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Vendas no varejo caem 0,6% em novembro, aponta Pesquisa Mensal do Comércio 

Vendas no varejo caem 0,6% em novembro, aponta Pesquisa Mensal do Comércio 

As vendas no comércio varejista no Brasil recuaram 0,6% em novembro em relação a outubro, depois de três meses seguidos com aumento no índice. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio de novembro, divulgados nesta quarta-feira (11) pelo IBGE.

Imagem do IBGE mostra gráficos de barras verticais com dados da Pesquisa Mensal do Comércio de novembro

Com o resultado acumulado de janeiro a novembro, o varejo avançou 1,1%; nos últimos 12 anteriores, a alta foi de 0,6%.O setor se encontra 3,6% abaixo do maior nível da série, registrado em novembro de 2020, e 2,6% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro do mesmo ano 

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Queda em seis das oito atividades pesquisadas

Das oito atividades pesquisadas, seis tiveram resultados negativos em novembro. As principais influências sobre o índice geral vieram de Combustíveis e lubrificantes (-5,4%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,4%).

Para o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, um dos fatores que explicam o resultado negativo do setor de combustíveis é a inflação. “Novembro foi o primeiro mês em que os preços dos combustíveis voltaram a crescer após uma sequência de deflação que se iniciou em julho. Isso impactou as receitas das empresas. Outro ponto é que novembro não é um mês de grandes movimentos nos transportes, já que as famílias costumam esperar para viajar em dezembro”, explica o analista do IBGE.

Para ele, a a Black Friday, realizada no fim de novembro, não resultou em números muito positivos para o comércio varejista. Uma atividade que costuma ficar mais aquecida no período é a de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que recuou após dois meses de crescimento expressivo.

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“Esse desempenho mais fraco da Black Friday contribui fortemente para o resultado negativo do setor varejista em novembro. As condições macroeconômicas, como a falta de crescimento de crédito, a alta dos juros, a estabilidade do valor do Auxílio Brasil e a volta da inflação, acabam impactando a renda das famílias e diminuem o consumo”, explica Cristiano Santos.

As demais atividades que ficaram no campo negativo foram Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,7%), Tecidos, vestuário e calçados (-0,8%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,3%), e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,2%).

“A atividade de Livros jornais, revistas e papelaria, apesar da queda de novembro, teve uma trajetória muito positiva ao longo do ano. Em janeiro de 2022, ela estava 65,8% abaixo do patamar pré-pandemia e, em setembro, estava 33,1% abaixo. É uma atividade que teve quedas fortes, mas veio se recuperando até setembro, quando os resultados negativos apresentaram um rebatimento dessa trajetória de crescimento”, analisa Santos.

Já em relação a Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,2%), grupamento de atividades que representa cerca de 50% do índice geral, o resultado é ligado também ao pagamento do Auxílio Brasil. “Esse setor vem há dois meses em estabilidade, variando -0,3% em setembro e 0,2% em novembro. Entre outubro e novembro, não houve aumento no valor do Auxílio Brasil, que é um benefício direcionado às famílias de menor renda e que tendem a concentrar o consumo em alimentos”, explica.

As únicas atividades que avançaram na comparação com outubro foram Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,7%) e Móveis e eletrodomésticos (2,2%). De acordo com Cristiano, no primeiro grupamento, as empresas ligadas especialmente à parte de perfumaria foram beneficiadas pelas promoções da Black Friday.

“Mas a atividade como um todo tem uma trajetória positiva, são empresas mais estáveis e as lojas não foram fechadas durante a pandemia. Também há aumentos de preços sazonais, que ocorrem normalmente nas suas épocas, e são produtos que não têm substituição, ou seja, as famílias não deixam de consumir”, diz o gerente da pesquisa.

Vendas avançam 1,5% na comparação com novembro de 2021

Frente a novembro de 2021, as vendas do varejo cresceram 1,5%. Esse é o quarto resultado positivo consecutivo desse indicador. Em novembro, cinco das oito atividades pesquisadas avançaram: Combustíveis e lubrificantes (27,3%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,5%), Móveis e eletrodomésticos (3,0%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,7%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (1,1%). 

Além de Tecidos, vestuário e calçados (-16,1%), outras duas atividades tiveram queda na comparação interanual: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-10,5%) e Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-0,5%). Entre as atividades do varejo ampliado, Veículos e motos, partes e peças (-5,5%) e Material de construção (-10,9%) recuaram frente ao mesmo período do ano anterior.

Vendas caem na maior parte dos Estados

Em novembro, em comparação com o mês anterior, 20 Unidades da Federação tiveram queda nas vendas do varejo, com destaque para Amapá (-5,6%), Alagoas (-3,9%) e Maranhão (-2,7%). No lado positivo, destacaram-se Tocantins (2,4%), Piauí (1,5%) e Espírito Santo (1,5%). Santa Catarina ficou estável (0,0%) em novembro.

Quando comparado ao mesmo período do ano anterior, o avanço de 1,5% do varejo do país foi disseminado por 22 Unidades da Federação, com destaque para Paraíba (32,2%), Amapá (14,9%) e Sergipe (8,9%). Já entre os estados que ficaram no campo negativo, os destaques foram Pernambuco (-3,2%), Rondônia (-3,0%) e Rio de Janeiro (-2,4%).

A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no país, investigando a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista.

Ela traz resultados mensais da variação do volume e receita nominal de vendas para o comércio varejista e comércio varejista ampliado (automóveis e materiais de construção) para o Brasil e Unidades da Federação.

Tá, e aí?Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset

O economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, afirma que os dados da Pesquisa Mensal do Comércio divulgados nesta quarta-feira vão se refletir nas projeções da empresa para um PIB sem crescimento no quarto trimestre de 2022. “Com isso a gente finaliza o ano com um c crescimento de 3%, um bom índice, mas com perda de velocidade e dinâmica no período final”, afirma o analista.

Kautz diz ainda que as projeções do PIB para 2023, de crescimento de 1,5%, já não levam em conta o setor do varejo. “Um impulso fiscal e o setor agrícola devem dar as maiores contribuições, enquanto o setor de serviços e o varejo devem continuar desacelerando”, aponta o economista.

Ouça o comentário completo abaixo:

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