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JBS registra lucro no 2TRI25, apesar de cenário desafiador nos EUA

JBS registra lucro no 2TRI25, apesar de cenário desafiador nos EUA

A JBS (JBSS3), maior produtora de carnes do mundo, anunciou nesta quarta-feira um salto no lucro do segundo trimestre e receita recorde de aproximadamente US$ 21 bilhões, mesmo diante de um ciclo desfavorável da pecuária bovina nos Estados Unidos e das tensões geopolíticas globais, conforme comunicado ao mercado.

No período, a companhia — que divulgou resultados pela primeira vez após listar ações na Bolsa de Nova York — obteve lucro líquido de US$ 528,1 milhões, alta de 60,6% em relação ao mesmo trimestre de 2024. O desempenho foi impulsionado, principalmente, pela Pilgrim’s Pride, sua subsidiária de frangos nos EUA, e pela resiliência da Seara no Brasil.

O CEO global, Gilberto Tomazoni, reconheceu, em entrevista à Reuters, a fragilidade da operação de carne bovina nos EUA, responsável por cerca de um terço das vendas do grupo, devido ao aumento do custo do gado. Apesar das margens negativas nesse segmento, outras divisões apresentaram resultados sólidos, como as operações de carne bovina no Brasil e na Austrália.

A margem Ebitda ajustada no trimestre foi de 8,4%, queda anual de 1,5 ponto percentual. O Ebitda ajustado somou US$ 1,75 bilhão, recuo de 7,4% sobre 2024, enquanto a receita líquida atingiu US$ 20,998 bilhões, crescimento de 8,9%. O negócio de carne bovina na América do Norte registrou Ebitda ajustado negativo de US$ 233 milhões, enquanto a Pilgrim’s Pride teve resultado positivo de US$ 817,7 milhões.

Tomazoni também citou impactos da tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros, incluindo carne bovina. A JBS responde por cerca de 15% das exportações brasileiras de carne bovina para o mercado norte-americano, que recebeu 180 mil toneladas no primeiro semestre. A medida levou à paralisação temporária de algumas plantas no Brasil, que depois retomaram atividades com redirecionamento de produção para outros mercados.

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JBS: Estrutura da empresa foi desenhada para lidar com barreiras comerciais

Segundo o executivo, a estrutura global da companhia foi desenhada para lidar com barreiras comerciais e sanitárias.

“Está ruim nos EUA, está bom no Brasil, está bem na Austrália, e o frango vive um momento excelente”, disse, referindo-se à Pilgrim’s e à Seara, que alcançaram margem ajustada superior a 18% mesmo após um surto de gripe aviária em maio.

O episódio levou à suspensão de parte das exportações brasileiras de frango, afetando vendas para países que impuseram embargos, como China e União Europeia. Tomazoni espera reabertura desses mercados “nas próximas semanas”, destacando que já não há impedimentos sanitários para a retomada.