O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (22) a celebração de um novo acordo comercial com o Japão, que ele classificou como o “maior acordo de todos os tempos”. O pacto prevê tarifas recíprocas de 15% sobre as exportações japonesas para os Estados Unidos e inclui um pacote de investimentos de US$ 550 bilhões que o Japão fará em solo americano.
Segundo Trump, os Estados Unidos ficarão com “90% dos lucros” gerados pelo novo acordo, que também prevê a abertura do mercado japonês a setores antes mais fechados, como automóveis, caminhões, arroz e produtos agrícolas. O presidente americano afirmou que a medida criará “centenas de milhares de empregos” nos EUA.
O principal negociador japonês, Ryosei Akazawa, confirmou o acordo com uma publicação na rede X, onde agradeceu aos envolvidos e escreveu “#MissãoCumprida”. A emissora pública japonesa NHK informou que, como parte do acordo, as tarifas sobre automóveis exportados pelo Japão aos EUA serão reduzidas dos atuais 25% para 15%. O setor automotivo é vital para a economia japonesa, representando 28,3% das exportações do país em 2024.
Trump e Japão: tentativa de reforçar novo premiê japonês
O anúncio de Trump ocorre poucos dias após a coalizão do primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba perder a maioria na câmara alta do Parlamento, o que enfraqueceu sua posição interna. Analistas veem o acordo como uma possível tentativa de reforçar a autoridade do premiê. Em nota, o HSBC observou que um pacto favorável com os EUA poderia ajudar Ishiba a evitar uma moção de desconfiança ou um desafio dentro do próprio Partido Liberal Democrata (LDP).
Trump também mencionou que um novo acordo sobre gás natural liquefeito (GNL) com o Japão está em fase final e adiantou que um pacto semelhante com a Europa será anunciado nesta quarta-feira, sem fornecer mais detalhes.