O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (22) um novo capítulo em sua política comercial, ao confirmar um acordo com a Indonésia que elimina 99% das barreiras tarifárias do país asiático para produtos norte-americanos, de acordo com o próprio presidente. Em contrapartida, os EUA aplicarão uma tarifa de 19% sobre todos os produtos importados da Indonésia. A medida integra o chamado tarifaço de Trump, estratégia do republicano para reequilibrar as relações comerciais dos EUA com seus principais parceiros.
Em publicação na rede Truth Social, Trump comemorou o acordo: “A Indonésia será um mercado aberto para produtos industriais, tecnológicos e agrícolas americanos. Em troca, ela pagará 19% sobre tudo que entrar nos Estados Unidos — o melhor mercado do mundo!”, escreveu.
Na semana passada, Trump já havia sinalizado um acerto com os indonésios, mas apenas hoje a Casa Branca confirmou oficialmente a conclusão do pacto. A medida é vista como parte da estratégia eleitoral do republicano para reforçar sua imagem de defensor da indústria americana e reduzir déficits comerciais históricos com países emergentes.
Tarifaço de Trump: avanços com a China
Enquanto isso, o governo também avança em negociações com a China. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que discutirá uma possível prorrogação da trégua tarifária com os chineses durante encontros em Estocolmo, na próxima semana. Os dois países haviam suspendido por 90 dias a maioria das tarifas em maio, prazo que termina em 12 de agosto.
“Acredito que o comércio com a China está em uma situação muito boa”, disse Bessent à Fox Business, destacando que as conversas devem abordar o excesso de produção na China, a construção de uma economia de consumo e até a compra de petróleo russo e iraniano.
O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, confirmou que seu país sediará a nova rodada de negociações entre Washington e Pequim. Ele classificou o encontro como “positivo” para a estabilidade do comércio global.
Apesar da distensão com a China, o tarifaço de Trump permanece ativo: em abril, o governo elevou para 145% a taxa efetiva sobre produtos chineses. A política comercial protecionista, com foco em tarifas, tem sido uma das principais marcas da atual gestão americana, com efeitos que se espalham por cadeias globais de produção e consumo.