A agência de risco S&P Global revisou para cima o rating do Brasil, na escala de longo prazo de BB- para BB e manteve a perspectiva estável. De acordo com a agência, a elevação foi motivada pela aprovação da reforma tributária, que marca um progresso na questão fiscal nacional.
Agora, o país está dois degraus abaixo do grau de investimento. A aprovação da reforma amplia o histórico nacional de “política pragmática” nos últimos sete anos, aponta a S&P.
A agência destacou ainda sua expectativa por novos progressos, embora lentos, na redução de desequilíbrios fiscais, na evolução de perspectivas econômicas e na reancoragem de expectativas da inflação.
A última vez que tal elevação ocorreu foi em 2011, quando o Brasil ascendeu da nota BBB- (grau de investimento, sinalizando segurança contra o risco de calote na dívida pública) para BBB (um patamar acima do grau de investimento).
Depois disso, o país enfrentou uma série de rebaixamentos, culminando na perda do grau de investimento em setembro de 2015.
Rating do Brasil: S&P ressalta política externa forte
S&P destaca, contudo, que falta ao Brasil progresso na resolução dos gastos altos e ineficazes e que o governo Lula enviou sinais mistos sobre o compromisso com o novo arcabouço fiscal. A agência ainda pontua que o Brasil deve manter uma posição externa forte, sustentada pela produção de commodities.
Esse ponto e a política monetária ancoram as expectativas de inflação. A agência também destacou a estrutura institucional brasileira, que fornece “amplos freios e contrapesos” nos Três Poderes.
A reforma tributária foi aprovada na sexta-feira (15), na votação de segundo turno na Câmara dos Deputados, com 365 votos favoráveis a 118 contra, tendo ainda uma abstenção. Agora, o texto segue para promulgação, após analisar dois destaques.
Mais cedo, em votação de primeiro turno, a Câmara já havia aprovado a proposta com 371 votos a favor e 121 contrários, além de três abstenções. Essa foi uma das decisões que motivaram a S&P a rever o rating do Brasil para cima.