Durante o AgroForum, evento promovido pelo BTG Pactual, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o Brasil precisa “trocar o piloto” para acelerar o desenvolvimento.
“O mundo está de portas abertas para o Brasil. Já mostramos que podemos fazer grandes coisas. É só trocar o piloto, porque o carro é bom ‘pra caramba’”, disse Tarcísio, em painel ao lado dos governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, e Eduardo Leite (PSD), do Rio Grande do Sul.
O governador paulista criticou a estagnação política e disse que o país está “há quarenta anos discutindo a mesma pessoa”, em referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Estamos perdendo bondes importantes — o da tecnologia energética, da bioeconomia, do conhecimento. O mundo nos espera, mas seguimos presos a picuinhas”, completou.
Reprodução/BTG
Eduardo Leite: “O país precisa virar a página para uma nova geração”
O governador do Rio Grande do Sul fez coro às críticas e defendeu renovação política.
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“Se Lula for candidato no próximo ano, teremos dez eleições desde a redemocratização, e ele terá participado de sete delas — seriam oito se tivesse podido concorrer em 2018. Nas duas em que não disputou, apoiou a candidata vencedora. O país precisa virar essa página para uma nova geração.”
Leite defendeu que o próximo pleito abra espaço para um debate mais amplo.
“É fundamental apresentar uma nova agenda, que vá além de simplesmente evitar que o outro vença.”
Ele citou ainda a experiência gaúcha de ajuste fiscal sem comprometer programas sociais:
“O governo federal insiste em colocar ajuste e políticas sociais como opostos. Mostramos que, com contas equilibradas, é possível cuidar melhor das pessoas.”
O governador de Goiás apontou a ausência de um plano de governo e criticou o crescimento da dívida.
“O PIB cresce três vezes menos que a dívida. Vemos indícios de novos casos de corrupção. Lula acha que pode enganar a população, jogando apenas com políticas sociais. É preciso coragem e outra mentalidade para governar o Brasil.”
Caiado defendeu articulação entre poderes e responsabilidade fiscal:
“O país é um continente, mas tem um anão na presidência. Não interessa o tamanho, interessa quem senta na cadeira. É preciso enfrentar cartéis e fazer o ajuste fiscal. O Brasil não pode radicalizar nem propor substituição do dólar. Hoje o governo governa com foco em marketing para criar desentendimento na sociedade.”
Da esquerda para a direita, Ratinho Jr, Ronaldo Caiado, Tarcísio de Freitas, Eduardo Leite e Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG. Reprodução/BTG
Ratinho Jr.: “Planejamento é chave para o desenvolvimento”
O governador do Paraná destacou avanços dos governos estaduais nos últimos anos.
“O Brasil produziu, nos últimos seis anos, a melhor safra de governadores dos últimos 30 anos, independentemente de partido. Países que deram salto de desenvolvimento implantaram a cultura do planejamento. Sem saber onde se quer chegar, qualquer estrada serve.”
Segundo ele, a relação com o governo federal mudou, com ganho de autonomia pelos governadores.
“Antes, governadores iam de pires na mão pedir ajuda. Agora, a maioria fez reformas administrativas e previdenciárias, cortou mordomias e enxugou a máquina. Já o governo federal não tem recursos.”
André Esteves: “O setor privado move o Brasil”
Na abertura do painel, o chairman do BTG Pactual elogiou os governadores e ressaltou a importância da iniciativa privada:
“O Brasil que produz é o setor privado, muito maior que o público. Mas precisamos dos regentes da orquestra, que são os políticos. Esta safra de governadores mostra o que a política pode ter de melhor”, disse, lembrando também nomes de centro-esquerda.
“Na política também há gente de altíssimo padrão técnico e moral, que faz acontecer.”