O Banco do Povo da China, banco central do país, informou que manterá uma política monetária com liquidez razoavelmente ampla para atuar de forma “precisa e contundente” na aceleração da recuperação econômica da China, que registrou recuo na inflação em julho e vem mostrando dificuldade em recuperar os níveis de atividade de antes da pandemia de covid-19.
Segundo a agência Reuters, o BC chinês afirmou, em seu relatório de política monetária do segundo trimestre. que vai “alavancar melhor as funções duplas das ferramentas agregadas e estruturais de política monetária e apoiar firmemente a recuperação e o desenvolvimento da economia real”.
Na terça-feira (15), o Banco do Povo anunciou de forma inesperada um corte nas principais taxas de juros de referência pela segunda vez em três meses, em uma tentativa de sustentar a recuperação econômica. Os mercados esperam um afrouxamento ainda maior da política monetária, a fim de acelerar a atividade econômica.
Segundo dados do BC, a economia da China sofre com “demanda insuficiente e desafios como operações empresariais difíceis e altos riscos e perigos ocultos em áreas importantes” em meio a “riscos de desglobalização” e uma recuperação global enfraquecida, disse o banco central, num cenário em que EUA e União Europeia têm elevado suas taxas de juros para combater a inflação..
Dados reportados em julho destacaram a intensificação da pressão sobre a economia em várias frentes, incluindo queda acentuada na inflação e problemas de liquidez no setor imobiliário, que enfrenta nova crise com ações de inadimplência da Country Garden, uma das maiores construtoras do país, com forte atuação em cidades pequenas e médias.
A autoridade monetária chinesa informou ainda que “ajustará e otimizará as políticas imobiliárias de maneira oportuna”, mostrando atenção aos riscos e coordenando o apoio financeiro para minimizar o risco da dívida local e atenuar o impacto do setor na recuperação econômica da China.