Em uma semana importante para os rumos da economia global, hoje é dia de “Super Quarta”, em que EUA e Brasil decidem a taxa de juros da economia. Na quinta-feira, é a vez do Banco Central da Europa.
Acompanhe agora a análise dos especialistas da EQI Asset e da EQI Investimentos e o que esperar das decisões.
Subida de juros nos EUA deve desacelerar economia no segundo semestre
“Para hoje, esperamos que o Banco Central Americano faça sua última alta de 0,25 ponto porcentual na taxa de juros, como já sinalizado na última reunião, muito pelo fato de que tem uma crise de crédito acontecendo nos Estados Unidos, vide a situação que os bancos regionais têm enfrentado”, aponta o economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz.
Nesse sentido, segundo ele, a decisão deve fazer com que a atividade americana desacelere de maneira mais rápida ao longo do segundo semestre, ajudando a desinflação.
Cortes devem acontecer somente em 2024
O economista reforça que, de qualquer maneira, isso não significa que o Banco Central Americano está pronto para cortar juros no curto prazo.
“Estamos mantendo a visão de que o BC americano vai ficar com os juros parados até o final do ano e se forem cortar, somente em 2024”, frisa o economista.
Brasil: manutenção da Selic segue até o final de 2023
Aqui para o Brasil, a expectativa de consenso é pela manutenção da Selic em 13,75% até o final do ano.
Segundo Kautz, essa sustentação se deve, basicamente, em razão da inflação, que permanece alta, da atividade, que continua dando sinais bons de crescimento no primeiro trimestre e das expectativas de inflação, que continuam desancoradas, conforme as medidas do Boletim Focus e de mercado.
Dessa forma, o Banco Central ainda bastante preocupado com essa dinâmica deve manter a Selic estável e só deve começar a fazer os cortes a partir também do ano que vem.
“Segundo nossas simulações, quanto mais o BC antecipar o início dos cortes de juros e fizer já neste ano de 2023, menos cortes ele vai poder fazer ao longo dos meses subsequentes”, destaca o economista.
O estrategista da EQI Investimentos, Denys Wiese, reforça ainda o cenário de incertezas que vem pesando para a manutenção dos juros, apesar da apresentação do arcabouço fiscal e das propostas para aumentar a arrecadação.
Para ele, as ações que o governo vem adotando não estão atuando para o resultado desejado.
“O governo gostaria que as expectativas de inflação caíssem, mas na verdade, ela está subindo e por esse motivo, o Banco Central e o Copom tendem a manter a taxa de juros onde ela está”, reforça Wiese.
Europa: subida de juros em 0,50 ou 0,25 ponto porcentual
Apesar do crescimento fraco na Europa, o Banco Central europeu também deve elevar os juros na reunião desta semana. A dúvida é se subirá em 0,50 ou 0,25 ponto porcentual.
“A nossa visão é de que o BCE subirá em 0,50, mas não será a última alta. Seriam diversas altas de 0,25, provavelmente, mais duas ou três além da que virá nesta quinta-feira, levando, então, a taxa de juros para algo próximo de 4% ao ano”, observa Stephan Kautz.
De acordo com ele, a decisão deve seguir pelos mesmos motivos observados nos Estados Unidos: inflação ainda muito resistente, com núcleos de inflação – que saíram essa semana – ainda muito altos, oscilando 1% na variação mensal, bem acima do aceitável para o Banco Central Europeu.
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