddad;
- (4) Possibilidade de elevação da meta de inflação;
- (5) Entre outros assuntos.
Tudo isso certamente influenciará — ou influenciou — o mercado.
Essas previsões são determinantes para o seu sucesso como investidor?
Vamos ver…
Abaixo, apresento as previsões para a taxa Selic terminal de cada ano, coletadas em janeiro do mesmo ano, a partir do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central.

Caso você não o conheça, o Boletim Focus traz o compilado da opinião da média dos especialistas de mercado.
Além da previsão, também podemos ver a taxa Selic do final de cada ano.
A ideia da tabela é comparar a previsão com o que de fato ocorreu e verificar se a média de mercado mais acerta do que erra.
A última coluna da tabela traz o erro em pontos percentuais e em termos absolutos, sem considerar se o erro apresentado foi para mais ou para menos.
O erro é a diferença entre o que foi previsto para o que de fato aconteceu.
Vamos aos resultados:
Somente em 2018 presenciamos um acerto do Boletim Focus.
O ano acabou com a Selic em 6,5%, um erro de apenas 0,2 p.p.
Neste caso, podemos considerar um sucesso.
No restante dos outros anos, os erros em pontos percentuais vão de 1,1 (em 2016) a 6,2 (em 2021).
Para efeitos comparativos, se a pesquisa divulgada no Boletim Focus fosse uma pesquisa eleitoral, a margem de erro seria de 25% para mais ou para menos.
É bastante coisa!
Com esses dados, podemos concluir que os especialistas erram, e erram muito.
E isso não se restringe à Selic.
Abaixo, observe o mesmo estudo realizado anteriormente, agora para o Ibovespa.

Inicialmente, a tabela mostra a projeção dos analistas para o final de cada ano.
Por exemplo, em janeiro de 2022, os analistas projetaram que o Ibovespa terminaria o ano em 144.853 pontos.
Na sequência, consta a pontuação do IBOV no fechamento do ano anterior.
Por exemplo, no ano anterior a 2022 (que seria 2021), o Ibovespa fechou em 103.922.
A partir desses dois dados, é possível calcular o upside projetado – o quanto os analistas preveem que a bolsa irá subir no ano.
No caso de 2022, o potencial de valorização era de 39,39% (coluna upside projetado).
O fato é que o IBOV fechou com uma pequena variação de 2,36% naquele ano.
Ou seja, uma valorização significativamente menor do que a projetada pelos especialistas de mercado, de quase 40%.
Agora, veja isso…
Na média dos últimos 18 anos, os especialistas previram que a bolsa iria subir 24,96% ao ano, em média.
Detalhe: as previsões sempre são para cima, nunca pra baixo!
No entanto, a bolsa subiu apenas 11,68% ao ano, em média.
O erro médio (última coluna) foi de 23,40 pontos porcentuais.
Se a projeção dos analistas para o Ibov também fosse uma pesquisa eleitoral, a margem de erro seria de 94% para mais ou para menos.
É muita coisa.
Isso significa que, basicamente, não importam as previsões.
Os resultados sempre tendem a passar longe do que foi previsto.
“E o que fazer, já que nem nos especialistas podemos confiar?”.
Aqui é onde queria chegar.
Você pode — e deve — confiar em alguns especialistas.
Nós, da EQI, somos especialistas. Modéstia à parte, a gente sabe o que faz.
É por essas e outras que somos uma das maiores assessorias de investimentos do Brasil…
Com mais de 20 bilhões de reais sob custódia, + 60 mil clientes e 12 escritórios espalhados pelo país.
Nós não sabemos qual será o melhor investimento do ano…
Ou se a bolsa vai subir ou cair…
Mas isso não significa que não exista um jeito certo de investir.
… e é esse jeito que queremos te mostrar!
Se isso chamou sua atenção, tenho um convite para te fazer.
Atenção: Nesta quinta-feira, acontece mais uma edição do EQI Talks, o tradicional programa semanal da EQI Investimentos.
Onde você vai descobrir “O Cenário de 2023 e os Melhores Investimentos”.
Nesta live, falaremos sobre:
- 1) Juros altos;
- 2) A próxima onda inflacionária;
- 3) Ciclo dos ativos e oportunidades para 2023.
Se você deseja proteger seu patrimônio e aumentar seus retornos nos próximos 12 meses…
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Grande abraço!
Por Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos.