O prêmio Nobel de Economia Paul Krugman afirmou, em artigo publicado nesta terça-feira (22), que o PIX brasileiro pode representar o futuro do dinheiro.
Segundo o economista, o sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central do Brasil se destaca mundialmente por sua eficiência, baixo custo e adesão massiva — algo que nem mesmo as criptomoedas conseguiram alcançar.
Por que o PIX impressiona tanto
Krugman, que venceu o Prêmio Nobel de Economia em 2008, destacou que o PIX é uma alternativa pública e eficiente aos sistemas bancários privados e às promessas frustradas das criptomoedas. “Pelo que entendi, o PIX é uma espécie de versão pública do Zelle… Mas o PIX é muito mais fácil de usar”, escreveu o economista.
Com mais de 93% da população adulta brasileira utilizando o sistema, o PIX se consolida como uma solução prática que está rapidamente substituindo o dinheiro em espécie e os cartões. “Compare os 93% de brasileiros que usam o PIX com os 2%, isso mesmo, 2% de americanos que usaram criptomoedas para comprar algo ou fazer um pagamento em 2024”, pontua Krugman.
A crítica ao modelo americano
No mesmo artigo, Krugman critica a recente aprovação do Genius Act nos EUA, legislação que favorece criptomoedas e proíbe a criação de uma moeda digital do banco central (CBDC). Para ele, o PIX brasileiro mostra que é possível criar um sistema público de pagamentos eficiente sem os riscos das criptomoedas.
“O sistema brasileiro de pagamentos está conseguindo de fato o que os defensores de criptomoedas alegaram, falsamente, ser capaz de se alcançar por meio do blockchain”, afirma.
Brasil como modelo global?
Apesar de o Brasil não ser comumente visto como líder em inovação financeira, Krugman acredita que seu modelo de política econômica é mais funcional que o dos EUA. “Eles realmente julgam ex-presidentes que tentam anular eleições”, ironiza.
O Banco Central brasileiro já estuda a implementação de uma moeda digital oficial, e o PIX é visto como o primeiro passo nessa direção. Para Krugman, outras nações deveriam observar atentamente esse avanço. “Outras nações podem aprender com o sucesso do Brasil no desenvolvimento de um sistema de pagamento digital”, conclui.
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