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Taxa de desemprego sobe a 6,5%, mas fica abaixo do esperado

Taxa de desemprego sobe a 6,5%, mas fica abaixo do esperado

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) referente ao trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025, divulgada nesta terça-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que a taxa de desemprego no Brasil subiu para 6,5%, abaixo da expectativa do mercado de 6,6%.

O índice representa um aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre móvel encerrado em outubro de 2024 (6,2%). Esta é a segunda alta consecutiva do indicador, que havia atingido o menor patamar da série histórica no período de setembro a novembro (6,1%).

A taxa de subutilização da força de trabalho ficou em 15,5%, um resultado estável na comparação com o trimestre anterior (15,4%). A população desocupada chegou a 7,2 milhões de pessoas, um aumento de 5,3% (ou 364 mil indivíduos) em relação ao trimestre móvel anterior. Apesar do crescimento no curto prazo, o contingente de desocupados caiu 13,1% na comparação anual, com 1,1 milhão de trabalhadores a menos nessa condição.

taxa de desemprego

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Sobe taxa de desemprego

A população ocupada registrou leve retração no período analisado. O total de trabalhadores empregados no país foi de aproximadamente 103,0 milhões, uma queda de 0,6% em relação ao trimestre anterior, o que representa 641 mil postos de trabalho a menos. No entanto, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, houve um crescimento de 2,4%, com acréscimo de 2,4 milhões de trabalhadores.

O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi de 58,2%, uma queda de 0,5 ponto percentual na comparação trimestral (58,7%). Em relação ao mesmo trimestre de 2024 (57,3%), houve um avanço de 0,9 ponto percentual.

Informalidade cai para 38,3%

A taxa de informalidade no mercado de trabalho também apresentou queda, passando de 38,9% no trimestre anterior para 38,3%. Esse percentual equivale a 39,5 milhões de trabalhadores informais. A redução ocorreu principalmente devido à queda no número de trabalhadores sem carteira assinada, que chegou a 13,9 milhões. O contingente de trabalhadores por conta própria permaneceu estável em 25,8 milhões.

Por outro lado, o número de empregados com carteira assinada no setor privado seguiu estável na comparação trimestral, atingindo 39,3 milhões de pessoas. Frente ao mesmo trimestre de 2024, esse grupo apresentou crescimento de 3,6%.

Setores que impulsionaram a taxa de desemprego

Nenhum dos dez setores investigados da taxa de desemprego apresentou crescimento na ocupação em relação ao trimestre anterior. No entanto, dois grupamentos tiveram queda expressiva:

  • Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: recuo de 2,5%, com perda de 469 mil trabalhadores.
  • Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: queda de 2,1%, com redução de 170 mil empregos.

Na comparação anual, porém, cinco setores registraram crescimento no número de trabalhadores empregados:

  • Indústria Geral: alta de 2,7% (+355 mil trabalhadores);
  • Construção: aumento de 3,3% (+246 mil trabalhadores);
  • Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas: crescimento de 3,4% (+654 mil trabalhadores);
  • Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas: avanço de 2,9% (+373 mil trabalhadores);
  • Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: crescimento de 2,9% (+523 mil trabalhadores).

Renda segue estável e massa salarial cresce

O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi de R$ 3.343 no trimestre encerrado em janeiro de 2025, apresentando um crescimento de 1,4% frente ao trimestre anterior e de 3,7% na comparação anual.

A massa de rendimento real habitual, que reflete a soma dos rendimentos de todos os trabalhadores, ficou em R$ 339,5 bilhões. O resultado representa estabilidade no trimestre, mas crescimento de 6,2% na comparação anual, com um acréscimo de R$ 19,9 bilhões.

Sobre a PNAD Contínua

A PNAD Contínua é a principal pesquisa sobre a força de trabalho do Brasil, abrangendo uma amostra de 211 mil domicílios distribuídos em 3.500 municípios. A coleta de dados é realizada trimestralmente por cerca de dois mil entrevistadores do IBGE.

Os dados completos estão disponíveis na plataforma Sidra. A próxima divulgação da PNAD Contínua Mensal, referente ao trimestre encerrado em fevereiro de 2025, será feita em 28 de março.

Caged registra saldo positivo de 137,3 mil vagas em janeiro

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na quarta-feira (26), pelo Ministério do Trabalho, apontou a criação de 137,3 mil postos de trabalho formais em janeiro de 2025, superando a projeção do mercado de 50,3 mil vagas. O saldo positivo resulta de 2,27 milhões de admissões e 2,13 milhões de desligamentos no período.

Apesar do avanço, o número representa uma queda de 20,7% em relação a janeiro de 2024, quando foram criadas 173,2 mil vagas. O setor industrial liderou as contratações, com 70,4 mil novos empregos, seguido por serviços (45,1 mil), construção (38,3 mil) e agropecuária (35,7 mil). O comércio foi o único setor com saldo negativo, registrando 52,4 mil desligamentos a mais que admissões.

O salário médio de admissão em janeiro foi de R$ 2.251,33, um aumento de R$ 89,01 em relação a dezembro de 2024, mas uma redução de 4,12% quando ajustado pela inflação.

Tá, e aí?Stephan Kautz

Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, a taxa de desemprego veio em linha com o esperado, mas mostrou uma pequena piora em relação aos dados anteriores. “Quando a gente faz o ajuste sazonal, ela subiu de 6,5% para 6,6%”, explica.

“O principal destaque é que a população ocupada caiu pelo segundo mês consecutivo, sugerindo que realmente o mercado de trabalho vem desacelerando”, aponta. Segundo ele, essa desaceleração ainda é gradual, mas a composição dos dados indica que a queda na ocupação foi motivada pelo emprego informal. “Isso tende normalmente a acontecer no início de um ciclo de desaceleração. Primeiro, você manda o informal embora”, acrescenta.

Apesar desse movimento, Kautz destaca que ele ainda é incipiente e deve ocorrer de forma lenta nos próximos meses. Além disso, há sinais positivos na renda e na massa salarial. “A renda real continua subindo mais de 3% no ano contra ano”, observa.

Ele ressalta ainda que a massa salarial segue em crescimento. “A massa salarial continua crescendo mais de 6% no ano contra ano, o que deve manter o consumo crescendo também esse ano”, afirma.

Em resumo, apesar da leve piora qualitativa, Kautz não vê motivo para preocupação. “A gente continua vendo uma economia que desacelera de maneira gradual”, conclui.

Ouça o áudio na íntegra:

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