As ações da Cosan (CSAN3) e Rumo (RAIL3) derretem nesta terça-feira (16) um dia após o anúncio do negócio envolvendo as ações detidas pela empresa de combustíveis na companhia de logística. Os papéis recuam 4,58% e 5,37%, respectivamente.
Com esses recuos, as companhias estão entre as três principais quedas do Ibovespa no dia, sendo que a Rumo tem a maior baixa do dia. A Cosan tem a terceira maior queda.
Com isso, os papéis da Rumo recuam quase 16%, de um ano até hoje, ao passo que a Cosan tomba quase 30%.
Na segunda-feira (15), a Cosan vendeu ações ordinárias RAIL3 equivalentes a aproximadamente 4,98% do capital social total da companhia ferroviária. De forma concomitante, o grupo celebrou contratos de derivativos do tipo total return swap (TRS), que reproduzem a mesma exposição econômica correspondente às ações alienadas.
Cosan e Rumo: entenda a operação
De acordo com a Cosan, a operação tem caráter estritamente financeiro e não implica redução dos direitos políticos e econômicos da companhia em relação à Rumo. Na prática, apesar da venda das ações no mercado, a estrutura com derivativos permite que a Cosan mantenha a exposição aos resultados e à valorização da controlada.
A empresa explicou ainda que a iniciativa está inserida em sua política de otimização da estrutura de capital, com foco no reforço da liquidez e na administração eficiente do caixa. O movimento ocorre em um contexto de maior seletividade financeira por parte de grandes grupos empresariais, que têm buscado alternativas para fortalecer a posição de caixa sem alterar o controle ou a estratégia de longo prazo de seus principais ativos.
Interesse da Petrobras na Cosan
Enquanto isso, a Petrobras (PETR3; PETR4) demonstrou interesse em ativos do grupo Cosan, que atua nos segmentos de distribuição de combustíveis, bioenergia e logística, sinalizando uma possível ampliação de sua atuação em áreas estratégicas da cadeia energética. A declaração foi feita pela presidente da estatal, Magda Chambriard, durante entrevista ao C-Level, videocast semanal da Folha de S.Paulo.
Segundo Magda, a petroleira não pode comentar, neste momento, sobre eventuais movimentos no setor de distribuição de combustíveis devido à cláusula de não competição em vigor com a Vibra (VBBR3) até 2029. Ainda assim, a executiva afirmou que o tema será analisado pela companhia após o término desse compromisso contratual, indicando que o segmento permanece no radar estratégico da estatal.
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Ao abordar especificamente a possibilidade de investimentos em etanol, Magda explicou que qualquer iniciativa nesse campo precisaria ter relevância econômica e estratégica para a Petrobras. Questionada sobre a hipótese de uma aquisição minoritária em uma empresa já atuante no setor, ela destacou que movimentos desse tipo só fariam sentido se contribuíssem de forma consistente para os objetivos de longo prazo da companhia.
A presidente da Petrobras também detalhou a lógica estratégica por trás do interesse no etanol, ressaltando que, para a estatal, o biocombustível está diretamente ligado ao desenvolvimento do SAF (combustível sustentável de aviação). Em um segundo momento, segundo Magda, o etanol também passa a ser visto como insumo relevante para a indústria petroquímica, reforçando sua importância dentro da transição energética e da diversificação do portfólio da empresa.
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