O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que poderá ocorrer um aumento de impostos nos EUA, caso o projeto de reforma tributária proposto por seu governo não seja aprovado pelo Congresso.
Segundo Trump, a proposta em debate prevê “o maior corte de impostos da história do país”. No entanto, o presidente afirmou que, se o Legislativo barrar a medida, o resultado poderá ser drástico. “A alternativa \[ao projeto] é um aumento de impostos de 68%. E você pode culpar os democratas por isso, um ou dois fanfarrões”, disse, em referência a congressistas do partido de oposição.
As declarações do presidente repercutiram rapidamente nos mercados internacionais. Nos Estados Unidos, os principais índices acionários reagiram com volatilidade, enquanto no Brasil o impacto também foi sentido. O Ibovespa, que operava próximo da estabilidade no início do pregão, passou a registrar queda após a fala de Trump.
Impostos nos EUA: entenda o que Trump propõe
Em uma votação apertada e incomum realizada na noite de domingo (18), o Comitê de Orçamento da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou o pacote de cortes de impostos apelidado de Beautiful Bill pelo presidente norte-americano. A proposta, que recebeu 17 votos favoráveis e 16 contrários, é uma das prioridades econômicas da ala republicana e deve seguir agora para análise no plenário da Casa.
O projeto busca tornar permanentes os cortes de impostos aprovados em 2017, durante o primeiro mandato de Trump, além de incluir novas reduções temporárias de tributos incidentes sobre gorjetas, horas extras e juros de financiamentos de veículos. O texto também contempla aumentos expressivos nos gastos com segurança nas fronteiras e no orçamento de defesa.
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Apesar do apoio da maioria republicana, a proposta tem enfrentado críticas dentro e fora do partido. O Comitê para um Orçamento Federal Responsável, entidade apartidária que acompanha as contas públicas dos EUA, estima que a medida poderá adicionar cerca de US$ 3,3 trilhões à dívida pública americana ao longo da próxima década. O alerta reacende o debate sobre a sustentabilidade fiscal das políticas defendidas por Trump e seus aliados.
Parlamentares contrários ao texto argumentam que os cortes beneficiarão desproporcionalmente os mais ricos e poderão comprometer programas sociais no futuro. Já os defensores do pacote afirmam que as reduções tributárias incentivarão o consumo, o investimento e o crescimento econômico.