O Ibovespa abriu o pregão em queda e segue assim na tarde desta sexta-feira (4). O índice recua 1,14%, aos 113.858 pontos.
O destaque no Brasil é o Produto Interno Bruto (PIB), que avançou 0,5% no quarto trimestre de 2021 e encerrou o ano com crescimento de 4,6%, totalizando R$ 8,7 trilhões.
Esse avanço recuperou as perdas de 2020, quando a economia brasileira encolheu 3,9% devido à pandemia.
O resultado veio melhor do que a expectativa, que era de alta de 0,2% no trimestre e de 4,5% no ano.
Na última leitura do indicador pelo Boletim Focus, a projeção era de alta de 4,51% para o PIB em 2021 – olhando já para a frente, a projeção é de 0,30% em 2022 e 1,50% em 2023.
O BTG Pactual (BPAC11), por sua vez, previa crescimento de 4,50% para 2021 – 0% em 2022 e 2% em 2023.
O quadro é apontado como de estagflação por alguns analistas – que seria crescimento baixo, com inflação elevada (acima de 10% ao ano). No entanto, o Brasil ainda tem mercado de trabalho favorável.
Atenção também ao dólar, que pode testar a faixa dos R$ 5, com alta das commodities e fluxo estrangeiro favorecendo o mercado brasileiro.
Hoje ainda, o IPC-Fipe, que mede a inflação em São Paulo, apontou alta de 0,90%, acima da projeção de 0,75%.
Mercados do exterior
Os mercados operam em baixa nesta sexta-feira (4), com os investidores atentos à tomada de usina nuclear na Ucrânia por parte do exército russo. O temor é por um novo desastre nuclear de proporções maiores que Chernobyl, risco que vem sendo afastado ao longo do dia pelas autoridades.
A guerra, que ultrapassa uma semana, é física e se dá no campo de batalha, que são ruas e cidades, mas também acontece no campo da retórica.
Enquanto o governo e a população da Ucrânia acusam o país vizinho de invasão, para o Kremlin tudo não passa de um ato de proteção.
Segundo o presidente Vladimir Putin, da Rússia, o poderio bélico foi colocado em campo para dissipar os “nazistas” que se organizavam para enfrentar a população separatista e, além disso, para o ditador, russos e ucranianos são “um povo só”.
Para além do conflito no Leste-Europeu, os investidores monitoram o avanço no preço das commodities – o preço do petróleo ultrapassou os US$ 110 -; a inflação nos Estados Unidos (EUA); e os movimentos do Federal Reserve (Fed) que se reúne no próximo dia 16 e deve subir os juros em 0,25%.
O destaque de hoje na agenda econômica é o payroll, folha de pagamentos oficial não-agrícola dos EUA. Ele apontou a criação de 678 mil empregos, bem acima da projeção de 440 mil; em janeiro o volume de trabalhadores contratados cresceu 481 mil, revisados de 467 mil anunciados anteriormente.
O que reforça a retomada do mercado de trabalho e o posicionamento do Fed de mudança na política monetária.
Na zona do euro, as vendas no varejo subiram 0,2% em janeiro, bem abaixo da expectativa de 1,5%.
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Mercados de Nova York
- Dow Jones: -1,07%
- S&P: -1,26%
- Nasdaq: -2,01%
Mercados Europa
- DAX, Alemanha: -4,39%
- FTSE, Reino Unido: -3,59%
- CAC, França: -4,96%
- FTSE MIB, Itália: -6,24%
- Stoxx 600: -3,36%
Mercados Ásia
- Nikkei, Japão: -2,23%
- Xangai, China: -0,96%
- HSI, Hong Kong: -2,50%
- ASX 200, Austrália: -0,57%
- Kospi, Coreia: -1,22%
Petróleo
- Brent (dezembro 2021): US$ 118,11 (+6,93%)
- WTI (novembro 2021): US$ 115,68 (+7,44%)
Ouro
- Ouro futuro (dezembro 2021): US$ 1.971,80 (+1,85%)
Minério de ferro
- Bolsa de Dalian: US$ 128,60 (+2,78%)