Na manhã de quarta-feira (10), a Polônia derruba drones russos que invadiram seu espaço aéreo em meio a um ataque em larga escala ao oeste da Ucrânia. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, confirmou que o país mobilizou suas defesas aéreas em coordenação com a OTAN, descrevendo o episódio como uma “violação sem precedentes”.
Este é o primeiro caso desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022, em que um membro da OTAN se envolve diretamente com ativos militares russos em seu território. A situação aumentou a tensão em toda a Europa, levantando preocupações sobre o risco de expansão do conflito.
Reações da Ucrânia: “Putin está testando o Ocidente”
O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andrii Sybiha, afirmou que a incursão de drones foi parte de um ataque “massivo” contra cidades ucranianas. Segundo ele, o presidente Vladimir Putin está ampliando a guerra e “testando o Ocidente”. O presidente Volodymyr Zelenskyy reforçou essa visão, classificando o incidente como “um precedente extremamente perigoso para a Europa”.
Kiev aproveitou o episódio para reforçar seus pedidos de apoio militar, especialmente no fortalecimento das defesas aéreas. Sybiha destacou que as sanções contra Moscou “devem ser intensificadas sem demora”, já que o Kremlin continua a explorar brechas para manter sua máquina de guerra.
União Europeia pressiona por novas sanções contra Moscou
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou a incursão russa, classificando-a como “imprudente e sem precedentes”. Em discurso no Parlamento Europeu, ela afirmou que “a mensagem de Putin é clara. E nossa resposta também deve ser clara”. Von der Leyen anunciou que o bloco já trabalha no 19º pacote de sanções em coordenação com os Estados Unidos.
Além disso, líderes europeus como Emmanuel Macron, Giorgia Meloni e Edgars Rinkēvičs expressaram solidariedade à Polônia. Até mesmo o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, considerado aliado de Moscou, declarou que “a violação da integridade territorial da Polônia é inaceitável”.
Moscou nega responsabilidade e acusa “frenesi antirrusso”
Enquanto a Polônia derruba drones russos, o Kremlin reagiu com cautela. O porta-voz Dmitry Peskov disse que acusações de provocação contra Moscou são feitas “diariamente” pela OTAN e pela União Europeia, muitas vezes sem provas.
Um diplomata russo em Varsóvia chegou a afirmar que a Polônia não apresentou evidências de que os drones eram de fabricação russa, classificando as acusações como “infundadas”. Segundo ele, “a Rússia não está absolutamente interessada em nenhuma escalada com a Polônia, mas, infelizmente, não podemos contar com as autoridades polonesas nos ouvindo em seu frenesi antirrusso”.
Um precedente perigoso para a segurança europeia
O incidente reacendeu memórias de 2022, quando um míssil atingiu a vila polonesa de Przewodów, matando duas pessoas. Naquele caso, acreditava-se que o projétil tivesse sido disparado pelas defesas aéreas ucranianas, mas com responsabilidade indireta atribuída à agressão russa.
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