O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse nesta quarta-feira (3) que ainda deve levar algum tempo para que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) decida cortar os juros nos Estados Unidos. Para Powell, há necessidade de mais dados que mostrem a tendência de queda da inflação até a decisão.
Ao abordar especificamente as pressões sobre os preços mais fortes do que o esperado no início do ano, o líder do banco central norte-americano disse que não há pressa em flexibilizar a política monetária.
Powell afirmou que a economia dos EUA está aquecida e os últimos dados de inflação vieram elevados. “As leituras recentes sobre ganhos de emprego e inflação ficaram acima do esperado”, disse durante apresentação na Stanford Graduate School of Business.
“Sobre a inflação, é muito cedo para dizer se as leituras recentes representam mais do que apenas um aumento”, comentou.
Para Powell, não será apropriado reduzir a taxa de juros até “termos maior confiança de que a inflação está caindo de forma sustentável para 2%”, acrescentou. Dada a força da economia e o progresso na inflação até agora, o presidente do Fed disse que há tempo para deixar que novos dados orientem as próximas decisões de política monetária.
Powell: juros devem cair ainda neste ano
Jerome Powell reforçou que a taxa básica de juros dos EUA atingiu seu pico no ciclo atual, em 5,25% a 5,50% ao ano. Ele lembrou que a maioria dos integrantes do Comite espera que os juros comecem a cair em algum momento ainda neste ano.
Ele relembrou que reduzir os juros cedo demais pode reverter os progressos realizados contra inflação, além de exigir uma política mais apertada à frente. Por outro lado, um corte tardio poderia enfraquecer a economia e o mercado de trabalho.
Powell mencionou que as perspectivas nos Estados Unidos seguem “bem incertas”. “À medida que os progressos na inflação continuam e que o aperto no mercado de trabalho arrefece, estes riscos continuam a evoluir para um melhor equilíbrio”, avaliou.
A inflação dos Estados Unidos medida pelo PCE, divulgada na última semana, subiu em linha com as expectativas em fevereiro, a 2,8% na base anual, para a medida cheia e o núcleo, que exclui preços voláteis.