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Shutdown: risco de paralisação dos serviços públicos segue nos EUA

Shutdown: risco de paralisação dos serviços públicos segue nos EUA

O temido shutdown segue sem definição nos Estados Unidos e os serviços públicos podem parar a partir de domingo (1).

Isso porque a Câmara dos Representantes, comandada pelos republicanos, recusou a proposta do Senado de um acordo provisório. A proposta em questão adiaria uma resolução definitiva, sendo defendida pelos democratas como solução temporária pelo menos até meados de novembro.

Agora, o relógio voltou a contar contra o governo. Centenas de milhares de funcionários federais poderão parar a partir de domingo, comprometendo desde serviços assistenciais até a divulgação de dados econômicos, caso o Congresso não entre em acordo quanto a uma proposta que o presidente democrata Joe Biden possa sancionar antes da meia-noite de sábado (30).

Shutdown: Entenda o impasse

Em 1884, o governo americano aprovou a lei Anti Deficiência, que proíbe as agências federais de gastarem mais do que o permitido sem a aprovação do Congresso. Com isso, todo ano as duas casas têm que aprovar 12 leis de dotações para financiar gastos públicos. Se isso não ocorre, todos os setores atingidos entram em paralisação.

Na terça-feira (26), o Senado apresentou e aprovou uma medida que financiaria o governo até 17 de novembro.

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Porém, na quarta, os principais republicanos da Câmara dos Deputados rejeitaram a proposta. Eles argumentam que qualquer medida de financiamento de curto prazo a ser aprovada pelo Congresso deve inibir o fluxo de imigrantes através da fronteira EUA-México.

“O projeto de lei do Senado continua financiando o plano de fronteira aberta de Biden. O país quer resolver a questão da fronteira aberta”, disse o líder da maioria na Câmara, Steve Scalise, o segundo mais influente da Casa.

O presidente da Câmara, Kevin McCarthy, enfrenta ataques tanto da oposição quanto de seu próprio partido. Mas sinalizou que os republicanos da Câmara provavelmente apresentarão sua própria proposta temporária até esta sexta-feira (29).

Paralisação compromete rating do país

O impasse acontece quatro meses depois de Washington enfrentar a possibilidade de não cumprir o pagamento da dívida nacional, que ultrapassa 31 trilhões de dólares, o que impactaria os mercados de todo o mundo.

A repetição do impasse político tem preocupado as agências de classificação de crédito, como a Moody’s, que já alertou que uma paralisação poderia prejudicar a capacidade de crédito do país.

Um novo rebaixamento da classificação de crédito dos EUA poderia elevar ainda mais os custos dos empréstimos e aumentar a dívida nacional. Em agosto, a Fitch rebaixou a nota de crédito dos EUA, de AAA para AA+.

Shutdown já aconteceu 21 vezes

Caso aconteça, o shutdown não seria o primeiro na história dos EUA. Segundo levantamento do The New York Times, já houve 21 paralisações do tipo no país, sendo que três foram as mais relevantes.

Em 1995, sob o governo de Bill Clinton, os serviços públicos pararam por 21 dias, diante de desacordo sobre cortes no orçamento.

Em 2013, sob Barack Obama, a parada foi de 16 dias. E a causa foi desacordo sobre o ObamaCare, projeto de assistência à saúde.

Em 2018, com Donald Trump, foram 34 dias de shutdown, sendo a maior paralisação já registrada. Na época, o então presidente condicionou a renovação da lei de dotações à construção de um muro entre EUA e México.